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Caminhoneiros de Botucatu e região aderiram ontem à paralisação nacional da categoria. A mobilização reuniu mais de 60 caminhões, segundo o Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos (Sindicam), e foi motivada pelas constantes altas nos preços do diesel e derivados do petróleo. Estima-se que o combustível registrou 8% de aumento nas bombas neste ano, como prática da política de preços da Petrobras.
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Os manifestantes reuniram-se por volta das 7 horas e ocuparam parte da pista da Rodovia João Hypólito Martins, a Castelinho, no trecho próximo à rotatória da divisa com a Avenida José Pedretti Neto. Foram promovidos piquetes e um buzinaço pela região. Partiram, em seguida, em direção à Rodovia Marechal Rondon (SP-300), até o pedágio na divisa com São Manuel. Após um período estacionados no acostamento, retornaram a Botucatu.
O trânsito não foi prejudicado. Mesmo assim, motoristas que não aderiram à paralisação e de veículos de passeio enfrentaram pequena lentidão por causa da quantidade de caminhões parados. A Polícia Militar Rodoviária acompanhou toda a mobilização e não registrou nenhuma ocorrência. Também foram registrados atos em Itatinga, Barra Bonita, Tupã, Ourinhos e Bauru.
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Segundo Fernando David, diretor do Sindicam em Botucatu, mais de 3.500 caminhoneiros exercem a atividade na região que compreende também os municípios de Bauru, Jaú, Marília, Avaré, Conchas, entre outros. “Este é um ato da Associação Brasileira dos Caminhoneiros e o objetivo é mostrar à população que estes aumentos não são mais suportados pela categoria. Para se ter uma ideia, com a nova política da Petrobras (onde os reajustes podem ser diários conforme o mercado internacional), está difícil, tanto para quem é autônomo, quanto para as empresas, em fazer o cálculo de gasto. Hoje gastamos quase 70% do valor do frete somente abastecendo o veículo”, ressalta.
O sindicalista alerta que as constantes altas de preços podem ser imediatamente repassados ao consumidor. O modal rodoviário é predominante na logística, por onde circula 56% das cargas e a maior parte dos passageiros no país, de acordo com o Ministério dos Transportes. “Caso tenhamos que repassar estes prejuízos no frete, sobe tudo. Desde o gás de cozinha ao feijão, serão impactados com o preço dos combustíveis”, frisou. “Ou o caminhoneiro repassa esse prejuízo ou vai à falência. Manter um caminhão é extremamente caro”, ressalta David.
No período da tarde, boa parte dos caminhoneiros ficaram estacionados na região do Parque Marajoara e chegaram a atear fogo em pneus. Após a informação que a Petrobras anunciou que ocorrerá a redução do preço da gasolina e do diesel nesta quarta-feira, foi iniciada a dispersão.
Petrobras anuncia redução dos preços da gasolina e do diesel
A partir de hoje, a gasolina e o óleo diesel terão redução de 2,08% e 1,54%, respectivamente, conforme anunciado pela Petrobras.
A queda no preço da gasolina ocorre depois de 11 aumentos consecutivos nos últimos 17 dias, e do preço do produto ter fechado os primeiros 21 dias do mês de maio com alta acumulada de 16,07%. Com a queda de 2,08%, que entra em vigor amanhã, o preço da gasolina nas refinarias cairá para R$ 2,0433. No caso do diesel, com a queda de 1,54%, após sete aumentos consecutivos, o produto passará a custar a partir de amanhã nas refinarias R$ 2,3351.
O diesel acumula desde o dia 1º de maio alta de 12,3%.
Fonte: Jornal Leia Notícias com Flávio Fogueral