12 de dezembro, 2024

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Caminhoneiros descartam nova paralisação após encontro com governo

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Após uma reunião de quase cinco horas com o governo, representantes de caminhoneiros garantiram, nesta segunda-feira, que não haverá paralisação da categoria nas próximas semanas. Segundo eles, o ministério da Infraestrutura assegurou que irá atender duas das principais reivindicações dos motoristas: aumentar a fiscalização do piso mínimo de frete e atrelar o reajuste da tabela ao preço do diesel.

— Eu acho que nós conseguimos administrar essa condição de momento e não deve haver paralisação de caminhoneiros neste momento. A representação dos caminhoneiros está conseguindo conversar com o governo — disse o presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Diumar Bueno.

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Em nota, o ministério informou ter firmado com a categoria uma agenda de trabalho a curto prazo com o objetivo de amortecer o efeito da variação do preço do diesel. A pasta se comprometeu a estudar a eliminação de “multas desnecessárias aos caminhoneiros”; transferir o custo do diesel para a tabela do frete; fazer uma “fiscalização efetiva” da referência de custo do piso mínimo do frete; e celebrar um termo de compromisso com as entidades representantes da categoria “para tornar mais efetiva a fiscalização”.

Atualmente, a lei já permite reajustar a tabela do frete automaticamente quando o diesel sobe mais de 10%. O ministério não explicou que irá diminuir esse percentual. Além disso, não disse a atual tabela atualmente será reajustada.

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“Construímos em conjunto agenda de trabalho que envolve eliminação de multas injustas, transferência do custo do diesel para tabela de frete, fiscalização dessa referência de custo e termo de compromisso com entidades representantes para tornar a fiscalização mais efetiva”, disse, em nota, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas.

Numa tentativa de evitar uma nova paralisação nacional de caminhoneiros, o ministro da Infraestrutura se reuniu nesta segunda-feira com representantes da categoria. Segundo a pasta, o governo recebeu 26 lideranças de caminhoneiros, entre integrantes de onze entidades da classe e um grupo de motoristas autônomos.

A reunião desta segunda é mais um aceno do governo do presidente Jair Bolsonaro para conter a insatisfação dos caminhoneiros, pouco antes de se completar um ano da greve de maio de 2018. O movimento do ano passado paralisou o país por mais de uma semana e gerou uma crise de abastecimento, principalmente de combustíveis, nas principais cidades.

Um dos líderes da categoria, Wanderlei Alves, conhecido como Dedeco, afirmou que os próprios caminhoneiros deverão ser agentes de fiscalização da tabela do frete, levando denúncias de empresas que não estejam cumprindo a tabela à CNTA, que por sua vez repassará à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e ao governo. O ministério teria se comprometido também a retirar multas a motoristas que fizerem as denúncias.

Outra questão que, segundo os representantes, teria sido fechada pelo governo, é a promessa de que a tabela será reajustada de acordo com as mudanças do preço do diesel.  O primeiro reajuste seria feito até o dia 29, de acordo com as alterações que o valor do combustível sofreu desde o início do ano. Segundo Bueno, o governo ficou de calcular de quanto será essa mudança.

— Da minha parte, eu peço aos caminhoneiros que se acalmem — disse Dedeco.

Receio de nova greve

O receio do governo com uma nova greve ficou mais claro há menos de duas semanas, quando Bolsonaro ligou para o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, e pediu para a estatal suspender um reajuste de 5,7% no preço do óleo diesel. A companhia recuou e segurou a alta no combustível. A medida gerou reação no mercado, que teme interferência na estatal.

Após a repercussão negativa, o ministro da Economia, Paulo Guedes, garantiu que a Petrobras é livre para definir sua política de preços, mas disse que a estatal precisa ser mais transparente no processo para a definição dos valores dos combustíveis. Em seguida, a estatal acabou anunciado um reajuste de R$ 0,10 no litro do diesel. O valor do combustível é uma das principais reclamações dos motoristas.

Na tentativa de dar mais transparência à sua política de preços, a Petrobras informou nesta segunda-feira que passou a divulgar diariamente em seu site os preços de venda da gasolina e do óleo diesel em todos seus 37 pontos de venda dos derivados de suas refinarias nas várias regiões do país. A companhia destacou que “está fortemente comprometida com a transparência e repudia práticas monopolistas.” Até agora, a estatal só divulgava o preço médio no país.

Apesar da alta no diesel, o governo anunciou outras medidas para os caminhoneiros. O Palácio do Planalto garantiu R$ 2 bilhões para investimentos em rodovias federais, um crédito total de R$ 500 milhões via BNDES para caminhoneiros autônomos, e a construção de pontos de repouso em rodovias.

Fonte: G1

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