25 de novembro, 2024

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Brasil quase dobra apreensões de cocaína no primeiro semestre do ano

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As autoridades apreenderam 25,3 toneladas de cocaína no primeiro semestre de 2019, destinadas a Europa e África, 91,7% a mais que o mesmo período de 2018, devido principalmente a um aumento de controles nas fronteiras.

“No ano passado apreendemos 31,4 toneladas [de cocaína], este ano vai sem dúvida bater recorde”, afirmou o coordenador-geral do combate ao contrabando da Receita Federal, Arthur Cazella.

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O dado confirma efetivamente o aumento exponencial das apreensões nos últimos anos: de 958 quilos em 2014 e 2,5 toneladas em 2015, passaram para mais de 15 toneladas em 2016 e 18,07 toneladas em 2017.

Do total apreendido até junho, a metade (12,1 toneladas) foi apreendida no porto de Santos e 6,9 toneladas no de Paranaguá, os dois maiores pontos de saída de mercadorias do país.

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As apreensões de maconha, por sua vez, passaram de 3,9 toneladas para 10,2 toneladas no primeiro semestre, detalhou o funcionário.

Com uma fronteira terrestre de 17.000 km e marítima de 8.000 km, o Brasil registra um importante trânsito de drogas produzidas em Colômbia, Bolívia, Venezuela e Paraguai, destinadas a países europeus: Bélgica, Holanda, Espanha, França e Itália, principalmente.

“E já está contando com algumas rotas para a África”, disse Cazella.

Maior produção

As autoridades detectaram cocaína camuflada em todo tipo de mercadorias, de exportações de fígado de frango, tratores, madeira ou carros.

Em 8 de julho, a Polícia Federal deteve dois supostos membros da Ndrangheta calabresa, uma das maiores organizações do crime organizado do mundo, à qual se atribui o controle de 40% dos envios mundiais de cocaína.

O aumento das apreensões se deve, em parte, a uma melhor coordenação entre as forças públicas e à implementação de programas de gestão de risco, inteligência e vigilância nos pontos de saída do país, disse Cazella.

“Os nossos procedimentos de controle, vigilância e repressão estão evoluindo a uma velocidade muito grande”, observou.

A Receita Federal, explicou, busca detectar carga de alto risco ou transferências de dinheiro suspeitas, assim como fazer uma vigilância com câmeras e escâneres nos diversos pontos de saída de drogas do país.

Mas a tarefa se complica em grande parte pelas extensas fronteiras brasileiras. Se os Estados Unidos têm “um superproblema para controlar 3.000 km [de fronteira com o México], imagina a gente para controla 17.000 km”.

“Você não consegue reprimir [o narcotráfico] o tempo todo em todo lugar”, afirmou o funcionário.

Migração de quadrilhas

Um aumento das apreensões em Brasil e Europa, somado à queda no preço da cocaína no velho continente, devido ao aumento da oferta não antecipa nenhuma melhora, diz Cazella, para quem isto significa que a produção está aumentando.

“Na verdade, na minha opinião, a situação está piorando porque os nossos grupos criminosos estão começando a migrar para os países vizinhos”, como Paraguai, Bolívia e Venezuela, advertiu o funcionário, admitindo que a autoridade que mais pode falar de combate ao crime é a Polícia.

As principais facções de narcotraficantes no país são o paulista Primeiro Comando da Capital (PCC) e o carioca Comando Vermelho (CV).

“Os nossos grupos criminosos estão começando a migrar para os países vizinhos”, associando-se a quadrilhas nos países produtores ou inclusive tomando o seu lugar.

“Eles são grandes gerentes do crime e a partir da hora que eles começam a gerenciar o crime ao redor do Brasil, a situação vai piorando com certeza”, afirmou Cazella.

Fonte: Yahoo!

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