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Os cães dados de presente pelo líder norte-coreano Kim Jong-un criaram uma disputa política na vizinha Coreia do Sul. A situação envolve o suporte financeiro do governo sul-coreano para cuidar dos animais, que ficariam com o ex-presidente.
Moon Jae-in recebeu do governo norte-coreano dois cães de caça da raça Pungsan em setembro de 2018, quando ainda era presidente da Coreia do Sul. Ele deixou o cargo em maio deste ano e foi substituído por Yoon Suk Yeol, que fazia parte da oposição.
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Os cães, um macho e uma fêmea chamados Songkang e Gomi, serviram para celebrar a cúpula entre os dois líderes em Pyongyang, capital da Coreia do Norte. A raça tem origem na região montanhosa de Pungsan, na Coreia do Norte, e é criada para caçar animais selvagens.
Oficialmente, os dois animais oferecidos por Kim Jong-um são propriedade do estado sul-coreano e ficariam nos Arquivos Presidenciais, órgão que administra presentes à presidência da Coreia do Sul. Mas eles e um de seus filhotes foram levados com Moon Jae-in após sua saída do cargo.
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Isso foi possível por conta de uma mudança de lei no país em março que passou a permitir que animais ou plantas que foram presentes presidenciais fiquem fora de instalações do governo.
Ex-presidente alega falta de verbas
Na última segunda-feira (7), porém, representantes de Moon afirmaram que ele não ficará mais com os bichinhos porque os custos com ração e cuidados veterinários não serão cobertos pelo atual governo, do presidente Yoon Suk Yeol.
O Ministro do Interior e da Segurança da Coreia do Sul disse que os cães voltaram na terça-feira (8) aos cuidados do governo. Segundo o órgão, os dois que foram oferecidos por Kim Jong-un estavam sendo examinados em um hospital veterinário.
Em um comunicado publicado no Facebook, a equipe de Moon acusou o governo atual de bloquear “inexplicavelmente” a proposta do ministério de fornecer recursos para tratamento dos animais.
O ministério havia cogitado destinar 2,5 milhões de wons (cerca de R$ 10 mil) mensais em subsídios. A quantia incluiria 500 mil wons (R$ 2 mil) para comida e cuidados veterinários e 2 milhões de wons (R$ 8 mil) para pagar funcionários que cuidariam dos cachorros, mas o plano não foi aprovado.
“Parece que o gabinete presidencial, ao contrário dos Arquivos Presidenciais e do Ministério do Interior e da Segurança, tem uma visão negativa sobre confiar o cuidado dos cães Pungsan ao ex-presidente Moon”, afirmou a equipe de Moon Jae-in.
Os representantes do ex-presidente afirmaram que a decisão de Yoon Suk Yeol seria aceita. “Eles eram animais de companhia e se apegaram [a Moon Jae-in], mas não haveria como rejeitar o término da atribuição”, disse o comunicado.
Atual presidente nega acusação
O gabinete de Yoon, por sua vez, disse que nunca impediu o ex-presidente de ficar com os animais e alegou que as discussões sobre o suporte financeiro ainda estavam em andamento.
“Foi inteiramente do ex-presidente Moon Jae-in a decisão de devolver os cães Pungsan aos Arquivos Presidenciais” em vez de esperar uma emenda legislativa para garantir os subsídios, disse o gabinete de Yoon.
A disputa entre o atual e o ex-presidente gerou críticas na internet, onde usuários lamentaram que os animais estejam sendo tratados apenas como propriedades.
Fonte: Yahoo!