15 de maio, 2025

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Brasil e ONU articulam mobilização para a COP30 em meio a impasse climático

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O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, realizam uma reunião online nesta quarta-feira (23) como parte da estratégia de mobilização conjunta para a COP30, que acontecerá em novembro em Belém, no Pará.

O objetivo do encontro, que contou com a participação de líderes mundiais, foi discutir o fortalecimento dos esforços globais para enfrentar a crise climática e acelerar uma transição energética justa.

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“O grande impulso do Brasil durante esta preparação para a COP30 é a mobilização porque sabemos que o contexto internacional não é visto como favorável para as discussões e avanços em torno das mudanças do clima. Mas, acreditamos que há um grande desejo e um impulso muito forte para falar sobre as mudanças do clima”, apontou o embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, em conversa com jornalistas.

Selwin Hart, assessor especial de Guterres e secretário-geral adjunto da Ação Climática da ONU, disse que a reunião visava fortalecer o engajamento dos líderes com a agenda da COP30, em meio às tensões geopolíticas.

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“A realidade é que precisamos do engajamento de líderes neste momento crítico. Os líderes que foram convidados são um grupo pequeno, mas representativo, de algumas das maiores economias do mundo. São países com importantes papéis de liderança regional, países que ocuparam copresidências desde o Acordo de Paris e algumas das nações mais vulneráveis ao clima do mundo”, salientou.

Ele acrescentou que este é um ano realmente importante para o avanço da agenda climática: “É o aniversário de 10 anos do Acordo de Paris e, também, é o ano em que os países apresentarão suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs)”.

Lula e Guterres firmaram compromisso, desde a última Assembleia Geral da ONU, em setembro do ano passado, de reunirem chefes de Estado para tratar dos temas relacionados na COP30 (Foto: Divulgação)

Apesar da importância das NDCs para o avanço do combate à crise climática, até o momento, apenas 19 países dos 196 signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês) fizeram as suas entregas – o prazo inicial era fevereiro, mas foi estendido até setembro.

“No cronograma, setembro parece estar emergindo como um momento em que muitos países apresentarão as NDCs. É claro que estamos pressionando alguns a se apresentarem antes mesmo disso. É importante que recebamos sinais de algumas dessas economias-chave. O Secretário-Geral [Guterres] foi questionado pelas partes na COP28 para convocar um evento especial de alto nível em setembro sobre as NDC e ele já sinalizou que fará isso para apoiar a criação de impulso, fornecendo, assim, uma plataforma para quaisquer anúncios, mas também para fazer um balanço de onde estamos e construir um diálogo político”, informou Hart.

A China, presente na reunião de hoje, se comprometeu pela primeira vez em entregar uma NDC com metas voluntárias de redução de emissões de gases de efeito estufa em todos os setores da sua gigante economia. O país asiático vem ganhando cada vez mais protagonismo na agenda do clima – sobretudo com a chegada ao poder de Donald Trump nos EUA e o anúncio da saída do país do Acordo de Paris. No encontro desta quarta, o secretário-geral da ONU afirmou que os EUA são, antes de tudo, uma economia de mercado, e disse que acredita que o setor privado norte-americano vai seguir adiante com a transição energética independente das vontades do novo presidente.

Sobre a COP30, o assessor especial de Guterres observou que a cúpula será um “momento absolutamente crucial para demonstrar ao mundo que o multilateralismo funciona, que a cooperação internacional funciona e que o Acordo de Paris continua sendo nossa maior esperança para enfrentar a crise climática”.

Corrêa do Lago complementou: “Temos dito o quão importante é mostrar ao mundo que as consequências dessas negociações são ações, resultados, exemplos e soluções. Portanto, é uma dinâmica diferente da anterior. Nada contra negociações, mas, como vocês sabem, elas já vêm ocorrendo há muitos anos. Acho que, nesta fase, já negociamos o suficiente para mostrar mais ações. E acho que o público em geral espera isso para, ao menos, acreditar no processo. Como queremos fortalecer o multilateralismo, temos que mostrar que o multilateralismo não se trata apenas de documentos de negociação. Trata-se das consequências dos documentos que negociamos”.

Fonte: Um Só Planeta

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