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A Polícia Civil do Espírito Santo concluiu o inquérito que investigava a morte de um casal que morreu depois de ingerir um suposto óleo de semente de abóbora comprado pela internet. O resultado da perícia do material foi divulgado nesta terça-feira (6) e apontou que o produto continha solvente.
Filho procurou a polícia
Rosineide Dorneles Mendes Oliveiras e Willis Penna de Oliveira foram internados depois de passarem mal em fevereiro deste ano. A mulher morreu no dia 15 de fevereiro e Willis morreu um mês depois, no dia 16 de março.
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A suspeita de que a intoxicação foi causada pelo óleo de abóbora foi levantada pelo filho deles, que procurou a polícia. O produto, que prometia melhora na saúde, foi comprado pela internet.
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Segundo o filho, que não ingeriu o óleo, os pais já tinham passado mal duas outras vezes desde que começaram a usar o produto. Na terceira vez, eles foram internados.
Investigação
A partir disso, o delegado do 12º Distrito Policial da Serra, Rodrigo Rosa, explicou que começou uma investigação sobre o produto.
No site que vendia o produto, o anunciante dizia que o óleo era puro, orgânico, ajudava a controlar o colesterol e melhorava o sistema cardiovascular, segundo a polícia.
Em uma operação conjunta com a Polícia Civil de São Paulo foram feitas buscas no final de maio na sede da empresa, em São Bernardo do Campo, e o responsável foi preso. O nome do homem não foi divulgado.
“Fizemos um laudo preliminar e constatamos que não era óleo de semente de abóbora. Em buscas na sede da empresa desse suspeito, o que encontramos foi um local improvisado, com produtos armazenados, inclusive, ao lado de um vaso sanitário. Ele usava óleo de girassol com corantes e saborizantes”, disse o delegado.
De acordo com a perita criminal que fez a análise do produto, Daniela de Paula, o conteúdo do frasco ingerido pelo casal não era óleo vegetal e a substância continha dietilenoglicol, solvente tóxico usado em processos industriais.
“Compramos um óleo da mesma semente de boa procedência e comparamos os produtos. O produto continha glicerina e dietilenoglicol em quantidade 130 vezes superior ao que pode ser ingerido por via oral. Os óleos vegetais têm a presença de ácidos graxos, mas esse produto em si não tinha. Após a análise constatamos que ali não tinha nada a ver com nenhum óleo natural vegetal, nada”, disse a perita.
O que diz a Anvisa
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o dietilenoglicol é um solvente orgânico altamente tóxico que causa insuficiência renal e hepática, podendo levar a morte quando ingerido.
A substância é a mesma encontrada em garrafas da cerveja Belorizontina, da Backer, no início de 2020, e que levou a morte de 10 pessoas.
A Polícia Civil informou que dono não tinha registro para a produção. Além do óleo, o homem, de 34 anos, ainda fazia cosméticos e produtos para cabelo.
Ele foi preso por estelionato, crime contra a ordem econômica, falsificação de produto terapêutico e, após a conclusão do inquérito das mortes, foi indiciado também por duplo homicídio culposo.
O delegado informou ainda que a polícia está em contato com o site de vendas para investigar outras possíveis vítimas do vendedor.
G1