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Os vereadores de Pardinho (SP) aprovaram na noite de quinta-feira (17) uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar uma denúncia de suposto desvio de verba pública envolvendo o vereador Renan Pereira Ebúrneo (PTB).
Em uma sessão de mais de três horas e com a participação de todos os parlamentares do município, incluindo o vereador envolvido no escândalo, sete dos nove vereadores votaram pela abertura da Comissão Especial de Inquérito.
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A denúncia aponta que Renan Ebúrneo teria combinado o pagamento de um equipamento de som usado em uma festa particular e pedido à assessora da prefeitura a emissão de nota fiscal.
“Você tinha falado que tinha conversado com ele para ter karaokê e o karaokê é do rapaz, ele me explicou depois. Aí na sexta-feira, na praça, estava eu e o Ricardo lá. Ele chegou [e disse]: ‘amanhã falaram para levar o som’. E eu falei: ‘é mesmo, a Viviane falou para você?’. Quando ele falou: ‘aí eu tenho que acertar para o rapaz’. O Ricardo (chefe de gabinete exonerado) estava perto, aí o Ricardo falou: ‘aí depois emite nota, alguma coisa para ele, aí você repassa para ele’. Então, vai ter que fazer isso, Vi, de pegar uma nota, de tirar uma nota no valor de R$ 300 e o Chitão repassa para ele”, diz o vereador em áudio pelas redes sociais.
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Desvio de verba pública
A polêmica veio à tona na semana passada em outro escândalo envolvendo servidores públicos. Entre os dias 17 e 20 de janeiro, a Prefeitura de Pardinho fez compras em papelarias e lojas esportivas de Botucatu (SP), com altos preços e notas com suspeita de superfaturamento, que estariam sendo usados para uso pessoal de servidores municipais. Áudios de conversas indicam que as compras teriam sido autorizadas por Antônio Carlos Corulli “Tai”, chefe de compras da prefeitura.
Entre os itens adquiridos pela prefeitura estão canetas no valor de R$ 150 a unidade, mochilas a R$ 449 e tênis e sapatos comprados a mais de R$ 400. O total das notas fiscais das compras soma quase R$ 18 mil.
As compras de material escolar e sapatos seriam para crianças que são acolhidas na Casa Transitória do município em situação de vulnerabilidade. Mas, segundo as denúncias, os produtos, na verdade, foram destinados para uso pessoal de funcionários públicos que trabalham na Secretaria de Assistência Social.
Além desses áudios, quando o suposto esquema foi descoberto, a diretora de Assistência Social e a assessora mostraram medo de que somente elas fossem punidas pelas compras irregulares.
“Eu sei que a gente errou, sabe Raquel? Você errou de deixar a gente comprar. Eu errei de ir lá comprar. A Alessandra errou de ir lá comprar. A Rô errou. Todo mundo errou. Todo mundo erra, vem lá de todo mundo e só a gente vai pagar o pato? Então, não é justo”, diz a assessora.
A Polícia Civil já ouviu mais de dez pessoas entre investigados e testemunhas no caso das compras em lojas de Botucatu. Em relação à abertura da CEI na Câmara Municipal, a investigação deve durar inicialmente 90 dias para apurar as responsabilidades do vereador Renan Ebúrneo no caso da suposta nota fria.
Fonte: G1