05 de maio, 2025

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Botucatu recebe Tributo ao Roque Nacional; leia entrevista com o vocalista Ivan Sader

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Nesta sexta-feira, 04, Botucatu receberá o projeto Tributo ao Roque Nacional (T.R.E.N), banda formada pelo cantor e compositor Ivan Sader, por Bruno Graveto (Charlie Brown Jr.), Mingau (Ultraje a Rigor) e o produtor musical e guitarrista Fred Gonçalves, que traz uma sintética homenagem ao estilo em sua vertente brasileira, a partir das 22 horas, no Villa Blues.

O rock and roll, este senhor de sessenta anos, ainda tem energia para mostrar. É o que acredita o compositor Ivan Sader, responsável por um projeto de resgate do rock brasileiro na mítica 89 FM, autointitulada “a rádio rock”, ao lado de músicos de bandas tradicionais, como Charlie Brown Júnior e Ultraje a Rigor.

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Mesmo perdendo gradualmente espaço nos meios comerciais de comunicação – pesquisa da JLeiva Cultura & Esporte, com participação do Datafolha -, o rock é a preferência de 21% dos brasileiros, atrás de sertanejo, MPB e gospel. “O Rock perdeu espaço nas grande mídias, e isso não é culpa do Rock e sim da situação cultural do país. Acredito que as gerações mais recentes não tiveram que transgredir batalhas como nos anos 80 e 90 para conquistar espaços ou quebrar barreiras”, salienta o músico e compositor Ivan Sader, que iniciou em julho o projeto Contando Música, Contando História (CMCH), transmitido pela lendária 89 FM, rádio especializada em rock, bem como pela plataforma YouTube. O programa se define como um resgate da história do rock brasileiro contando histórias por trás de músicas e grandes clássicos.

Sader é cantor e compositor desde os 10 anos, com seus primeiros shows ocorrendo desde os 13. Integrou diversas bandas e contabiliza mais de 3 mil shows no Brasil, Estados Unidos e Argentina. Em 2012 lançou seu primeiro álbum solo, “Infinito”. Dessa experimentação surgiu o Rockin’ Kidz, espetáculo de rock para crianças e mais recentemente, o T.R.E.N (Tributo ao Roque Nacional), que estará nesta sexta-feira, 04, tocando em Botucatu.

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Para Sader, as atuais gerações possuem lutas, bem como os anseios distintos, sendo que a linguagem de se comunicar está vindo de outros estilos, como o rap, hip hop e o funk. No entanto, o rock sobrevive devido ao surgimento de novas bandas que, mesmo sem a visibilidade que anteriormente desfrutavam nos meios de comunicação de massa, ainda conseguem projeção no underground. Outro fator de que o gênero ainda “respira” é a capacidade de artistas brasileiros em mesclar a sonoridade de guitarras, baixos e baterias com ritmos diferentes.

Em entrevista ao Jornal Leia Notícias, Sader frisa que a segmentação de estilos e a personalização de conteúdo faz com que o estilo ainda tenha uma sobrevida junto ao público, principalmente devido aos festivais e shows em diversas regiões brasileiras.

LEIA NOTÍCIAS – Um de seus novos projetos é o Contando Música, Cantando História, na 89 FM. Em que o programa tem se diferenciado de outros na proposta de resgatar o rock nacional?

IVAN SADER – O Contando Música, Contando História (CMCH) é um programa estilo storyteller onde os artistas têm a oportunidade de contar as histórias das composições de grandes hits. Eu acredito que quando as pessoas conhecem as histórias das composições acabam se conectando mais com as músicas. Isso é uma forma das pessoas se aproximarem mais de algumas bandas e pessoas novas terem acesso a grandes obras do Rock Nacional. Mas não acho que o Rock Nacional precise de um resgate, até por que as bandas continuam rodando o Brasil com muitos shows, o programa é para eternizar essas histórias por trás de grandes músicas.

