04 de março, 2025

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Brasileiro é preso acusado de esfaquear 3 pessoas na Irlanda

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O brasileiro Gabriel Ferreira Motta Valladares, de 29 anos, foi preso na noite de segunda-feira (10/2) pela polícia irlandesa, acusado de esfaquear três pessoas no centro de Dublin, capital da Irlanda, no último fim de semana.

Três homens com idades entre 20 e 50 anos ficaram feridos no ataque ocorrido nos arredores de Stoneybatter, região central de Dublin, na tarde do domingo (9/2).

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Segundo a polícia, os três estão sendo tratados por ferimentos graves, mas não correm risco de morte. As vítimas seguem internadas, segundo o último boletim médico publicado pelas autoridades irlandesas publicado nesta terça-feira.

Natural do Rio de Janeiro, Valladares reside em Dublin desde 2022. De acordo com as autoridades locais, ele utilizou uma faca e uma tesoura para cometer os ataques.

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Testemunhas relataram que o agressor usava máscara e as vítimas foram surpreendidas na rua. Ao jornal irlandês The Irish Times, uma testemunha disse: “Foi tudo muito rápido e rapidamente várias viaturas chegaram no local”.

Outra testemunha disse: “Foi uma experiência chocante para o povo de Stoneybatter. Foi horrível para os três homens que foram brutalmente atacados”.

Uma das vítimas teria sido atacada na porta de casa, enquanto outra foi atacada quando passava pela rua de bicicleta, disseram as testemunhas.

A motivação do crime ainda está sendo investigada.

O brasileiro compareceu diante de um juiz nesta terça-feira e foi informado sobre seu indiciamento por quatro acusações.

O detetive responsável pelo caso informou que, ao ser questionado sobre os crimes, Gabriel declarou: “Eu estava com medo de ser morto”.

Segundo o The Irish Times, o advogado de Valladares não fez um pedido por sua soltura sob fiança, mas solicitou atendimento médico imediato ao seu cliente.

O juiz ordenou que o brasileiro receba tratamento e que ele seja mantido preso pelo menos até a próxima audiência judicial, marcada para o dia 18 de fevereiro.

A BBC News Brasil tentou contato com o advogado de Valladares, mas não recebeu uma resposta até a publicação desta reportagem.

‘Estou com o coração destruído’

Em entrevista à BBC News Brasil, a mãe do suspeito afirmou que o filho tem problemas psiquiátricos diagnosticados há anos e já enfrentou episódios de surtos psicológicos.

Segundo ela, o filho morava sozinho na capital irlandesa e vinha relatando, há cerca de um ano, dificuldades para se manter no país, mencionando a falta de trabalho e moradia.

“Ele estava passando muita dificuldade. Estava passando frio morando nas ruas. Ele também me dizia por telefone que estava sendo perseguido. Eu ficava preocupada. Estou com o coração destruído”, desabafou.

Afirmou ainda que, orientada pelo advogado de defesa, está reunindo os laudos médicos de Valladares no Brasil para apoiar a estratégia jurídica. Ela afirmou que ainda não falou com o filho.

A Embaixada do Brasil em Dublin informou que está em contato permanente com a família de Gabriel Valladares, no Rio de Janeiro, com o advogado dele na capital irlandesa e com a polícia local.

A Embaixada afirmou ainda que enviou hoje solicitação formal para visitá-lo na prisão, com o objetivo de assegurar sua integridade física e oferecer assistência consular.

Na Irlanda vivem hoje cerca de 80 mil brasileiros, segundo a Embaixada. E tem sido recorrentes os registros de violência contra brasileiros no país. Em outubro do ano passado, o ex -maratonista Alan José de Lima, de 35 anos, foi atacado por dois adolescentes no centro de Dublin.

O entregador brasileiro contou que, logo após fazer a entrega de comida em uma das casas da rua, às 22h, ele foi cercado por dois adolescentes – que gritavam e usavam touca ninja para cobrir o rosto – e foi golpeado com uma lixeira na perna esquerda.

Alan conta que caiu no chão na hora e não conseguiu mais levantar. “Dava pra sentir que eles tinham ódio. Gritei help (ajuda, em inglês) o mais forte que consegui, senão eles iam me matar. A dor era insuportável. Eles quebraram o meu celular e levaram a minha bicicleta elétrica, que é o meu instrumento de trabalho.”

Em novembro, o brasileiro Alexandre Athos Pinheiro Teixeira, de 23 anos, foi atacado por três jovens enquanto trabalhava como entregador de comida por aplicativo na cidade de Cork, no sul da Irlanda.

Natural de Goiânia e residente no país há um ano, Alexandre relatou que o ataque começou de forma abrupta, quando um dos suspeitos desceu de um carro e tentou puxá-lo da moto.

Casos de violência como estes têm aumentado a preocupação da comunidade imigrante no país. Em ambos casos, mesmo após meses, as autoridades irlandesas ainda não divulgaram informações sobre a identidade dos agressores ou possíveis motivações para o ataque.

Fonte: BBC

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