24 de novembro, 2024

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Botucatu: Sem serviço de guincho, Prefeitura deixa de recolher veículos abandonados

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Na Rua Ângelo Ricardo Zanotto, no Jardim Mon­te Mor, em Botucatu, uma cena contrasta com as ca­sas e a pretensa calmaria da região. Um carro, esta­cionado há dezoito meses, causa apreensão em mo­radores da região, com re­gistro de uso de atos ilícitos em seu interior e diversas reclamações e denúncias na Guarda Civil Municipal (GCM).

O automóvel, um Volkswagen Voyage, está parado quase que no meio da rua. Sem vidros, rodas e pneus, além de partes internas, como os bancos. É frequente, segundo uma moradora da região, ver pessoas utilizando o veícu­lo à noite para o uso de en­torpecentes.

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O caso ilustra uma si­tuação que se enquadra­ria na Lei Municipal nº 5.442/2013 que, desde 2014, disciplina o esta­cionamento de veículos em estado de abandono. Entre as regras está a ca­racterização de abandono: quando o veículo está esta­cionado no mesmo local da via ou locais públicos por mais de quinze dias con­secutivos. Também precisa apresentar as seguintes condições de deterioração: sinais de decomposição ex­terna; mau estado de con­servação; impossibilidade de locomoção; ausência de placas de identificação; vidros quebrados ou por­tas destrancadas, entre outros.

Muitos dos sinais en­contrados no Voyage es­tacionado no Monte Mor caracterizam o abandono. Com isso, os moradores entraram em contato com a Polícia Militar e a Guarda Civil Municipal para as pro­vidências estabelecidas em Lei, que variam desde noti­ficação, aplicação de multa

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de R$ 200, além da remo­ção do veículo, sendo que o proprietário tem que arcar com os custos da remoção e taxas. Se o carro não for retirado em até 90 dias, o mesmo será disponibiliza­do a leilão para amortizar as despesas. “No começo ele (o carro) estava até in­teiro, mas agora pegaram as rodas, bancos e outras coisas. Fora que o pesso­al entra para mexer com drogas, quando está frio”, relata Andressa Diniz, mo­radora da região. Segundo ela, foram diversas as liga­ções nos últimos oito me­ses, sem sucesso, já que a Prefeitura de Botucatu não possui mais convênio com a empresa responsável pela remoção dos veículos.

A situação é confirmada pela própria Prefeitura de Botucatu. O Poder Público explica, por meio de nota oficial, que o convênio en­cerrou-se em janeiro, após cinco anos. Desde então aguarda o posicionamento do Departamento Estadu­al de Trânsito (DER) para a licitação, que visa contra­tar a empresa responsável pela gestão do serviço de guincho e do pátio de veí­culos.

Isso porque, em abril, a Câmara Municipal apro­vou Lei nº 5.976, de 27 de março de 2018, que mu­nicipaliza os serviços de guincho e pátio de veículos. Na alegação do Poder Pú­blico, a medida visa redu­zir custos com o serviço, que pode chegar a R$ 280, independente do porte. “Este convênio, que já foi encaminhado ao DETRAN, permitirá a licitação para a contratação da empresa que administrará o pátio e também a empresa que oferecerá o serviço de guincho, com redução dos valores que eram pratica­dos anteriormente”, salien­ta a nota oficial.

Mesmo com a suspensão temporária do serviço de guincho nas denúncias de abandono, a própria Pre­feitura ressalta que a GCM continua com as ações de notificação. Em 2018, foram notificados 64 veícu­los e 4 foram recolhidos ao pátio de veículos, ainda durante a vigência do con­trato. No ano passado, fo­ram 165 notificação e 19 recolhimentos.

Fonte: Jornal Leia Notícias com Flávio Fogueral

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