LN – Quais “segredos” escondidos do rock brasileiro foram trazidos que valem a pena resgatar nas biografias das bandas?

SADER – O “segredo” do rock é entender o que cada banda passou e como enfrentou cada fase de sua trajetória, e isso é encantador. Quando você tem acesso a isso você passa a admirar e entender o sucesso de cada uma delas. No CMCH usamos as composições em forma cronológica para fazer um paralelo com essa evolução de cada banda. Um exemplo de um dos episódios com Léo Jaime, é quando ele conta como indicou o Cazuza para o Barão Vermelho. Assistindo os episódios você vai vendo que está tudo ligado e que existiram movimentos, e que temos ícones que quebraram barreiras para que outras bandas tivessem espaço. É incrível.

LN – Por falar em rock brasileiro, muito dele ainda está galgado em reminiscências das bandas dos anos 80 e 90. É falar, como diria Renato Russo, “mais do mesmo”, sobre o por que o rock não tem o apelo comercial de antes. No entanto, como é o rock brasileiro nos anos 2010?

SADER – O Rock perdeu espaço nas grande mídias, e isso não é culpa do Rock e sim da situação cultural do país. Acredito que as gerações mais recentes não tiveram que transgredir batalhas como nos anos 80 e 90 para conquistar espaços ou quebrar barreiras. As lutas hoje são diferentes e essa linguagem que se comunica com essas gerações está vindo de outros estilos musicais. Mas o rock ainda continua revelando grandes bandas no underground que infelizmente não tem acesso para propagar o trabalho para a grande massa. Mas garanto que é cada vez maior os jovens adeptos ao Rock. Apesar das poucas coisas que aparecem parecerem ingênuas. Tem muita coisa boa rodando e vindo por aí.

LN – Quais são os nomes de expressão e que ainda podem fazer um barulho junto a outros estilos?

SADER – As grandes bandas de rock estão na ativa e muito bem. Titãs, Paralamas, Capital, Detonautas, CPM22… e muitas delas já fizeram parceria com grandes artistas de outros estilos. Capital gravou com Seu Jorge, Detonautas com Lucas Lucco e Alcione, Paralamas já teve parceria com Gil e fizeram música para Ivete… essa mistura sempre existiu e acredito que vai continuar existindo pois é misturando que se cria.

LN – Além do seu projeto em rádio, composição e apresentações com o Mingau e o Fred, que foram integrantes de bandas no mainstream do grande público. Como este projeto surgiu e tem se desenrolado?

SADER – O T.R.E.N é um projeto que tem o objetivo de manter acesa a chama do Rock Nacional.  Comecei esse projeto com o Bruno Graveto, baterista do CBJR há 6 anos, onde recebíamos músicos amigos convidados para fazer shows e há exato um ano estamos com essa formação junto com o Mingau baixista do Ultraje a Rigor e o Fred Gonçalves, guitarrista e produtor musical. Essa formação deu muito certo. Rolou uma química muito boa e isso reflete diretamente na agenda da banda que está com uma média de 12 shows por mês e na forma como as pessoas recebem a banda e se envolvem com o projeto. O show é formado por hits do rock nacional e bastante CBJR e Ultraje pelo fato do T.R.E.N ter integrantes dessas bandas

LN- O rock voltar a um pretenso “gueto”, sem a massificação midiática pode ser considerado um recomeço? Como as bandas podem se aproveitar deste momento?

SADER – Na verdade o Rock nunca sumiu. Ele saiu da grande mídia mas não deixou de frequentar grandes festivais e o circuito de shows no Brasil. Muitas bandas, grandes e pequenas, estão com agenda cheia. O underground continua revelando grandes bandas, mas infelizmente não tem força para chegar no mainstream por esse “bloqueio” da mídia. O momento não é dos melhores por essa falta de divulgação, mas é de situações difíceis que nascem os movimentos que podem chamar a atenção da grande massa e assim tornarem-se um caminho para a conquista de novos espaços.

Jornal Leia Notícias – Flávio Fogueral

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