16 de novembro, 2024

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Caso Sophia: menina de 2 anos morreu de manhã e foi levada ao posto pela mãe só à tarde, aponta laudo

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Novas peças são dispostas ao quebra-cabeça do “Caso Sophia”, menina que foi estuprada antes de morrer espancada, em Campo Grande. O g1 teve acesso ao depoimento do médico legista responsável pelo exame necroscópico do corpo de Sophia.

As novas informações apontam que a menina morreu pela manhã daquele 26 de janeiro de 2023 e só foi levada a UPA, pela mãe, no período da tarde, horas após ser morta. Para o médico, que definiu o laudo como “chocante”, não restam dúvidas que a menina morreu de forma agressiva e após um “trauma de grande energia”.

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Leia abaixo os principais novos tópicos apresentados pelo especialista:

  • Sophia teve um trauma raquimedular, uma lesão severa na medula cervical;
  • A perícia apontou na menina uma lesão de hímen antiga. O que significa que ela já tinha sido abusada há mais de 21 dias;
  • Entretanto, outras sinais de violência sexual recente a data da morte da menina foram averiguados e constatados;
  • A menina morreu cerca de 24 horas antes do exame necroscópico;
  • Além da lesão medular, a menina sofreu um severo trauma ósseo e muscular.

Stephanie de Jesus Da Silva e Christian Campoçano Leitheim, mãe e padrasto de Sophia, estão presos preventivamente pelos crimes de homicídio qualificado e estupro de vulnerável.

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Uma nova audiência deve ser marcada após perícia no celular dos suspeitos ser finalizada e incluída no processo. Depois deste passo, Christian e Stephanie devem ser ouvidos.

Stephanie solicitou uma corrida por aplicativo para levar Sophia até a UPA na tarde de 26 de janeiro. Na UPA, a mãe afirmou para a polícia que tinha levado a criança com vida para a unidade de saúde. Chamado para ser ouvido na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), no entanto, o motorista do carro afirmou que “em nenhum momento ouviu a criança chorar, falar, nem se movimentar durante o trajeto”.

Sophia morreu com dois anos em Campo Grande (Foto: Arquivo pessoal/ Reprodução)

Morte pela manhã

Conforme o depoimento do médico legista, Sophia morreu pela manhã do dia 26 de janeiro deste ano. Horas depois, a menina foi levada pela manhã a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Campo Grande. Naquele momento, a menina já estava morta há horas, segundo o legista.

“O laudo é bem chocante. Ao olharmos o corpo, não restavam dúvidas do que aconteceu. […] Com sinais claros, vimos manchas verdes abdominal, exposição dos vasos da derme. Conseguimos identificar a hora da morte como 24 horas antes do exame necroscópico, feito no dia 27″, detalha o legista em audiência.

A informação repassada no laudo dos médicos na UPA apontavam que a menina tinha morrido há quatro horas, seria início da tarde de 26 de janeiro. Porém, a necrópsia detalhada apontou outro cenário, um mais preocupante, como detalha o legista.

“No local, disseram que eram 4 horas de morte. Porém, essa afirmação foi feita por médicos em um momento assistencial, no Upa ou pronto-socorro a preocupação é salvar a vida do paciente, não entregar uma perícia legal. Na perícia analisamos o caso com frieza e pegamos os sinais com clareza. Com certeza quando a vítima chegou a UPA ela já estava morta, muito antes. Muito provável ela ter morrido na manhã no dia 26”, complementou o legista ouvido em audiência no dia 26 de maio.

‘Trauma de grande energia’

Sophia morreu em decorrência de um trauma raquimedular, que é uma lesão na medula espinhal. De acordo com o legista, a 2ª vértebra cervical da menina foi fraturada em decorrência de um “trauma de grande energia”, segundo o médico especialista.

“O que gerou o trauma não é possível dizer. O trauma raquimedular pode ter acontecido pela rotação, flexão, hiperextensão ou até a compressão da cabeça. O que posso afirmar que foi um trauma de grande energia. Houve uma lesão óssea, muscular e de medula, que ocasionou em uma lesão onde o pescoço da vítima podia girar 360º para os dois lados”.

Conforme o depoimento do legista, a menina havia sido abusada sexualmente há mais de 21 dias antes da morte. “Encontramos também uma lesão de hímen antiga, com mais de 21 dias. Tem uma violência sexual passada e indícios de um violência sexual recente”.

O médico explicou que outros elementos periciados apontaram para uma possível violência sexual recente ao período da morte da menina.

Relembre o caso

Sophia morreu aos 2 anos.  — Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução
Sophia morreu aos 2 anos. (Foto: Arquivo Pessoal/Reprodução)

Relato de homofobia contra o pai. 30 procedimentos em unidades de saúde antes de morrer. Casa em situação insalubre. Boletins de ocorrência. Mãe e padrasto presos. A morte da menina Sophia Jesus Ocampo, de 2 anos, chocou moradores de Campo Grande e é alvo de investigação.

No dia 26 de janeiro, a mãe levou Sophia à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Coronel Antonino, onde a menina já chegou morta. O médico legista constatou que o óbito havia ocorrido cerca de sete horas antes.

O laudo de necrópsia do corpo da menina, emitido pelo Instituto de Medicina e Odontologia Legal (IMOL), apontou que a causa da morte foi por traumatismo na coluna cervical e confirmou que Sophia foi estuprada.

A declaração de óbito aponta que a causa da morte foi por um trauma na coluna cervical, que evoluiu para o acúmulo de sangue entre o pulmão e a parede torácica. O documento ainda diz que a menina sofreu “violência sexual não recente”.

Fonte: G1

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