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O cacique Raoni Metuktire, líder do povo Kayapó, entregou uma carta ao Papa Francisco, durante um encontro no Vaticano, em Roma, nesta quinta-feira (16), para falar sobre as mudanças e catástrofes climáticas que o Brasil está enfrentando.
Na carta, Raoni falou sobre as enchentes no Rio Grande do Sul – que já deixaram 151 mortos – e sobre a vulnerabilidade que os povos indígenas têm sofrido devido à perda da biodiversidade, em Mato Grosso. Ele pediu apoio da Igreja Católica.
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No documento entregue ao Papa, Raoni disse que o país está testemunhando uma tentativa de reverter os direitos que foram garantidos aos indígenas pela Constituição Brasileira de 1988. Ele afirma que, no cenário internacional, é evidente a crise que o país sofre perante aos problemas ambientais.
“É por isso que – na oportunidade da Cúpula do Clima das Pontifícias Academias de Ciências e de Ciências Sociais – viemos para rogar que Vossa Santidade continue nos ajudando, ao fazer com que a palavra da Igreja Católica, o chamado da Encíclica Laudato Sí e da Pastoral da Amazônia, cheguem aos membros de nosso Congresso que aparentemente não receberam ou compreenderam devidamente, até hoje, tal solene e alertadora mensagem”, diz trecho da carta.
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O sobrinho-neto de Raoni, Patxon Okreãjti, disse que é de extrema importância que o Papa, juntamente com a comunidade católica, demonstre interesse e preocupação com a causa, para que os impactos ambientais sejam minimizados, através de campanhas de conscientização.
“Além das enchentes que ocorrem no Rio Grande do Sul, ainda há o problema de desmatamento, seca nos rios e as regiões que sofrem com os incêndios [em Mato Grosso]. Por isso, o cacique pede que as pessoas se mobilizem e olhem para esses fenômenos que estão ocorrendo de maneira desenfreada. Pedimos apoio do Papa para que mais pessoas tenham consciência sobre o assunto, já que, quando eu falo, ninguém me escuta no Brasil”, disse.
Mato Grosso registrou o maior número de focos de incêndio do Brasil em abril de 2024, com 788 focos entre os dias 1°e 30, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Foi o o segundo mês seguido em que o estado ocupou essa posição, já que em março foram 1.624 focos.
Fonte: G1