26 abril, 2024

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Caso Henry: Babá admite ter mentido e relata 3 agressões

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Babá do menino Henry Borel, Thayná Oliveira Ferreira prestou um novo depoimento na 16ªDP (Barra da Tijuca) nesta segunda-feira (12). Ao longo de sete horas, Thayná afirmou que Monique Medeiros, mãe da criança, sabia que o filho era agredido pelo padrasto, o vereador Dr. Jairinho (afastado do Solidariedade) e que a professora pediu que ela mentisse à polícia.

Na primeira vez que falou à polícia, em 24 de março, Thayná não revelou nada sobre a troca de mensagens da suposta sessão de tortura do dia 12 de fevereiro, da qual Henry saiu mancando.

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Monique e Dr. Jairinho estão presos desde o dia 8 deste mês por suspeita de homicídio duplamente qualificado. Henry morreu no dia 8 de março, quando estava na casa do casal, no Rio de Janeiro. Inicialmente, Monique e Jairinho falaram em acidente doméstico, o que foi descartado pela polícia.

No primeiro depoimento (24/3), Thayná disse que:

  • nunca tinha percebido nada de anormal na relação do casal com o menino;
  • que o advogado do casal, André França, pediu que a babá “contasse somente a verdade” à polícia.

No segundo depoimento (12/4), Thayná contou que:

  • soube de três momentos diferentes em que Henry foi agredido;
  • Monique, a mãe do menino, pediu que ela não contasse nada à polícia;
  • Monique também pediu para que Thayná apagasse as mensagens de celular trocadas pelas duas e com Dr. Jairinho;
  • não lhe foi prometida qualquer ajuda financeira para tal;
  • a mãe de Monique, avó de Henry, sabia das agressões;
  • o casal brigava com frequência.

Veja, abaixo, mais detalhes do segundo depoimento.

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Três agressões

De acordo com Thayná, no dia 2 de fevereiro Monique estava no futevôlei quando Henry, no próprio quarto, começou a chamar pela mãe. Jairinho foi até o encontro de Henry, chamando a criança de mimada. Ele, então, levou o menino para a suíte do casal, onde teriam ficado 30 minutos com a porta fechada.

Segundo ela, nesse mesmo dia, já após a escola e na brinquedoteca do prédio, Henry não quis brincar com as outras crianças e disse que estava com dor no joelho. Thayná disse que relatou a situação para a patroa e que Monique retrucou que o filho podia estar inventando.

Dez dias depois, em 12 de fevereiro — data da troca de mensagens recuperadas pela polícia —, Thayná relatou que Jairinho ficou cerca de 10 minutos no quarto com Henry e, assim que a porta se abriu, o menino foi em sua direção, “amuadinho” e reclamando de dor no joelho.

Quando a empregada da casa perguntou por que ele estava mancando, Henry disse que tinha sido por causa da “banda” (rasteira), sem dar detalhes.

Depois que Jairinho saiu, Henry relatou as agressões e disse que isso sempre acontecia, mas que Jairinho mandou não contar senão “ia pegar ele”.

O terceiro episódio foi na última semana de fevereiro, dias antes da morte do menino. Segundo ela, Jairinho chegou inesperadamente e chamou Henry.

Quando o menino voltou, ele relutou a contar o que havia acontecido, parecendo intimidado, mas logo depois disse que havia caído da cama e estava com a cabeça doendo.

A polícia prendeu o vereador carioca Dr. Jairinho (Solidariedade), padrasto do menino Henry Borel, e Monique Medeiros, mãe do garoto — Foto: TV Globo/Reprodução
O vereador carioca Dr. Jairinho (Solidariedade), padrasto do menino Henry Borel, e Monique Medeiros, mãe do garoto (Foto: TV Globo/Reprodução)

Monique pediu para mentir

Thayná contou que se encontrou com a mãe de Henry no escritório do advogado e que ela pediu que a babá mentisse em depoimento. A babá deveria dizer que nunca havia visto nada.

Monique pediu ainda que ela apagasse todas as mensagens, que não mencionasse as brigas do casal nem sobre as agressões que Henry sofreu.

Nesta segunda-feira (12), Monique anunciou que terá uma defesa separada de Dr. Jairinho. O novo advogado de Monique é Thiago Minagé, que já defendeu Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados.

Babá Thainá disse que a mãe de Henry pediu que ela mentisse em depoimento — Foto: Reprodução / TV Globo
Babá Thainá disse que a mãe de Henry pediu que ela mentisse em depoimento (Foto: Reprodução / TV Globo)

Avó também sabia das agressões

No novo depoimento, a babá diz que a avó materna sabia das agressões. Segundo ela, uma vez a mãe de Monique, Rosangela, veio lhe perguntar sobre o que havia acontecido com o neto, e Thayná diz que contou tudo à avó de Henry.

Ela diz que contou à avó que Henry estava mancando, com dor na cabeça e com uma marca roxa, porém não quis insistir muito no assunto, porque ficou com medo de Monique achar que ela estava fazendo “fofoca”.

Ainda segundo Thayná, a avó questionou se existiria alguma possibilidade de Henry ter mentido e ela afirmou dizendo que não, até mesmo porque os machucados deixaram marcas.

Encontro com a irmã de Jairinho: ‘Menos é mais’

Thayná também contou ter recebido mensagens no WhatsApp e uma ligação de Thalita, irmã de Jairinho. A babá disse ter sido convidada para ir à casa de Thalita, onde também moram o pai do vereador afastado, coronel Jairo, e a mãe, identificada como “dona Manuella”.

No encontro, Thayná disse à polícia que Thalita pediu para que ela contasse “tudo o que sabia” sobre as agressões. Só que, quando começou a relatar as agressões, a irmã do vereador pediu que ela parasse.

Thayná também afirmou que estava com medo porque estava chegando o dia em que iria depor na polícia. A babá disse que Thalita reagiu, dizendo para que ela “não fosse juíza do caso do irmão dela”.

A babá interpretou a afirmação como uma ordem para que ela não contasse tudo que sabia. Thalita teria dito a Thayná a seguinte frase: “Menos é mais”.

A irmã de Jairinho também teria questionado a babá sobre a existência de conversas no telefone celular. Thayná disse ter respondido que não tinha o costume de apagar as mensagens.

Thalita, então, teria dito à babá que Monique tinha comentado sobre conversas com Thayná. A mãe de Henry supostamente disse a Thalita que não sabia se a babá tinha apagado as trocas de mensagens.

Thayná afirmou ter dito a Thalita que sim, deletou as mensagens com Monique e Jairinho.

Brigas frequentes

De acordo com a babá, Jarinho e Monique brigavam com frequência, quase toda semana, entretanto em portas fechadas ou por telefone.

Segundo ela, era comum até que um dos dois estivesse de malas prontas para sair de casa. Mas, mesmo quando ouvia tons mais exaltados, o casal se beijava e ficava tudo bem.

Empregada afirma ter dito a verdade

Ao RJ1, a empregada da casa, Rose, que também prestou depoimento, negou que tenha conversado com Thayná por telefone e disse que falou à polícia tudo que sabia.

“O que eu tinha que falar na delegacia eu falei, e falei a verdade. Até porque o meu serviço era um, e o da babá era outro. Eu não tinha como fazer o mesmo o serviço e olhar o do outro. O meu serviço era só arrumar, lavar, passar e cozinhar. Da babá era o da babá. Eu, particularmente, não vi nada, entendeu? O meu depoimento vai continuar sendo o mesmo. Nunca mais eu recebi ligação de Thayná, nunca mais”, garantiu a empregada.

Fonte: G1

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