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A cada ano, a Flórida, nos Estados Unidos, transforma a luta contra uma de suas maiores ameaças ambientais em uma competição inusitada: a caça às pítons birmanesas. Em 2025, o Desafio Piton da Flórida bateu recorde, com 294 removidas em apenas dez dias, segundo dados da Comissão de Conservação de Peixes e Vida Selvagem do estado (FWC). O número representa quase 100 capturas a mais do que na edição anterior.
Um total de 934 participantes de 30 estados e do Canadá estiveram envolvidos na caçada deste ano, que incluiu oito locais oficiais, entre eles o Parque Nacional Everglades, relata reportagem da NBC News.Quem venceu o desafio desta vez foi uma mulher. Esta é a primeira vez que isso acontece. Taylor Stanberry, que se declara nas redes sociais como “tratadora de animais venenosos” e “realocadora de animais venenosos”, removeu 60 animais. Ele levou para casa um prêmio de US$ 10 mil (aproximadamente R$ 54 mil).
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“Não acredito que sou a primeira mulher a ganhar”, escreveu ela em uma postagem. “Não posso fingir que as pítons são a única coisa que está destruindo o ecossistema e matando a vida selvagem nativa quando há toneladas de destruição de habitat, águas poluídas, mortalidade nas estradas e agora uma caça ao urso acontecendo. Eu amo toda a vida selvagem nativa da Flórida, desde as tartarugas-de-gopher e pássaros até os mamíferos, e as criaturas escamosas como jacarés e cobras, e eu só quero que elas prosperem o máximo que puderem, então vou pelo menos tentar fazer o meu melhor para restaurar os Everglades, mesmo que seja apenas uma pequena parte, como remover as pítons birmanesas invasoras.”
O restante dos prêmios, aproximadamente US$ 15 mil (R$ 81 mil) foi dividido entre os competidores nas três categorias do concurso: novato, profissional e militar. Donna Kalil, que no ano passado capturou 19 pítons na categoria profissional, capturou 56 este ano. Krista Hoekstra liderou a categoria novato, com 14 unidades e John Southworth, a militar, com 5.
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As pítons birmanesas são uma das espécies invasoras mais notórias do estado da Flórida, e a FWC implementou vários esforços para removê-las do ecossistema. Entre 2000 e abril de 2025, isso resultou na captura de mais de 23.500. O desafio tem sido importante nesse sentido.
“O número recorde de pítons invasoras removidas dos Everglades durante a competição deste ano é uma grande vitória para a vida selvagem nativa”, disse Rodney Barreto, presidente da FWC, em comunicado.
Ele destacou que, com mais de 1.400 pítons removidas durante todos os eventos do Desafio Piton da Flórida até o momento e mais de 16.000 pítons removidas pela comissão e e por contratados do Distrito de Gestão de Águas do Sul da Flórida desde 2017, “os esforços coletivos são essenciais para continuar a enfrentar as ameaças que as pítons-birmanesas representam para a vida selvagem e os ecossistemas nativos da Flórida”.

Fonte: Um Só Planeta