04 de julho, 2025

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Cantora Célia morre aos 70 anos em SP

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A cantora Célia morreu aos 70 anos na noite desta sexta-feira (29) em São Paulo. Ela estava internada há cerca de um mês no Hospital Sancta Maggiore para o tratamento de um câncer. A informação foi publicada em sua página oficial no Facebook: “É com imensa tristeza que informamos o falecimento da cantora Célia”. Segundo sua assessoria de imprensa, o velório será de 9h às 15h no Cemitério do Araçá, e depois o corpo seguirá para a cremação no Cemitério da Vila Alpina.

Nascida em 8 de setembro de 1947, a cantora foi revelada no programa de TV Um instante, maestro!, comandado pelo controvertido apresentador Flávio Cavalcanti (1923 – 1986).

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No embalo da projeção nacional pela TV, Célia iniciou promissora carreira fonográfica na primeira metade dos anos 1970, década em que lançou quatro álbuns pela extinta gravadora Continental, todos batizados com o nome da cantora.

Os três primeiros, de 1971, 1972 e 1975, são especialmente relevantes. O primeiro trouxe regravação de Adeus, batucada (Synval Silva, 1935) que mostrou que Célia sabia pisar com firmeza no terreirão do samba. Habilidade confirmada em 1975 quando a cantora deu voz a outro samba antigo que seria, a partir de então, associado à voz de Célia: Onde estão os tamborins? (Pedro Caetano, 1946).

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Assim como a voz de Célia, os tamborins ficaram mais escondidos nos anos 1980 e 1990, década refratária a cantoras associadas a uma MPB que já começava a ficar à margem do mercado. Célia, atualmente mais conhecida em São Paulo do que no resto do Brasil, gravou discos eventuais, mas amargou injusto ostracismo até retomar a carreira fonográfica com regularidade, na última década, sob a batuta do produtor Thiago Marques Luiz.

A partir do álbum Faço no tempo soar minha sílaba (2007), gravado em duo com o violonista Dino Barioni e lançado há dez anos, a discografia de Célia entrou novamente no tom. Nesse segundo tempo da carreira, Célia apresentou ao menos três gravações antológicas que confirmaram a grandeza do canto da intérprete.

Em 2010, acertou com precisão o tom de Vidas inteiras – uma bela e quase desconhecida de Adriana Calcanhotto, composta para a trilha sonora do filme Polaroides urbanas (Brasil, 2008) – em gravação feita para o álbum O lado oculto das canções (2010).

Em 2011, teve outro instante grandioso ao sobressair no elenco do tributo A voz da mulher na obra de Taiguara por jogar luz sobre Mudou (1972), outra bela e desconhecida canção, esta da lavra guerrilheira do compositor uruguaio-brasileiro Taiguara Chalar da Silva (1945 – 1996). Célia deu aula de interpretação ao dar voz a Mudou.

Em 2015, no (por ora) último álbum da carreira, Aquilo que a gente diz, a cantora pescou pérola rara do compositor capixaba Sérgio Sampaio (1947 – 1974), Eu sou aquele que disse (1973), traduzindo na voz a ansiedade, a angústia e a inquietação dessa música que fervilhou no caldeirão existencial de Sampaio.

Fonte: G1

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