17 de novembro, 2024

Últimas:

Cães de Jeff Machado que ajudaram a desvendar sumiço do ator já foram adotados

Anúncios

Os cães da raça setter inglês do ator Jeff Machado, de 44 anos, já foram adotados.

Os animais, que foram fundamentais para ajudar a desvendar o sumiço, e posteriormente a morte de Jeff, foram para novos lares no Rio de Janeiro, com o consentimento da família do ator.

Anúncios

“Um está desaparecido, um foi atropelado e faleceu, e outro faleceu após o resgate. Os cinco que sobraram, ficaram em tutela do irmão do Jeff, que os doou para famílias que ele julgou serem boas e responsáveis”, informou a ONG Indefesos, que ajudou no resgate dos cães e no contato com a família de Jeff.

O cãozinho resgatado que morreu foi Caetano Veloso – os cachorros têm nomes de ídolos da MPB. Ele foi o último a ser achado, em Campo Grande – mesmo lugar em que o corpo de Jeff foi achado -, e bastante debilitado.

Caetano Veloso, ao ser resgatado, e lindo, sob o cuidado de Jeff: animal não  resistiu — Foto: Reprodução/Redes sociais

Caetano Veloso, ao ser resgatado, e lindo, sob o cuidado de Jeff: animal não resistiu — Foto: Reprodução/Redes sociais

Anúncios

“Ele foi encontrado em um dia e morreu no outro à noite. Estava muito fraco e anêmico”, contou o veterinário André Meirelles, que cuidava dos animais, e foi acionado pela Indefesos.

André ajudou cuidar e abrigar os setters, enquanto eles não iam para um lar temporário, e contou um pouco sobre a história dos animais com Jeff.

“Como eles não se adaptam em espaços fechados, foram levados para o meu hotel para cachorros, o Isla Bonita e, na sequência, levados para criadores de setters que se ofereceram para cuidar. Só após a família do Jeff vir registrar a ocorrência do seu desaparecimento, que eles foram doados definitivamente”, contou André.

Animal pode custar até R$ 3, 5 mil

Questionado se a pessoa que abandou os cães de Jeff, além de desumanidade, cometeu uma estupidez ao jogar um animal cuja raça pode valer até R$ 3,5 mil, o veterinário diz que não exatamente, e revela uma história de amor do ator pelos animais.

“Essas questões de preço são muito relativas porque esse preço é atribuído a filhotes – os do Jeff já eram adultos. Se o animal tem porte para participar de shows, é um preço, ou se vai ser reprodutor, tem outro”, esclarece.

André Meirelles conta que alguns dos cães de Jeff, por exemplo, vieram do chamado refugo, animais de uma ninhada que, por algum motivo, não são comprados ou adotados.

“Nós temos uma amiga, a Patrícia Triacca, que é criadora de setters e, volta e meia, quando sobrava um de refugo, ele pegava e criava. Jeff amava demais os cães dele, só uma grande tragédia, o separaria deles”, contou.

Jeff e André: amigos e cuidados com os cães — Foto: Reprodução/Redes sociais

Jeff e André: amigos e cuidados com os cães — Foto: Reprodução/Redes sociais

Ator se disse setter: ‘Minha versão cão’

Em um texto publicado no dia 10 de dezembro de 2022, Jeff Machado publicou uma foto clássica de seus animais no sofá e contou um pouco de sua paixão pelos animais e principalmente pela raça setter.

“Atualizando a clássica foto dos meus filhos juntos no sofá de casa: Nando Reis (8 anos), Gilberto Gil (7 anos), Cazuza (6 anos), Tim Maia (2 anos), Elis Regina (4 anos), Vinícius de Moraes (8 anos), Caetano Veloso (7 anos) e Rita Lee (9 anos), todos Setters, minha versão cão.

Quando eu era criança, no litoral sul de Santa Catarina, o hobby do meu pai era a caça, por isso ele tinha muitos cães como Pointers, Perdigueiros e Setters, criados pelos caseiros do nosso sítio ou da fazenda do meu avô paterno.

Morávamos em apartamento e minha mãe não me deixava ter contato com eles, eu tinha medo, até porque eu não participava das caçadas por não gostar de ver espingardas e cartuchos, ouvir tiros e olhar animais sendo perseguidos na natureza. Quando eu ganhei uma espingarda de pressão para iniciar, chorei e apanhei uma surra do meu pai, eu também não gostava da Escolinha de Futebol, sempre no banco de reserva lendo livros e do Karatê na academia, nunca passei da faixa amarela.

Tudo aquilo era contra a minha essência, um artista desde pequeno. Graças à Deus, tive uma mãe abençoada que me colocou para ser coroinha na igreja, trabalhar como modelo, fazer teatro amador na escola, participar de gincanas e me deu uma prancha de surfe para curtir o mar. Meus pais se separaram na minha adolescência, após a morte do meu irmão mais velho , aos 17 anos, eu mudei de cidade pra estudar e trabalhar ainda jovem, meu pai faleceu anos depois. Ninguém foge do seu destino. Eu acabei me tornando o que sempre quis ser desde criança: um homem gay, jornalista, modelo, ator, praieiro, surfista e com a casa cheia de livros e protetor da raça Setter no Brasil.”

Os setters de Jeff Machado — Foto: Reprodução/Rede social

Os setters de Jeff Machado — Foto: Reprodução/Rede social

Cães ajudaram a desvendar sumiço do ator

Foi a partir da localização dos animais que foram sendo abandonados em bairros da Zona Oeste do Rio de Janeiro, que a ONG Indefesos começou a investigar de quem seriam os bichos para, em um primeiro momento, responsabilizar o tutor, e, depois, dar pistas decisivas de que Jeff estava com algum problema, já que parecia improvável que ele abandonasse seus 8 cães da raça Setter.

A partir da leitura de chips, que os animais possuíam, eles chegarama até a família de Jeff que, ao saber que os cães estavam abandonados, tiveram a certeza de que não era Jeff quem falava com eles pelo WhatsApp.

A mãe do ator, Maria das Dores, já desconfiava do modo de se expressar da pessoa, mas não tinha como provar que não era o seu filho e que ele estava, de fato, desaparecido. O abandono dos cães foi prova fundamental para a polícia ir atrás de Jeff, tomando como data do desaparecimento do ator o dia 27 de janeiro.

O despejo de cães pela Zona Oeste também apontou uma direção sobre onde poderia estar Jeff.

Fonte: G1

Talvez te interesse

Últimas

Anúncios “Quantos sonhos cabem dentro de nós? Sei que a estrada vai além do que se vê. Já não é...

Categorias