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Com maioria dos votos, os vereadores de Botucatu aprovaram, na noite da última segunda-feira, 26, o projeto de autoria, do Prefeito Mário Pardini, autorizando o município a contrair empréstimo na Caixa Econômica Federal para a construção de uma represa, no Véu de Noiva, no valor de R$ 50 milhões.
De acordo com a justificativa do Prefeito, o projeto vai permitir abastecimento de água por aproximadamente 50 anos.
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A ideia do projeto surgiu durante a crise hídrica, que atingiu Botucatu e parte do Estado. No município houve racionamento para agricultores, que retiravam água do Rio Pardo e também atingiu a produção da Duratex, que usava grande quantidade do líquido do Rio Pardo. Foram a favor do projeto os vereadores: Carreira, Paulo Renato, Cula, Laudo, Alessandra Lucchesi, Zé Fernandes, Jamila Cury Dorini, Trigo e Abelardo.
Rose Ielo votou contra. Izaias Colino, como presidente, não votou. Polêmicas – A aprovação do projeto foi cercada de polêmicas. As primeiras polêmicas envolveram o deputado Fernando Cury e o Secretário de Educação do Estado, João Cury.
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Boatos que circularam pela cidade apontavam os dois como contrários ao projeto e que teriam tentado usar o vereador e presidente da Câmara, Izaias Colino, para não dar andamento no projeto. Uma rádio chegou a destacar essa situação. João Cury reagiu negando ser contrário ao projeto e esclareceu que ele era favorável ao município buscar outra forma de realizar a obra, como, por exemplo, pressionar a Sabesp a participar do financiamento, considerando que ela é a concessionária do abastecimento no Município.
A posição da Sabesp só foi manifestada na semana passada, com uma declaração do diretor de infraestrutura, em nome da presidência da empresa, dizendo que a concessionária teria interesse na obra. Essa posição demorou mais de ano para ocorrer, considerando que desde a posse de Pardini ele vem trabalhando nesse projeto. Mesmo tendo apresentado projeto de inclusão de R$ 50 milhões no orçamento do Estado, no dia 6 de novembro, Fernando Cury também foi apontado como adversário.
Ele negou as declarações e destacou que tanto ele, como o irmão, estavam trabalhando para oferecer uma alternativa ao endividamento da Cidade.
Ielo critica endividamento e Pardini anuncia processo
Os problemas políticos envolvendo a decisão de construir a represa do Véu de Noiva continuam e agora vão parar na Justiça. Na manhã desta terça-feira, 27, o prefeito Mário Pardini anunciou que vai processar o ex-Prefeito e dirigente do PDT, Mário Ielo, que teria insinuado no Facebook que o atual prefeito estaria agindo ‘a favor’ da Sabesp, por ser ex-empregado e ainda quer manter profissionais com a estatal, por isso não pressionava a Sabesp para assumir o serviço como concessionário.
“Sempre me portei com ética, respeito e compromisso com a verdade.O debate sobre o assunto foi salutar, envolveu diversas posições e agradeço aos que opinaram e aos vereadores que votaram a favor. No entanto vou me defender de calunias lançadas pelo ex-prefeito que alegou que recebo da Prefeitura e da Sabesp e estaria protegendo essa empresa. Já pedi extratos de meus holerites na Sabesp, de minhas contas no Banco do Brasil e na Caixa Federal e vou oferecer à justiça comprovando que só recebo da Prefeitura. Ele vai ter de se retratar”.
Pardini disse, ainda, que registrou em cartório uma cópia da postagem na rede social, onde foram feitas as “calúnias” contra ele. Além disso, o Prefeito pediu cópias de sua situação legal no RH da Sabesp e todos os holerites da empresa até o início de 2017. “Em 2017 referente a 2016, recebi em março, um dinheiro referente à participação em lucros e resultados da empresa. Fora isso, não recebo nada da empresa. A Sabesp não permite que seus funcionários acumulem salários quando prestam serviços ao Estado, União ou Município”.
Em uma postagem, Ielo classifica o atual prefeito de mau gestor: “O Prefeito Pardini/PSDB está pedindo autorização dos vereadores para contrair dívida bancária de 93 milhões, pagando 45 milhões de juros ao Banco. Mas o próprio não vai pagar nenhum milhãozinho (337 mil). Quem vai pagar seu desperdício será os 6 próximos prefeitos”, e continuou: “Com o valor perdido dos juros, seria possível manter uma UPA / Pronto Socorro por 15 anos (4 novos mandatos / 4 próximos prefeitos). Se o funcionário da Sabesp e Prefeito Pardini reservasse 12 milhões no orçamento em cada ano de seu mandato, não jogaria fora 45 milhões em juros dos nossos impostos”, concluiu.
Jornal Leia Notícias por Haroldo Amaral