24 de novembro, 2024

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Botucatu: Vizinhos, moradores do Maria Luiza questionam indefinição de área excedente no Para Todos

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O imbróglio quanto a faixa de terra existente no resi­dencial Para Todos, na Zona Sul, prossegue dias após a entrega oficial do novo bairro de Botucatu, com atrito entre moradores das Ruas Roberto Peguinelli e Giovana Giandoni, no Ma­ria Luiza, região vizinha. Algumas das reclamações referem-se quanto a obras realizadas no novo bairro, como a construção de mu­ros e despejo de entulho na área sub judice.

O problema teve início ainda nos primeiros dias após a entrega oficial das 331 casas do Residencial Para Todos, ocorrida em 21 de julho. Após a entrega das chaves das novas residên­cias, os compradores de casas da Rua Roberto Pe­guinelli – que faz divisa com o Maria Luiza – iniciaram a construção de muros e am­pliaram as estruturas pela área. O fato tem causado atrito entre os vizinhos.

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Moradores da Rua Gio­vana Giandoni, no Maria Luiza, reclamam da falta de diálogo. Eles dizem que entulho foi jogado na área em questão e que temem pela segurança das casas já que, no quarteirão, há um desnível de terreno. À re­portagem do Leia Notícias, relataram que alguns pro­blemas, como infiltração nos muros, além de fissuras nas paredes, ocorreram após a passagem de trato­res da Ecovita (empreitei­ra responsável pelo Para Todos) na área em questão para a terraplanagem. Fi­cou, segundo os morado­res, um acumulo de terra.

“Queremos saber e en­tender porque ainda não foi resolvido isso (a questão do terreno), pois a terra foi en­costada em nossos muros de fundo. Apesar de estar fechado, quem vai fazer a limpeza da área quanto a mato e outras sujeiras, já que não tem mais acesso?”, questiona uma das mora­doras que preferiu não se identificar. “Se a área está na Justiça, por que estão fazendo os muros além do espaço demarcado?”, frisam os moradores.

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Mesmo com o imbróglio, a área sub judice está ina­cessível devido a constru­ção de muros nas saídas para as ruas transversais. No dia da entrega das ca­sas era possível observar que alguns compradores já mediam a extensão de terra adicional e cotavam preços a serem cobrados pelo ser­viço de construção do muro com pedreiros.

Enquanto ocorria a con­versa da reportagem com os moradores do Maria Luiza, uma compradora do Para Todos relatou que, quando fez a aquisição, re­presentantes da construto­ra frisaram que a área seria “muro a muro”. Também salientou que tentou con­versar com os vizinhos do Maria Luiza, para resolver algum tipo de impasse, mas sem sucesso.

Procurada, a Ecovita no­vamente afirmou, em nota enviada à reportagem, que uma reunião foi realizada, em 17 de julho, com os fu­turos moradores da região, para esclarecer quanto a faixa de terra e as implica­ções sobre incursões que possam ser consideradas irregulares. Salientou que a área não pertence à cons­trutora e que as demarca­ções sobre os limites de terreno estão visíveis aos compradores.

Pelo projeto original apresentado pela Prefeitu­ra de Botucatu à Ecovita, empreiteira responsável pelas obras, cada lote con­ta com 200 m², sendo que as casas possuem 44,4 m². “Os lotes comercializados foram devidamente entre­gues, já demarcados, aos compradores. A empresa não fez qualquer propos­tas para que os mutuários adquirissem os excedentes das áreas, pois, como infor­mamos, a mesma não per­tence a Ecovita”, salienta a construtora.

A Prefeitura de Botucatu, também por meio de nota oficial, ressaltou que tam­bém não é proprietária da área e que a mesma perten­ce ao antigo proprietário. O detalhe, porém, está no fato de que o antigo dono morreu e o espólio ainda está na Justiça. Ainda na nota, frisa que a “Ecovita negocia com a família do antigo loteador uma solu­ção”.

“Não é permitido a Pre­feitura adquirir uma área para doação, ou algo equi­valente, especialmen­te com dinheiro público. Qualquer tipo de solução passa pela iniciativa priva­da, a qual não temos gestão sobre decisões estratégicas de aquisição, venda ou pre­ços dos produtos que co­mercializam”, frisa o docu­mento encaminhado pelo Poder Público ao Jornal Leia Notícias.

Fonte: Jornal Leia Notícias Por Flávio Fogueral

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