18 de maio, 2024

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Cardosinho: a imponência e requinte do primeiro grupo escolar de Botucatu

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Um dos mais tradicionais slogans de Botucatu é ser a “cidade das boas escolas”. Essa frase mostra toda a força da educação botucatuense, com o município agregando desde tradicionais estabelecimentos de ensino ao que há de mais moderno em qualificação profissional e de produção científica. 

Isso mostra o polo educacional que a Cidade se tornou ao longo dos anos. Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Botucatu concentra 54 escolas no Ensino Fundamental, 25 estabelecimentos no Ensino Médio, entre instituições de caráter público ou particular. Nesse contexto, são 886 professores atuando no Ensino Fundamental e 452 docentes no Ensino Médio. Ao todo, são 22 mil alunos matriculados nas etapas iniciais e de formação, fazendo com que  o município tenha 97% de alfabetização entre estudantes de 6 a 14 anos. 

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Estes números representam o impacto que a educação básica tem na formação do cidadão. Tal excelência foi construída com instituições que marcam e ainda formam com excelência. É o caso do Grupo Escolar Cardoso de Almeida, inaugurado em setembro de 1896 e considerado o primeiro estabelecimento do tipo em Botucatu. Quando da inauguração, recebeu 369 alunos, dos quais 193 eram meninas. A História do grupo teve início um ano antes, funcionando em um prédio adaptado, na Rua Cesário Alvim [atual Rua João passos], entre a Coronel Fonseca e a Siqueira Campos. 

A escola sempre foi influência no desenvolvimento educacional de Botucatu. (Foto: PauloLi)

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Um dos patrimônios do chamado “Centro Histórico”, o Cardosinho tem seu diferencial pela arquitetura em estilo neo-gótico e neo-romântico, resultado do projeto do arquiteto Victor Dubugras, integrante do Departamento de Obras Públicas do Estado de São Paulo. Para a época foi um dos prédios mais requintados da Cidade, com diversos materiais sendo importados, como as telhas, de origem francesa. Estas informações constam em diversos escritos como o livro Achegas para a História de Botucatu, de Hernâni Donato; e da professora Ana Creuza Zacharias, que lançou em 2010 o livro “Projeto Flor-de-Lis”, que conta toda a trajetória do grupo escolar. O título da publicação, inclusive, é uma alusão a uma característica do projeto original da edificação: uma flor de lis alocada em frente à fachada, que foi retirada durante trabalhos de reforma e restauração.

A estrutura teve projeto do arquiteto Victor Dubugras

A criação da escola veio de um antigo anseio do município em proporcionar ensino público aos cidadãos. Foi escolhido como terreno uma área no chamado altiplano, no que se configura atualmente na Praça Martinho Nogueira. A denominação foi dada em homenagem a Cardoso de Almeida, político botucatuense, com mandatos como deputado estadual, federal e por diversas vezes secretário de Estado (Justiça e Interior) e também chefe da polícia paulista.   

Passados 123 anos de sua criação, o Cardosinho está cercada pela Escola Estadual Cardoso de Almeida e também está nas proximidades de outros atrativos arquitetônicos como a Catedral Metropolitana, a Cúria e antigo Seminário, os Colégios La Salle e Santa Marcelina, o complexo do Botucatu Tênis Clube, além das praças Rubião Júnior e Dom Luiz Maria de Santana. 

A escola passou por intenso processo de restauração em 2002, a fim de preservar suas características centenárias e que ainda a marca como um dos mais representativos edifícios botucatuenses. Atualmente sob gestão municipal, o espaço concentra 15 salas de aula disponíveis, salas de leitura, salas de vídeo, quadras coberta e descoberta, laboratório de informática, entre outras estruturas de suporte à educação. Concentra mais de 30 funcionários, que dão assistência a 326 alunos do Ensino Fundamental. 

Cardosinho, em foto datada da década de 1930

Como atrativo turístico, a escola tem sua fachada em estilo neogótico, além dos trabalhos de restauro como as dependências do corpo principal, as salas laterais, as salas que se transformam em salão de festas (no pavimento superior), além da recuperação das faixas decorativas da edificação. A escola, certamente, ainda é imprescindível na educação de diversas gerações de botucatuenses, além de representar parte do desenvolvimento do município.

Prédio mantém parte de suas características originais, principalmente na fachada.

Por Flávio Fogueral Notícias Botucatu

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