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Pesquisadores da Nova Zelândia tiveram uma surpresa neste final de ano: um casal de takahē, ave rara e típica do país, chocou um filhote no interior da Zealandia, um santuário ecológico urbano localizado a poucos minutos do centro de Wellington. O fato era inesperado, uma vez que papai e mamãe eram considerados inférteis.
O filhote, com cerca de sete semanas de idade, foi encontrado em novembro, mas sua existência permaneceu em sigilo por semanas como medida de proteção. As primeiras imagens, divulgadas com exclusividade pelo jornal The Guardian, revelam um animal coberto por penugem preta, com pernas e garras pretas e grandes em proporção ao corpo, e um bico escuro com a ponta clara.
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O takahē é uma das aves mais peculiares da fauna neozelandesa. Incapaz de voar, robusto e adaptado à vida terrestre, é o maior representante vivo dos ralídeos, uma família de aves terrestres de pequeno a médio porte, com asas curtas, pés grandes e dedos longos.
A espécie, que se reproduz apenas uma vez por ano, foi considerada extinta na virada do século 20, até ser redescoberta em 1948. Desde então, integra o programa de espécies ameaçadas mais antigo da Nova Zelândia, que conseguiu reconstruir lentamente a população para cerca de 500 indivíduos.
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Pais improváveis
Os pais do filhote, Bendigo e Waitaa, chegaram à Zealandia há dois anos, classificados como um casal não reprodutor, informa a reportagem. Após uma tentativa frustrada de nidificação em 2024, a equipe do santuário não esperava novos esforços do par.
Mas em outubro, Waitaa desapareceu, um indício de que ela poderia estar fazendo ninho. Algumas semanas depois, a equipe do santuário ouviu pios em um trecho denso de mata e instalou uma câmera de trilha. As imagens confirmaram a existência do filhote.
“Fiquei boquiaberta. É um milagre”, disse Jo Ledington, gerente de conservação e restauração da Zealandia. “Qualquer filhote que conseguirmos adicionar a essa população é incrivelmente valioso.”
A especialista também deu algumas informações sobre o bichinho: “Suas pernas são realmente muito longas e robustas, e seu bico está adquirindo um formato mais adulto, o que, em seu pequeno corpo coberto de penugem, lhe confere um aspecto um tanto dinossauro”.
A partir dos três meses de idade o filhote começará a se parecer mais com um takahē adulto. Nesta etapa da vida, a ave mede aproximadamente 50 cm de altura, com bico grande e é coberta por penas verdes e azuis.
Fonte: Um Só Planeta