13 de novembro, 2024

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Brasil tem 515 espécies de animais e plantas em perigo crítico de extinção; conheça algumas

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Segundo levantamento mais recente da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), divulgado em junho deste ano, 2.475 espécies brasileiras de animais e plantas estão ameaçadas de desaparecimento, sendo 515 delas consideradas Criticamente em Perigo (CR).

A lista deste ano incorporou cerca de 6 mil espécies à versão anterior, de 2023, aumentando para 163 mil animais, plantas e fungos avaliados no mundo. Desse total, 45,3 mil (28%) espécies de plantas e animais estão ameaçadas de extinção e 908 já foram extintas.

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Sapinho-admirável-de-barriga-vermelha (Foto: Divulgação/UFRGS)

De acordo com a bióloga Rosana Junqueira Subirá, do Centro de Sobrevivência de Espécies (CSE) Brasil, a classificação CR representa o mais alto risco de extinção de uma espécie, antecedendo o estado de Extinto na Natureza (EW).

“Uma espécie é considerada Criticamente Em Perigo quando seu risco de extinção atingiu um nível tão alto que, se as ameaças que a afetam não diminuírem, é muito provável que ela venha a se extinguir em um prazo relativamente curto”, explica ela.

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Veja algumas espécies brasileiras classificadas como Criticamente em Perigo (CR) na lista da IUCN:

Maçarico-esquimó

Uma das espécies que está à beira da extinção é o maçarico-esquimó (Numenius borealis), uma ave que podia ser vista no Brasil durante sua migração entre o Canadá e a Argentina. Sem registros em solo brasileiro há pelo menos 150 anos, ele é considerado Regionalmente Extinto (RE) pela lista nacional do ICMBio e Criticamente em Perigo pela IUCN.

Maçarico-esquimó é considerado possivelmente extinto (Foto: Domínio público)

Amplamente distribuída no século 19, a população do maçarico-esquimó foi muito reduzida pela caça excessiva na costa do Atlântico e no Rio Mississipi. No passado, era possível encontrar a espécie de setembro a novembro nos estados do Amazonas, Mato Grosso e São Paulo.

“Se ainda existir uma população [global], esta certamente será bastante pequena (menor que 50 indivíduos). Contudo, é admitida a possibilidade da espécie estar extinta”, informa a avaliação do Sistema de Avaliação do Risco de Extinção da Biodiversidade (Salve) do ICMBio.

Bagrinho-de-caverna

Mas as ameaças à biodiversidade não se restringem só ao ambiente terrestre e acabam alcançando até as profundezas das cavernas. Outra espécie que está prestes a desaparecer é o bagrinho-de-caverna (Ituglanis epikarsticus), peixe endêmico do Brasil.

Bagrinho-de-caverna (Ituglanis epikarsticus) só ocorre na caverna de São Mateus, em Goiás (Foto: Adriano Gambarini)

Segundo avaliação da IUCN, a espécie só ocorre na caverna São Mateus, localizada no Parque Estadual de Terra Ronca, em Goiás. Embora o ambiente principal da espécie esteja aparentemente protegido, foram observadas reduções na vazão do aquífero superior nas últimas três décadas.

Dentre as ameaças à sobrevivência do peixe, estão o avanço da agropecuária sobre o parque, o uso de agrotóxicos aplicados por deriva e o desmatamento, que causa diminuição da recarga hídrica do aquífero. Juntos, esses impactos reduzem continuamente a qualidade do habitat do bagrinho-de-caverna.

Sapinho-admirável-de-barriga-vermelha

Endêmico do Brasil, o sapinho-admirável-de-barriga-vermelha (Melanophryniscus admirabilis) habita o extremo sul da Mata Atlântica. Ocorre em uma pequena área às margens do Rio Forqueta, nos municípios de Arvorezinha (RS) e Soledade (RS).

Sapinho-admirável-de-barriga-vermelha é uma espécie de anfíbio da família Bufonidae (Foto: Ibere Machado/ iNaturalist)

Com população estimada em mil indivíduos, sua extensão de ocorrência é de cerca de 1 km², o que coloca a espécie em risco. “Espécies com distribuição restrita, como M. admirabilis, estão mais vulneráveis a impactos como destruição, fragmentação ou qualquer alteração no seu hábitat”, informa a avaliação do ICMBio.

O anfíbio possui hábitos diurnos, vive no ambiente terrestre e tem padrão reprodutivo “explosivo” (de reprodução intensa), reunindo-se durante as primeiras chuvas mais fortes na primavera, principalmente durante o mês de outubro.

A perda e fragmentação do hábitat, coleta ilegal de espécimes e uso de agroquímicos são ameaças ao anfíbio. Além disso, o projeto de instalação da usina hidrelétrica SHP Perau de Janeiro, que teve a licença negada em 2014, ainda segue como um risco potencial à sobrevivência do sapinho.

Fonte: G1

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