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O Mundial de Tóquio chegou ao seu último dia, e atletas de diversos países entraram no tatame para fazer uma disputa que tem agitado o judô. Trata-se do torneio por equipes mistas, que estará no programa dos Jogos Olímpicos de 2020. E o Brasil teve uma boa atuação: venceu a estreia contra a Alemanha de virada, passou pelo Azerbaijão, caiu para os japoneses, donos da casa, e, na disputa pela medalha de bronze, encarou a equipe da Mongólia e venceu por 4 a 2. Assim, a delegação verde e amarela termina com três pódios, sendo os outros dois bronzes com Rafaela Silva (-57kg) e Mayra Aguiar (-78kg).
– Sempre bom, né? Voltar com a bagagem cheia. É um peso a mais, mas vale o sacrifício (risos). Estou muito feliz com meu desempenho. É sempre uma competição diferente. Somos uma equipe, somos o Brasil. Às vezes um está cansado, o outro ajuda. A energia da equipe às vezes muda uma luta – comentou Rafaela Silva.
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Diferentemente do torneio individual, na disputa por equipes mistas os atletas entram todos juntos na área de competição. Há uma mescla de homens das categorias 73kg, 90kg e +90kg com mulheres do 57kg, 70kg, +70kg. São seis confrontos diretos nesses pesos. Em caso de empate, há um sorteio, e um atleta de cada país volta ao tatame para um duelo que já começa no Golden Score (prorrogação). Além do Brasil, a Rússia também saiu com um bronze nessa modalidade, tendo desbancado o Azerbaijão na disputa pelo 3º lugar. O Japão foi o campeão, e a França levou a prata. A final, aliás, foi emocionante, e os japoneses venceram por 4 a 2.
O Brasil começou neste domingo contra a Alemanha. Depois de iniciar perdendo por 3 a 0 (derrotas de Maria Portela, Rafael Macedo e Maria Suelen Altheman), a seleção empatou em 3 a 3 (vitórias de Rafael Silva, Rafaela Silva e Eduardo Barbosa, que só disputou o torneio por equipes mistas). E, no desempate, o sorteio ajudou o Brasil.
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A categoria 73kg masculina foi escolhida de forma aleatória, mas, como o alemão Anthony Zingg tinha sido desqualificado da competição por um ataque irregular no embate contra Eduardo, ele não pôde lutar, e o time verde e amarelo seguiu adiante. Um golpe de sorte.
Na sequência, veio o Azerbaijão, que desbancou Portugal na fase anterior em um duelo muito equilibrado. Foi na luta de desempate, quando Rochele Nunes acabou perdendo para Iryna Kindzerska. Após a eliminação dos lusitanos, o campeão mundial Jorge Fonseca carregou a brasileira para apoiá-la, já que ela estava triste e chorando muito.
Nas quartas, Brasil se mostrou mais confiante e empolgado. Eduardo Yudy abriu com vitória, e Maria Suelen Altheman desbancou ninguém menos que a gigante Iryna Kindzerska. Em seguida, Rafaela Silva também bateu sua rival. Baby perdeu seu confronto, mas Eduardo Barbosa garantiu o triunfo e a classificação: 4 a 1.
Na semifinal, o Brasil encontrou o Japão, o adversário mais difícil, e levou a pior, pelo placar de 4 a 0. Os judocas brasileiros, contudo, se esforçaram muito. Vale destacar principalmente a luta de Rafaela Silva, campeã olímpica da Rio 2016, com Tsukasa Yoshida, campeã mundial de Baku 2018 e vice em Tóquio 2019. Foi um confronto muito disputado, mas a carioca acabou sendo imobilizada e perdeu. Dessa forma, o time verde e amarelo foi para a disputa do bronze, e os nipônicos encontraram a França na final.
Na repescagem contra a Mongólia, Rafael Silva abriu o confronto vencendo Duurenbayar Ulzibayar com um ippon no golden score. Na luta seguinte, Rafaela Silva derrotou Enkh-Otgon Losol, abrindo 2 a 0. O primeiro ponto da Mongólia veio com a vitória de Tsogtbaatar Tsend-Ochir sobre Eduardo Barbosa. Só que, na sequência, Maria Portela bateu Gankhaich Bold deixando o Brasil muito perto da vitória. A Mongólia não se entregou e foi buscar mais um ponto na vitória de Altanbagana Gantulga sobre Rafael Macedo. Na luta seguinte, porém, Maria Suelen Altheman tratou de liquidar o confronto em 4 a 2 com um ippon sobre Munkhtsetseg Otgon.
– Lutar por equipes é maravilhoso. Ontem foi quase, mas hoje foi outra competição. Aqui quando um perde, todos perdem. Quando um ganha, todos ganham – comentou Suelen.
A disputa de equipes mistas começou no Mundial de Budapeste, em 2017, e o Brasil ganhou uma medalha de prata naquela ocasião. Em 2018, no torneio em Baku, no Azerbaijão, a seleção brasileira caiu logo na estreia diante da Alemanha por 4 a 2.
A competição por equipes mistas tem o Japão como principal país, com três ouros nas três edições disputadas. A França aparece em segundo, com duas pratas e um bronze. O Brasil tem uma prata e um bronze. A Coreia tem duas medalhas de bronze, uma com uma equipe unificada, com a do Sul e a do Norte juntas no torneio no Azerbaijão, e outra, só com sul-coreanos. E, por fim, aparece a Rússia, com dois bronzes.
Bia Souza se recupera de entorse
A judoca Beatriz Souza, que luta na categoria +78kg, se machucou neste sábado na disputa pelo bronze contra a turca Kayra Sayit. Foi bem no comecinho do embate e acabou sendo a tônica do confronto, com a brasileira se desdobrando para ficar de pé e sendo apoiada pela torcida presente no Budokan. Depois da derrota, a atleta, que terminou em quinto lugar, foi diagnosticada com uma entorse no joelho, e está recebendo os cuidados da Confederação Brasileira de Judô (CBJ). Bia foi medalhista de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Lima. De acordo com a CBJ, o caso não é cirúrgico.
Fonte: G1