26 de dezembro, 2024

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Botucatu reduz em 95% o número de mortes no trânsito

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Nos primeiros quatro meses deste ano Botucatu contabilizou apenas uma única morte no trânsito, registrada em janeiro, na Rodovia João Hipólito Martins [Castelinho], envolvendo um homem, na faixa dos 30 anos. O dado é do INFOSIGA-SP (Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo) e representa uma vitória, uma vez que neste mesmo período do ano passado, ou seja, de janeiro a abril, foram 19 óbitos provocados por acidentes nas vias ou estradas do Município. Ou seja, queda de quase 95%.

Outros dados, estes fornecidos pela Polícia Militar, evidenciam também queda no número de acidentes, com vítimas e sem vítimas no trânsito de Botucatu. Enquanto que no primeiro quadrimestre de 2016 foram 372 acidentes, este ano o total foi de 274. Isso representa uma redução geral de 26%. O número de acidentes sem vítimas foi reduzido de 225 a 178 (-20%), enquanto que os acidentes com vítimas de 147 para 96 casos (-34 %).

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Esses números foram apresentados na tarde desta quinta-feira (25), no Salão Nobre da Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB), campus de Rubião Júnior, durante o Encontro Regional de Trânsito alusivo ao Maio Amarelo. O evento contou ainda com a palestra diretor da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), Dr. Dirceu Rodrigues Alves Jr, que palestrou sobre as consequências da velocidade e energia do movimento no trânsito.

“Estudos científicos provam que com 32 km/h somos capazes de causar 5% de óbito. Se aumentarmos para 45km/h a possibilidade de óbito é de 48%. E se aumentarmos mais um pouco, para 65km/h, o risco de óbito é de 85%. A velocidade é contrária às necessidades de uma direção segura. Não podemos imaginar que velocidade seja a única maneira de se chegar rapidamente a algum lugar”, argumenta Alves.

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“No curso de formação aprendemos a dirigir a 30km/h…a 40 km/h, fazer o carro subir um aclive e uma baliza. Mas não conhecemos as adversidades que vamos encontrar no dia a dia, na cidade ou rodovia. Não aprendemos ultrapassar um veículo longo ou fazer uma frenagem caso um pedestre apareça na minha frente. Então precisamos mudar essa cultura, principalmente investindo em educação no trânsito desde a infância”, complementa.

Medidas

De acordo com o INFOSIGA, base de dados estatísticos o Movimento Paulista de Segurança no Trânsito, Botucatu contabilizou 37 óbitos decorrentes de acidentes de trânsito ao longo de 2016. A maioria no primeiro semestre. Diante deste fato, o Município passou a adotar medidas mais enérgicas como ampliação da fiscalização eletrônica e redução da velocidade (traffic calming) em mais de 20 vias. Sem falar nas campanhas educacionais de rotina.

Após visitas in loco feitas pelo Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), também foi providenciada a readequação da sinalização viária, o que incluiu novas pinturas de solo e substituição de mais de 2 mil placas. O resultado pode ser sentido no segundo semestre do ano passado. Em agosto e novembro houve redução em mais de 30% no número de acidentes de trânsito, em comparação ao mesmo período de 2015.

“Depois dos alarmantes números do ano passado, que colocavam Botucatu com a taxa mais elevada de morte no trânsito a cada 100 mil habitantes, hoje caímos 30 posições. Isso porque iniciamos estudos junto à CET de São Paulo a aplicar uma série de ações. Da redução de velocidade, investimentos em sinalização, até o trabalho contínuo de educação no trânsito”, detalha Rodrigo Fumis, secretário adjunto de Mobilidade Urbana.

“Para se ter ideia, recebemos em nosso Centro Vivencial de Trânsito cerca de 80 crianças por dia, abrangendo quase toda a Rede Municipal de Ensino. Nele, elas aprendem na prática como devemos nos comportar dentro do trânsito e a cobrar mais os adultos da família essa mudança. Portanto, todos esse números provam que estamos no rumo certo e continuaremos a fazer este enfrentamento até o fim”, enfatiza.

Movimento Paulista

Vale lembrar que desde fevereiro deste ano Botucatu faz parte do Movimento Paulista de Segurança no Trânsito – programa que tem como objetivo reduzir pela metade o número de óbitos no trânsito até 2020.

Através dele, os municípios receberão auxílio para realização de uma melhor análise da gestão da segurança viária e, posteriormente, a criação de um Comitê de Segurança no Trânsito. Com isso, serão realizados diagnósticos e construídos planos de ação com medidas preventivas de acidentes, além da fiscalização e conscientização sobre a importância da direção defensiva.

Depois da identificação dos locais dos acidentes, as cidades contempladas nos convênios poderão contar com melhorias de infraestrutura como construção de passarela, alargamento de calçadas, iluminação, sinalização, como inclusão de nova faixa de pedestre, entre outros.

Sobre o Maio Amarelo

O Movimento Maio Amarelo nasce com uma só proposta: chamar a atenção da sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito em todo o mundo. Trata-se de uma ação coordenada entre o Poder Público e a sociedade civil. A intenção é colocar a segurança viária como tema principal e mobilizar toda a sociedade, envolvendo os mais diversos segmentos.

Acompanhando o sucesso de outros movimentos, como o “Outubro Rosa” e o “Novembro Azul”, os quais, respectivamente, tratam dos temas câncer de mama e próstata, o “Maio Amarelo” estimula a promoção de atividades voltadas à conscientização, ao amplo debate das responsabilidades e à avaliação de riscos sobre o comportamento de cada cidadão, dentro de seus deslocamentos diários no trânsito.

O tema deste ano do Maio Amarelo é “Minha escolha faz a diferença”. Dados dão conta de que 90% dos acidentes de trânsito têm como causa o fator humano: imperícia, imprudência, desatenção e desrespeito às regras. Ou seja, a iniciativa enfatiza que com a mudança de comportamento é possível reverter o quadro de mortes em vias e rodovias brasileiras, que em 2014 chegou a mais de 43 mil.

Além da dor da perda, da contração de invalidez permanente, entre outros prejuízos, ao acidentes de trânsito no Brasil geram custo da ordem de R$ 56 bilhões ao Estado, recursos que poderiam ser aplicados em benefícios sociais com, por exemplo, a construção de escolas, de hospitais, entre outros.

Botucatu participa das ações alusivas ao Maio Amarelo desde 2015. Vale lembrar ainda que desde 2011 Botucatu é signatária do pacto pela Década Mundial de Segurança Viária, cuja proposta é reduzir em 50 % o número de vítimas fatais no trânsito até 2020. Ações do Maio Amarelo são desenvolvidas em todos os estados brasileiros e em outros 26 países nos cinco continentes.

 

Fonte: Prefeitura de Botucatu

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