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A gigantesca caravana de migrantes que atravessou o México na tentativa de cruzar a fronteira para os Estados Unidos se reúne gradativamente com a chegada nas últimas horas de centenas de centro-americanos à fronteiriça Tijuana, cujo abrigo estava no limite nesta quarta-feira (21) com 3.500 pessoas.
Durante toda a noite chegaram dezenas de caminhões procedentes de Mexicali (a 182 km), com 1.000 migrantes exaustos e famintos que batalharam para encontrar onde descansar e o que comer.
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No trajeto, um hondurenho morreu na estrada após ser atropelado por um veículo, que fugiu. Esta é a segunda morte registrada depois que em outubro, em Chiapas (sul), outro migrante perdeu a vida ao cair de um automóvel.
No estado de Chiapas, no sul do país, agentes da imigração detiveram 300 centro-americanos que entraram ilegalmente no México pelo rio Suchiate a partir da Guatemala, durante a madrugada desta quarta-feira, e seguiam para a cidade de Tapachula.
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Os migrantes, que carregavam bandeiras de El Salvador e Honduras, foram detidos e levados de ônibus até a estação migratória de Tapachula, onde poderão solicitar refúgio.
Segundo Mario Osuna Jiménez, titular de Desenvolvimento Social da Prefeitura de Tijuana, na manhã de quarta-feira 3.500 migrantes lotavam o abrigo administrado pela cidade.
Fora do local, centenas de migrantes se amontoavam para obter algum alimento levado por ativistas e associações religiosas. Acampamentos improvisados eram erguidos na região.
O hondurenho Osman Bueso, de 27 anos, se disse preocupado de que “a comida não vá dar”, que haja apenas 20 sanitários no abrigo e que se estende um temor sobre como vão cruzar para os Estados Unidos.
“Passar todos juntos seria melhor, mas é ruim porque nos dá medo porque andam dizendo que (o presidente americano) Donald Trump diz que quem passar por ali vai ser morto”.
Trump acusa os migrantes de tentar invadir os Estados Unidos e enviou milhares de militares à fronteira com o México.
Nesta quarta-feira, o secretário americano de Defesa, Jim Mattis, declarou que os soldados enviados à fronteira “não estarão armados” para intervir em caso de violência por parte dos migrantes.
“Nenhum soldado estará armado (…). Provavelmente serão membros da polícia militar equipados com escudos e cassetetes, sem armas de fogo”.
O presidente também publicou uma ordem executiva negando a possibilidade de dar asilo aos que cruzarem a fronteira ilegalmente, mas foi suspensa temporariamente por um juiz.
A espera destes migrantes para tentar pedir refúgio de forma ordenada nos Estados Unidos leva meses, inclusive mais de um ano. Muitos migrantes – de várias nacionalidades – estão há meses em Tijuana esperando autorização para entrar por um posto fronteiriço.
Tijuana, o ponto fronteiriço mais ao norte do México, sempre esteve na mira da gigantesca caravana que chegou a somar 7.000 pessoas em seus aproximadamente 4.400 km percorridos desde Honduras em pouco mais de um mês.
Em seu avanço para o norte do México, a caravana se dispersou e diminuiu, à medida que alguns migrantes decidiam pedir asilo e outros, em menor número, solicitaram repatriação. Pelo menos duas caravanas mais percorrem o território mexicano rumo aos Estados Unidos.
Os centro-americanos chegam a Tijuana em meio a uma hostilidade crescente de alguns grupos e do próprio prefeito, que os acusa de desafiar a autoridade e cometer crimes.
Segundo a Polícia local, foram detidos 57 centro-americanos por cometer diferentes delitos, dos quais 40 foram deportados.
Fonte: Yahoo!