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A Unesp teve dois projetos de pesquisa aprovados em chamada da CAPES voltada para o enfrentamento da Covid-19. As duas propostas foram submetidas pelas docentes Célia Regina Nogueira (câmpus Botucatu) e Sandra Helena Penha de Oliveira (câmpus Araçatuba) e têm foco nas áreas de Fármacos e Imunologia, objeto do edital publicado pela agência federal.
A proposta submetida pela professora Célia e seu grupo de pesquisa na Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB-Unesp) é intitulado “Ação da irisina sobre os efeitos do SARS-COV-2 em cultura tridimensional (3D) de adipócitos subcutâneos e viscerais humanos”. O projeto foi elaborado a partir dos resultados de uma pesquisa de pós-doutorado desenvolvida pela pesquisadora Miriane de Oliveira.
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Financiado pela Fapesp, o projeto de Miriane investigou, entre outros pontos, os genes relacionados à ação da irisina no tecido adiposo com vistas ao entendimento da obesidade. Além dela e da professora da FMB, participam do trabalho a pesquisadora Maria Teresa Síbio e o aluno de doutorado Lucas Solla Mathias.
“Esse momento é muito importante para meu grupo de pesquisa, é uma consolidação desse grupo. E é muito importante também para a Unesp, visto que este projeto está entre os 38 projetos aprovados pela CAPES no Brasil”, celebra a docente do Departamento de Clínica Médica da FMB-Unesp.
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Araçatuba
O projeto submetido pela equipe da professora Sandra Helena de Oliveira quer criar subsídios para o desenvolvimento de abordagens curativas ou profiláticas contra o vírus no intuito de melhor compreender seus mecanismos fisiopatológicos e imunológicos, utilizando para isso ferramentas metodológicas e avaliação de fármacos com abordagem in vitro e por simulações computacionais (in silico).
A docente da Faculdade de Odontologia de Araçatuba (FOA) explica que sua área de atuação investiga os mecanismos envolvidos em diferentes tipos de processos inflamatórios, um tema relevante no contexto da Covid-19, uma vez que uma das consequências da doença é uma tempestade de mediadores inflamatórios de tamanha agressividade que chega a agir contra o próprio paciente. “Entre esses mediadores inflamatórios temos as citocinas, quimiocinas e substâncias derivadas do sistema renina-angiotensina com as quais eu trabalho em meu laboratório”, explica.
O projeto pretende ainda realizar uma triagem virtual de fármacos que estejam no escopo da atuação do projeto. “As moléculas mais promissoras oriundas da triagem virtual serão avaliadas quanto às suas características farmacocinéticas e de toxicidade, a fim de selecionar ligantes candidatos com maior probabilidade de sucesso”, aponta a professora, que é coordenadora do projeto submetido à CAPES, contando ainda com apoio de colegas da UFBA, UFRJ e UFPB. As colaborações são fruto do Programa Multicêntrico de Pós-graduação em Ciências Fisiológicas, uma rede que engloba dez universidades associadas e foi criado pela Sociedade Brasileira de Fisiologia (SBFis).
Sobre a chamada
O edital nº11/2020 publicado pela CAPES e cujo resultado foi divulgado no último dia 25 de junho faz parte das ações de enfrentamento da CAPES ao novo coronavírus. Ao todo foram 38 projetos selecionados nas áreas de Fármacos e Imunologia com propostas voltadas aos estudos sobre reposicionamento e desenvolvimento de medicamentos, produção de vacinas, antivirais, modelos animais e ensaios in vitro e detecção da doença em outras espécies e interrelação com humanos.
O Programa de Combate a Epidemias é um conjunto de ações de apoio a projetos, pesquisas e formação de recursos humanos para enfrentar a COVID-19 e estudar temas relacionados a endemias e epidemias.
A iniciativa é estruturada em duas dimensões: Ações Estratégicas Emergenciais Imediatas e Ações Estratégicas Emergenciais Induzidas em Áreas Específicas. No total, serão concedidas 2,6 mil bolsas com investimento de R$ 200 milhões ao longo de quatro anos.
