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Com problemas no coração há 13 anos, a atriz Claudia Jimenez morreu aos 63 anos, na manhã deste sábado, no Hospital Samaritano, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro, por insuficiência cardíaca. A causa da morte, confirmada no início da tarde, é a que mais faz com que pacientes sejam internados e reinternados no mundo todo, de acordo com o cardiologista Carlos Scherr, diretor geral do Instituto Nacional de Cardiologia (INC).
Nos últimos anos, a atriz passou por três cirurgias no coração, que ficou enfraquecido por conta de uma radioterapia para tratar de um câncer no tórax, diagnosticado em 1986. Em 2009, Claudia infartou e colocou cinco pontes de safena. Em 2012, passou por uma cirurgia de substituição da válvula aórtica e precisou colocar quatro stents — pequenos tubos que são inseridos no interior das artérias para facilitar a circulação sanguínea. Já em 2014, sofreu uma parada cardíaca e precisou ser operada para colocar um marca-passo. Após a cirurgia, teve pericardite, a inflamação na membrana que envolve o coração.
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O cardiologista Carlos Scherr conta que Claudia era diabética, fato que também costuma influenciar no desenvolvimento de doenças coronarianas mais cedo, segundo o especialista. Ele não atuou no tratamento da atriz, mas conta que, quando ela infartou, a cantora Zélia Duncan o procurou pedindo uma opinião sobre o caso da amiga.
— Me lembro um pouco do caso da Claudia porque quando ela infartou a Zélia Duncan me procurou. Era diabética e infartou, o que é uma cronologia muito comum. Quando o paciente infarta, uma parte do músculo do coração morre. É uma zona que não se recupera mais, como uma cicatriz, e, dependendo do tamanho, prejudica o funcionamento do coração, diminuindo o poder de bombeamento. Hoje em dia, temos mecanismos, como aparelhos e remédios, que fazem com que pacientes tenham uma qualidade de vida melhor e vivam por mais tempo, mas chega um momento que não são suficientes para manter o coração funcionando adequadamente, podendo levar à morte por insuficiência cardíaca ou arritmia. O fato é que a insuficiência é o que mais faz com que pacientes sejam internados e reinternados no mundo — explica o diretor geral do INC.
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Ainda segundo o médico, o enfraquecimento do coração provocado por tratamento de radioterapia é menos comum, hoje em dia:
— Antigamente, a radioterapia levava tudo que tinha pela frente. Hoje, o tratamento ainda pode lesar, mas é mais concentrado. Então, as lesões em músculos como o coração acontecem menos. Independente da origem da doença, seja pela radioterapia, diabetes ou ambos, o coração dilata, perde a capacidade de contração e entra em insuficiência cardíaca, perdendo a capacidade de bombear o sangue para frente. Todo nosso sangue funciona dependente da presença de oxigênio nos tecidos, e quem impulsiona esse oxigênio é o coração. Existem tratamentos que melhoram, mas é uma doença sempre grave. Infelizmente, a Cláudia faleceu cedo. No geral, as mulheres quando desenvolvem doença de coronária costumam ser diagnosticadas com dez anos a mais que os homens. O que temos trabalhado, hoje, é no sentido de evitar que o paciente descompense. Muitas vezes são reinternados por transgressão de líquido e sal. Como a maioria das doenças do coração, não tem cura e para alguns pacientes a única solução é o transplante — acrescenta Carlos Scherr.
Fonte: G1