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Área de oito hectares no perímetro urbano cultiva mais de 90 espécies e inspira práticas sustentáveis na cidade
Uma agrofloresta implantada por um casal em plena zona urbana de Botucatu é destaque em uma reportagem do Globo Rural. Em meio ao avanço do concreto e à valorização imobiliária, a área de oito hectares abriga hoje mais de 90 espécies cultivadas e resiste como um refúgio de biodiversidade no interior de São Paulo. A agrofloresta plantada há seis anos pelo casal Guilherme Araújo e Lenise Baldini contrasta com o asfalto e o concreto ao redor, resistindo às recorrentes investidas do mercado imobiliário para compra e loteamento da área de 80 mil metros quadrados – o equivalente a oito hectares.
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Agrofloresta em Botucatu desafia o avanço do mercado imobiliário
A agrofloresta da Nume, como foi batizada, surgiu há seis anos pelas mãos de um casal de agricultores botucatuenses. A área, que pertence à família há décadas, passou a ser alvo constante de investidas do setor imobiliário, com propostas milionárias para loteamento e construção de residenciais de alto padrão.
A resposta, no entanto, tem sido a preservação. O espaço é mantido sem uso de agrotóxicos e abriga um sistema integrado de produção de alimentos e recuperação florestal. Entre as culturas já em colheita estão banana, café e flores, que são comercializadas em arranjos produzidos localmente. Além disso, outras espécies em desenvolvimento incluem graviola, castanhas, pinha e árvores nativas como peroba e jatobá.
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Projeto alia produção de alimentos, arte e preservação ambiental
Segundo o agricultor responsável Guilherme, a agrofloresta se aproxima mais de uma arte do que de uma ciência. A prática requer sensibilidade, intuição e atenção aos sinais da natureza. As sementes são germinadas na própria propriedade, e o plantio é feito em sincronia com os ciclos naturais, respeitando o tempo de cada espécie e promovendo a regeneração do solo.
Lenise Baldini, companheira de trabalho e vida do agricultor, formada em agronomia, compartilha a mesma filosofia. Para ela, aplicar os processos da natureza é uma forma de tecnologia avançada, que exige conhecimento profundo, observação constante e sintonia com o ambiente.
Iniciativa coloca Botucatu no mapa da agroecologia urbana
A presença da Nume Agrofloresta no programa Globo Rural não apenas projeta Botucatu nacionalmente como também reforça o potencial da cidade para liderar práticas sustentáveis no meio urbano. A iniciativa prova que é possível produzir alimentos, preservar o meio ambiente e resistir à especulação imobiliária dentro dos limites de uma cidade em expansão.
Mesmo diante de críticas pontuais de alguns moradores da vizinhança, o projeto mantém seu propósito, servindo como referência para quem deseja conciliar natureza, agricultura e urbanização. A história do casal botucatuense revela que a agrofloresta não é apenas viável — ela é essencial para o futuro das cidades.
Com Portal Globo Rural