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O mercado de café terminou o ano passado como tantos outros anteriores. As exportações de café verde vão bem e voltam a atingir 33 milhões de sacas, mas as de produto processado desabam.
Além disso, a redução de preços no mercado externo não garante as mesmas receitas do que em 2014, apesar do bom volume exportado.
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A agregação de valor, tão buscada por parte do setor, fica cada vez mais distante. As exportações de café torrado caíram para US$ 10,1 milhões no ano passado, 72% menos do que em 2008. Naquele ano, o país acreditava que estava acertando o caminho do mercado externo, com constante crescimento no setor.
O cenário mudou. E, além de forte redução nas exportações, as importações de café torrado dispararam.
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No ano passado, o Brasil gastou US$ 67 milhões com as importações desse produto, 40% mais do que em 2014.
Mas o país perde não só nas exportações da bebida mas também na de equipamentos. Nesse valor está incluído o café torrado e moído das chamadas monodoses e cápsulas.
As importações de máquinas para o preparo de café somaram US$ 92,4 milhões em 2015, 22% mais que em igual período do ano anterior.
Já as exportações dessas máquinas, apesar do câmbio favorável, recuaram para US$ 159 mil, queda de 84%.
Em abril do ano passado, a Camex alterou a alíquota de café em cápsulas e das máquinas para a preparação da bebida. Ambos tiveram imposto modificado para zero. A Camex promoveu a redução tarifária para incentivar a criação desse mercado, atrair investimentos e viabilizar as exportação para a América Latina.
No que se refere às exportações de café torrado, o Brasil perdeu presença nos EUA, principal comprador do produto brasileiro.
As compras dos EUA recuaram para 547 toneladas, 13% menos do que em 2014. Já o segundo e o terceiro colocados aumentaram as compras.
A Itália importou 380 toneladas (+100%), e a Argentina, 178 toneladas (+12%).
Com relação às importações brasileiras, a Suíça se mantém líder, ao exportar US$ 35,9 milhões. O valor representa 54% do gasto brasileiro com as importações.
CAFÉ TURCO
Todos os principais exportadores para o Brasil ampliaram o volume comercializado no país em 2014. Há até a chegada de outros, como Peru, Turquia e Líbano. Todos com baixos volumes.
A Colômbia está no mercado há três anos e, embora o volume seja pequeno, tem crescimento acelerado.
As exportações totais de café do ano passado devem ficar próximas das de 2014, quando o pais colocou no mercado externo 36,3 milhões de sacas, das quais 3,5 milhões foram de café industrializado.
O café se posicionou como o sexto principal item da balança comercial dos básicos no ano passado. As receitas com o produto em grãos foram de US$ 5,6 bilhões (-7%).
O consumo interno brasileiro é de 21 milhões de sacas, e a produção, de 43 milhões de sacas, segundo a Conab.
Fonte: Folha de SP