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A capitã da seleção de futebol feminino do Afeganistão pediu o apoio da Fifa para salvar as jogadoras, que continuam no país, do regime talibã, em postagem feita na quinta-feira (19) em uma rede social.
Shabnam Mobarez, de 26 anos, vive nos Estados Unidos. Ela pediu que a Federação Internacional de Futebol atue para retirar as jogadoras que ainda vivam no país.
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“Precisamos agir para salvar minhas colegas de time”, disse Mobarez. “Elas são minhas irmãs.”
“ are you okay”
— Shabnam Mobarez (@shabnammobarez) August 19, 2021
My teammate in Afghanistan “No I am not – I know they will come for me soon, can you help me?” @FIFAcom how should I answer the question? We must act to save my teammates. They are my sisters? ?
A jogadora contou que mantém contato com as colegas que continuam no Afeganistão após a retomada do poder pelo grupo extremista Talibã.
Segundo ela, há muito medo e apreensão. E há ainda a insegurança de que os talibãs tentem ir atrás delas, por conta da atividade que exerciam.
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Apesar de o Talibã ter dito, no início desta semana, que daria mais liberdade às mulheres do que durante sua primeira vez no poder, diversos relatos de perseguição são compartilhados pelas afegãs.
Sob o governo talibã, entre 1996 e 2001, entretenimentos como televisão e música foram proibidos, as mãos dos ladrões eram cortadas, e assassinos, executados em público.
Mulheres ficaram proibidas de trabalhar, ou estudar; e as acusadas de adultério eram açoitadas e apedrejadas até a morte.
Buscas em casa
Apesar da tentativa inicial do Talibã de tentar passar uma imagem menos radical, militantes do grupo extremista têm intensificado a busca por pessoas casa a casa, aponta documento confidencial da Organização das Nações Unidas (ONU).
Os talibãs têm listas com nomes e os alvos são pessoas que trabalharam para forças de segurança afegãs, americanas e da Otan, além de veículos de imprensa e entidades internacionais, segundo o relatório de inteligência da ONU.
Mobarez afirmou que suas colegas de time passaram a viver escondidas, fora de suas casas e que – abandonadas pela federação nacional – não podem confiar em ninguém.
Em entrevista ao jornal português “Expresso” ela disse que há um “risco muito elevado” ao tentarem deixar o país, mas que também os talibãs podem descobrir seus endereços.
“Tudo é muito incerto e para nós, que vemos de fora, é desolador ver e saber disso tudo e não podermos fazer nada”, disse a esportista. “Agora temos todas estas mulheres desamparadas, deixadas à sua sorte.”
Fonte: Yahoo!