Anúncios
Um casal de São Mateus do Sul, no sul do estado, encontrou nesta quarta-feira (16), um pedaço de metal retorcido, com cerca de quatro metros de comprimento, que eles acreditam ser lixo espacial. O material está em uma propriedade rural.
Dois especialistas ouvidos acreditam que a peça pode ser o pedaço de um foguete.
Anúncios
De acordo com a empresária Joseane Maria Franco Portes, o objeto foi encontrado por acaso, quando o marido dela, João Ricardo Pacheco Porte, verificava as cercas da propriedade.
“Ele encontrou a peça e disse ‘Jô, achei um negócio no meio do mato, venha ver’. Aí eu fui e levei o celular. Mas não tive coragem de encostar”.
Anúncios
Joseane diz que a peça, inclusive, quebrou galhos de árvores durante a queda.
A empresária explicou que o objeto caiu em um terreno ao lado do que ela e o marido moram. Mas apesar de terem encontrado a peça nesta quarta, ela e o marido acham que a queda aconteceu na semana passada.
“Eu ouvi um barulhão, umas 5h. Eu pensei que alguma coisa tinha explodido aqui perto, mas fui lá fora e não vi nada. Como o terreno é grande e trabalhamos com eventos, não é sempre que andamos por tudo, aí não achamos antes”.
‘Tudo para ser’
De acordo com Rogério Toniolo, físico e professor do curso de Física da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), a peça aparenta, de fato, ser lixo espacial.
“Tem todo jeito de ser um lixo espacial que caiu. Aparenta ter passado por temperatura alta, tem uma parte interna toda preta que pode ser por queima de combustível… Então, sim, pode ser uma seção de um foguete que resistiu a queima da atmosfera e atingiu o solo”.
Segundo ele, não é possível afirmar com exatidão de que objeto espacial a peça é oriunda. Na madrugada do dia 8 de março, porém, moradores do Paraná registraram, em vídeo, a queda restos de lixo espacial entrando em órbita com a Terra.
“A SpaceX tem lançado muitos foguetes e produzido bastante lixo espacial, então eu diria que tem uma certa possibilidade de que seja alguma parte de foguete deles”.
Para o astrônomo Diego de Bastiani, o ideal é que o material seja encaminhado para o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). A reportagem questionou o órgão se ele teve conhecimento sobre o caso, porém, não obteve resposta até o fechamento desta matéria.
“Estes destroços geralmente são pulverizados na atmosfera da terra, pouca coisa cai. A maioria cai no oceano. Mas não é descartada a possibilidade de um destroço cair em terra. Pelo tamanho, sim, parece ser um pedaço de fuselagem de foguete”, destacou Bastiani.
Fonte: G1