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A Universidade Estadual Paulista (Unesp) vive, nas últimas semanas, novo clima de indefinições e possibilidade de greve. As motivações centram no índice de reajuste e equidade salarial, subsídios aos estudantes e reposição contínua do quadro funcional.
O índice proposto nesta quinta-feira, 17, pelo Cruesp (Conselho dos Reitores das Universidades Públicas Estaduais) que reúne, além da Unesp, a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), foi de 1,5% para todos os servidores vinculados às instituições de ensino e pesquisa. Em 2017, por exemplo, servidores da USP e Unicamp receberam 3% de reajuste nos vencimentos, enquanto que a Unesp não ofereceu nenhum aumento salarial.
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O valor apresentado nesta quinta-feira é inferior ao requerido pelo Fórum das Seis- entidade que reúne sindicatos das três universidades, mais o Centro Paula Souza, mantenedora das Escolas Técnicas Estaduais e Faculdades de Tecnologia do Estado. Seria necessário, no caso da Unesp, reajuste superior a 16% para o alinhamento nos vencimentos comparativamente com os servidores das outras duas universidades públicas estaduais. A estimativa é do Sindicato dos Trabalhadores da Unesp, Sintunesp.
Entre as reivindicações da categoria ainda estão a falta de reposição e a alta terceirização dos servidores – há três anos a Unesp não abre vagas em concurso, segundo o Sintunesp – e o amparo à permanência estudantil. Tais pleitos, no entanto, sequer chegaram a ser apreciados pelos reitores na reunião.
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Até o início da noite, o Fórum das Seis ainda não tinha deliberado se aceitaria ou não o índice proposto pelos reitores. Independentemente da posição – que pode culminar em greve nas universidades -, uma nova rodada de negociações está marcada para o dia 30 deste mês.
Assembleias nos Câmpus do Lageado e Rubião Júnior
Alunos e servidores técnico-administrativos reuniram-se em diversos câmpus da Unesp para debater, tanto o reajuste salarial, quanto questões de investimentos em educação e pesquisa. Em Botucatu foram promovidas assembleias em duas ocasiões: na terça-feira (15) e nesta quinta-feira (17), na Fazenda Experimental do Lageado e em Rubião Júnior.
Unesp atrasou pagamento o 13º salário
Uma das mais graves crises de financiamento da universidade afetou diretamente o vencimento dos servidores – entre técnico-administrativos e professores – contratados no sistema de autarquia da Unesp. No final de 2017 foi oficializado que a universidade não efetuaria o pagamento do décimo-terceiro salário.
Mais de 12.700 servidores na ativa e aposentados – sendo 2.500 em Botucatu – seriam afetados pelo “calote”. Não estava descartada a possibilidade de greve geral. Diversas mobilizações foram realizadas nos dias próximos ao pagamento da primeira parcela do vencimento, que seria em 12 de dezembro.
Na ocasião, a reitoria informou que a universidade fecharia 2017 com um déficit orçamentário e financeiro de R$ 231,6 milhões. Determinação judicial obrigou a Unesp a pagar os servidores, fato que ocorreu somente em fevereiro deste ano. Para o crédito nas contas, a instituição destinou todo o orçamento de 2018.
Fonte: Jornal Leia Notícias Por Flávio Fogueral – Foto Daniel de Carvalho