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O Brasil lançará ao mar o próximo submarino da nova classe Riachuelo, garantindo maior controle sobre a faixa litorânea conhecida como Amazônia Azul. A cerimônia que marcará o início das atividades de teste do submarino Humaitá ocorrerá no próximo dia 11.
O Humaitá é o segundo da classe, fruto da cooperação tecnológica com a França, que já lançou ao mar o submarino Riachuelo, este em fase de testes finais, com vistas a ser entregue para operação à Marinha em 2021, quando estará armado e pronto para cumprir suas missões.
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No total, estão planejados quatro submarinos do tipo convencional, movidos à bateria, recarregadas por motor a diesel.
Futuramente, seguindo o planejamento atual, o Brasil contará com um submarino com propulsão nuclear, em 2033, batizado de Álvaro Alberto, em homenagem ao almirante que foi um dos grandes incentivadores do programa nuclear da Marinha, idealizador e primeiro presidente do atual Conselho Nacional de Pesquisas (CNPq). O início da construção do submarino nuclear está previsto para o segundo semestre de 2022.
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Os submarinos convencionais têm uma capacidade operativa de até 80 dias no mar, podendo ficar submersos por até cinco dias, sem necessidade de vir à tona para influxo de ar aos motores a diesel, o que garante um grande raio de ação, podendo ir sem paradas, por exemplo, do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul. Já o nuclear poderá ficar submerso por um tempo muito maior, pois não precisa vir à tona para alimentar seu sistema de propulsão, que não depende de ar.
O contra-almirante André Martins, gerente de Infraestrutura Industrial do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), destacou que é fundamental ao Brasil resguardar a faixa da Amazônia Azul, por onde passam a maior parte do comércio marítimo nacional e onde estão localizadas as principais jazidas de petróleo do país.
“O Prosub está alcançando a etapa de lançamento de seu segundo submarino ao mar. Com isso, nós estamos cumprindo marcos do Prosub, com intenção de chegarmos ao nosso submarino nuclear brasileiro. Permitirá a renovação dos nossos submarinos, de modos a termos navios modernos, projetados com a presença de brasileiros e já operando em nossas águas nacionais”, disse o contra-almirante.
Segundo ele, somente 10 países em todo o mundo, incluindo o Brasil, fabricam submarinos convencionais. E apenas cinco países, atualmente, produzem submarinos nucleares, time ao qual o país irá se juntar dentro de mais alguns anos: “nossos submarinos contribuem com a defesa nacional, permitindo que o Brasil preserve suas riquezas e seu mar territorial”.
O contra-almirante destacou também que o programa Prosub gera um grande número de empregos, em toda sua cadeia de produção, além de garantir um arrasto tecnológico importante, formando gerações de engenheiros e especialistas na construção de submarinos ao longo dos anos. São cerca de 700 empresas envolvidas, na produção dos mais variados componentes, com 300 projetistas na fase atual, devendo chegar a 600 no auge do programa, em um total de 1,9 mil funcionários ligados à empresa Itaguaí Construções Navais (ICN).
Tonelero e Angostura
Na mesma cerimônia que marcará o lançamento ao mar do Humaitá, ocorrerá a integração das seções do submarino Tonelero, que será o terceiro da série, com previsão de lançamento para dezembro de 2021, seguido pelo último convencional, o Angostura, planejado para ser lançado em dezembro de 2022.
O valor total estimado pela Marinha para os quatro submarinos convencionais é de 100 milhões de euros, o equivalente a R$ 630 milhões em câmbio atual. O dos quatro somados equivalem ao mesmo valor orçado para o submarino movido por energia nuclear, também 100 milhões de euros.
O projeto dos submarinos convencionais brasileiros é baseado no modelo francês Scorpene, porém a versão nacional é maior. Enquanto o Scorpene mede 66,4 metros (m), com 1.717 toneladas, os submarinos brasileiros têm 71,6 m, com 1.870 toneladas, acomodando uma tripulação de 35 militares e com um raio de alcance maior, dadas as dimensões continentais do Brasil.
O Prosub foi lançado em 2008 e contempla, além dos submarinos, a construção de um complexo de infraestrutura industrial e de apoio à operação, o Complexo Naval e Industrial de Itaguaí (CNI), que engloba o Estaleiro de Construção (ESC) e o Estaleiro de Manutenção (ESM), a Base de Submarinos da Ilha da Madeira (BSIM), o Complexo de Manutenção Especializada (CME) e a Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM), no município de Itaguaí, região metropolitana do Rio.
Atualmente, o Brasil conta com quatro submarinos da classe Tupi (Tupi, Tamoio, Timbira, Tapajó), um da série Tikuna e o Riachuelo, totalizando seis navios desse tipo. O Humaitá será o sétimo, mas estará operando apenas em fase de testes iniciais.
Fonte: Agência Brasil