24 de novembro, 2024

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Botucatu: Sindicato dá como certo o ‘calote’ no 13º a professores e funcionários da Unesp

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Os professores e servidores técnico-administrativos regidos em sistema autárquico da Universidade Estadual Paulista (Unesp) vivem semanas de indefinição e intensa preocupação quanto ao pagamento do décimo terceiro salário. Tanto que os últimos desdobramentos não têm sido positivos para a categoria e pode afetar diretamente a economia botucatuense. O câmpus de Botucatu abriga quatro unidades (Faculdades de Medicina, de Medicina Veterinária e Zootecnica, de Ciências Agronômicas e Instituto de Biociências), sendo um dos maiores em estrutura e recursos humanos, a situação afeta diretamente mais de 2.500 funcionários. A situação tomou contornos ainda mais críticos por causa de um comunicado emitido pelo Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp), frisando a situação econômica vivida pela Unesp e que, praticamente, descarta o pagamento do décimo terceiro salário, onde a universidade destinaria R$ 180 milhões. A nota, assinada por Gerson Tomanari, diretor executivo do Cruesp, foi emitida em resposta a questionamento do presidente da Associação dos Docentes da Unesp, João Chaves, segundo reportagem publicada na última semana pelo jornal O Estado de S.Paulo.

Segundo o texto, reunião promovida pelo conselho, dia 30 de outubro, reafirmou as dificuldades orçamentárias da Unesp, que tem déficit estimado em R$ 213,6 milhões para este ano. A crise se arrasta desde 2017, quando o pagamento foi feito de forma parcelada, chegando até mesmo a ter definições judiciais a respeito. “Em resposta ao Ofício nº 16/2018, informamos que o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (CRUESP) reuniu-se em 30/10/2018 e debruçou-se sobre as análises oriundas das reuniões técnicas realizadas com o Fórum das Seis. Conclusivamente, as Universidades não contam com excedentes financeiros, pois aumentos pontuais recentes na arrecadação do ICMS tão somente diminuem os déficits orçamentários existentes em todas as três Instituições. A UNESP, especificamente, não dispõe de recursos suficientes para o pagamento do décimo-terceiro salário. Este é o cenário que se apresenta no momento”.

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Serão afetados pela medida 12.500 servidores autárquicos na ativa e aposentados. Nesse total, 2,1 mil são professores ativos e 2 mil aposentados, além de 4 mil servidores técnico-administrativos ativos e 4,4 mil aposentados. Todos esperam o recebimento do benefício até dia 20 de novembro. O cenário cada vez mais difícil para professores e servidores faz com que entidades representativas dos professores e servidores técnico-administrativos se mobilizem para garantir o pagamento.

Uma dessas é do Sindicato dos Trabalhadores da Unesp (Sintunesp), que ingressou no início de outubro na Justiça, a fim de garantir o pagamento integral do décimo terceiro. Outra frente de mobilização consiste em assembleias e reuniões pontuais com servidores e representantes sindicais nos principais câmpus da Unesp. Algumas já ocorreram em Botucatu, com objetivo de intensificar as negociações com a reitoria. “Quanto a mobilizações, temos feito assembleias com os câmpus e também protocolamos ação judicial para aguardar o resultado da mesma. A partir daí tentaremos outras providências, frisa Alberto de Souza, coordenador político do Sintunesp. Para ele, a situação chega a ser “preocupante”, por considerar o não pagamento do décimo terceiro como uma forma da reitoria da universidade em fazer “caixa” para honrar as demais despesas. “Entendemos esse comunicado do Cruesp como a mesma forma de antes.

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É um meio  da universidades fazer caixa com o dinheiro, algo que já vem acontecendo na Unesp desde 2015, com zero aumento nos salários”, ilustra Souza. A Unesp administra 34 unidades em 24 cidades, sendo 22 no Interior; uma na Capital; e uma no Litoral Paulista, em São Vicente.

Sindicatos avaliarão comunicado do Cruesp

Uma reunião do Fórum das Seis, entidade que agrega sindicatos representativos de professores e servidores da Unesp, USP e Unicamp, além do Centro Paula Souza, está marcada para esta sexta-feira, 9, em São Paulo. A pauta é a avaliação quanto o comunicado emitido no dia 30 de outubro, que reafirma as dificuldades financeiras das universidades. A partir do encontro, os representantes tentarão, novamente, negociar com as reitorias, a fim de chegar a um possível acordo quanto ao décimo terceiro salário.

Jornal Leia Notícias – Flávio Fogueral

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