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O projeto de extensão “Difusão de informações acerca da importância do Ensino Superior com enfoque na Zootecnia”, desenvolvido por alunos de graduação e pós-graduação da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Unesp, câmpus de Botucatu, chegou ao final de sua primeira etapa, realizada entre abril e agosto de 2022, visitando todas as escolas de ensino médio do município.
O projeto tem o objetivo de levar aos futuros vestibulandos o conhecimento sobre a abrangência das atividades exercidas pelo zootecnista, bem como informações sobre as formas de ingresso no ensino superior, as características da rotina de um estudante universitário, corrigir as desinformações que circulam nas mídias sociais acerca da atuação de um profissional da Zootecnia e do meio agropecuário, além de buscar despertar a vocação de possíveis futuros profissionais para as ciências agrárias.
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A iniciativa partiu dos próprios graduandos. “Esse projeto surgiu de uma conversa no nosso Diretório Acadêmico, quando fomos olhar a relação candidato/vaga do curso de Zootecnia e vimos que ela estava caindo em todos os câmpus da Unesp. Por isso pensamos em levar informações sobre o curso para fora da universidade”, conta Guilherme Cesar Trindade De Freitas, aluno do 4º ano do curso de Zootecnia da FMVZ.
Procurado pelos alunos, o então coordenador do curso de graduação em Zootecnia da FMVZ, professor Paulo Roberto de Lima Meirelles, concordou com a percepção deles e aprovou a iniciativa do projeto. “O curso de Zootecnia tem uma alta taxa de empregabilidade. Normalmente, o aluno bom, esforçado, dedicado, já sai empregado. Apesar disso e da grande importância da Zootecnia para os números do agronegócio, o curso não é muito conhecido pelo público em geral”.
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Segundo o docente do Departamento de Melhoramento e Nutrição Animal, mesmo alguns jovens que ingressam no curso não têm clareza sobre todos os aspectos da profissão. “Hoje, em todos os cursos de ciências agrárias, não apenas na Zootecnia, o número de ingressantes que vêm de famílias que não guardam nenhuma relação com o campo ou a produção agropecuária é muito grande. Muitas vezes eles não têm o pleno conhecimento do que é a profissão e nem da sua importância para nossa economia”.
Por isso, segundo o professor, a intenção da equipe responsável pelo projeto é que ele seja um piloto, replicável em outras unidades da Unesp que contam com o curso de Zootecnia. “Já conversamos com outras unidades para que isso tenha andamento. A ideia é tentar ampliar a divulgação do curso para que os alunos que chegam ao vestibular saibam o que é a profissão e possam fazer sua escolha de maneira mais consciente”.
O professor Meirelles supervisionou o trabalho dos alunos de graduação da FMVZ, mas ressalta que coube a eles, com apoio de pós-graduandos e da Seção de Graduação da Faculdade, toda a execução do trabalho, desde o contato e o agendamento com as escolas, a preparação do material a ser apresentado e, por fim, as próprias apresentações e a interação com os alunos do ensino médio.
As apresentações nas escolas foram preparadas para levar aos jovens todas as informações referentes ao ingresso no ensino superior público ou privado, dados sobre a Unesp com enfoque nos cursos do câmpus de Botucatu, divulgação das pesquisas realizadas e seus impactos junto à sociedade, as possibilidades de bolsas e auxílios socioeconômicos e, principalmente, o curso de Zootecnia e as características específicas da profissão. Tudo feito de maneira didática e interativa. “Hoje todos os jovens estão conectados, por isso as apresentações continham vários links que os alunos podiam acessar, por meio do QR Code. Dentre eles, a página da FMVZ ou outros sites ligados à Zootecnia”, conta o professor.
A receptividade dos estudantes do ensino médio a essa etapa do projeto foi bastante positiva, como atestam os universitários. “Todas as escolas foram bem receptivas, desde as coordenações até os alunos.
Esses, por sua vez, estavam interessados em saber sobre o vestibular, sobre os cursos, sobre a diferença entre Medicina Veterinária e Zootecnia”, relata Mariana Matheus Evangelisti dos Santos, aluna do 5° ano. “Tivemos palestras que quase não conseguimos terminar de tantas perguntas e tanta participação”.
Guilherme complementa: “Eventualmente, os alunos não começavam a palestra muito ligados. Mas quando dizíamos que é possível ingressar na universidade e se valer dos programas de auxílio à permanência, como bolsas, moradia, eles ficavam mais interessados. Inserimos esse conteúdo, especialmente nas apresentações em escolas públicas e conseguimos prender a atenção dos alunos”.
Uma parte das apresentações que gerou especial interesse foram os esclarecimentos sobre mitos e boatos espalhados relacionados à produção animal. “Todos os mitos que mencionamos e descontruímos foram retirados de redes sociais. É a linguagem que os jovens estão adaptados”, observa Guilherme.
Segundo ele, o exercício de adaptar o conhecimento técnico à linguagem dos jovens, foi de grande valia para sua formação profissional. “Na academia usamos termos técnicos, mas nas escolas precisamos pensar nesse conteúdo para que fosse uma linguagem mais simples possível, mas que não deixasse faltar a exatidão da informação. Essa adaptação de linguagem será útil para nós, como futuros zootecnistas em outras ocasiões. Quando estivermos trabalhando em campo, em contato com produtores rurais, por exemplo, certamente precisará haver alguma adaptação de linguagem também. Essa experiência de agora já foi um preparo”. Sua colega Mariana, concorda. “Acho que fará muita diferença para a nossa formação aprender a lidar com um público diferente, com respeito e paciência”.
O projeto de extensão chega agora a uma segunda etapa, que deve ter início em outubro. Nela, os alunos do ensino médio visitarão as fazendas experimentais Lageado e Edgárdia para conhecer as atividades práticas relacionadas ao curso de Zootecnia. “O objetivo é que eles tenham a vivência do que é ser aluno do curso de Zootecnia da FMVZ. Não será possível ter todos os alunos em todos os setores, mas queremos que eles pelo menos circulem pelas fazendas para ter uma ideia do que o curso oferece e vivenciem um pouco da rotina da produção animal e do trabalho dos alunos, professores e servidores técnicos com o manejo e o bem-estar dos animais”, explica o professor Meirelles. “Eles poderão aprender que o produto que consomem, compram nos mercados ou nos açougues, precisou passar por um processo de produção feito da maneira mais racional e eficiente possível, com respeito aos animais”.
E o professor conclui: “Nossa expectativa é aumentar o interesse de alunos do ensino médio em adquirir uma formação acadêmica e conhecer os cursos oferecidos pela Unesp em Botucatu, em especial o curso de Zootecnia, de maneira que a relação candidatos/vagas aumente e que a evasão no curso diminua”.
Assessoria