Caminhoneiro é preso em Cerquilho em operação da PF contra tráfico internacional de drogas

A Polícia Federal prendeu nesta quinta-feira (6), em Cerquilho (SP), um homem suspeito de participar de um esquema de tráfico internacional de drogas. A prisão aconteceu durante a operação “Grão Branco”, que cumpriu 110 mandados em várias cidades. Destes, 38 são de prisão e 72 de busca e apreensão, além de 102 ordens de sequestro de bens, ou seja, o bloqueio de imóveis e veículos.

O investigado preso na cidade é um caminhoneiro suspeito de transportar drogas escondidas entre a carga do veículo.

O nome da operação, inclusive, deve-se ao transporte de grãos, como soja e milho do estado de Mato Grosso para São Paulo para justificar as viagens das carretas que transportavam a cocaína.

O caminhoneiro foi ouvido e levado para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Sorocaba.

De acordo com a PF de Mato Grosso, o transporte acontecia por caminhões vazios, que saíam de São Paulo com destino à Mato Grosso. No destino, as cargas eram carregadas com soja, para esconder a cocaína, que posteriormente, eram entregues em galpões, no interior de São Paulo.

Segundo a polícia, muitos destes caminhoneiros eram aliciados pelo grupo e outros já estavam envolvidos no tráfico de drogas.

Os mandados foram expedidos pela 1ª Vara da Justiça Federal de Cáceres (MT) e são cumpridos em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Tocantins, Amazonas, Maranhão, Pará, Rio Grande do Sul e Paraná.

A Justiça Federal determinou, ainda, a busca e apreensão de dez aeronaves e o sequestro de todos os bens de 103 pessoas físicas e jurídicas investigadas. O valor total de bens sequestrado está sendo apurado.

Aeronaves foram apreendidas no interior de São Paulo, inclusive um hangar na cidade de São José do Rio Preto (SP). As cargas eram avaliadas em aproximadamente R$8 milhões. A droga era enviada para a Europa.

Além da Polícia Federal, participaram da operação a Polícia Rodoviária Federal, Força Aérea Brasileira, Grupo Especial de Fronteira (Gefron/MT), Polícia Civil de Mato Grosso e Polícia Militar de SP, MT e MS.

Núcleos de ação

De acordo com a Polícia Federal do Mato Grosso, os envolvidos traficavam as drogas por meio de núcleos. Traficantes na Bolívia entravam em contato, por meio de aplicativos de mensagens criptografadas, com os criminosos no Brasil. Os criminosos brasileiros eram os responsáveis pelo transporte da droga e do dinheiro.

A cocaína chegava na Bolívia por meio das aeronaves que saíam do Brasil. Os voos eram clandestinos, porém, os pilotos informavam aos aeroportos de São Paulo que sobrevoariam até o Mato Grosso e depois desapareciam dos radares.

As aeronaves eram registradas em nome de terceiros, chamados de laranjas, ou até mesmo por meio de documentos falsificados. Cada piloto recebia aproximadamente R$100 mil por transporte.

Fonte: G1 – Foto: Divulgação/Polícia Federal