16 de março, 2025

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Botucatu: Procedimento no Hospital das Clínicas reduz em quase 80% tumor de paciente

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Um paciente diagnosticado com câncer no fígado foi submetido a um tratamento inovador de radioembolização no Hospital da Clínicas de Botucatu (SP). Segundo o médico, o idoso teve 80% do tumor reduzido após o procedimento feito pela primeira vez de forma gratuita no Brasil.

Luiz Carlos Melchior, 75 anos, de Ourinhos (SP), foi o primeiro a passar pelo tratamento no HC. O paciente tinha dois tumores no fígado e a quimioembolização, que já é feita no hospital, não ajudou a melhorar um deles. Com isso, Luiz foi submetido a radioembolização.

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“O sucesso da radio foi extraordinário. A quimio não adiantou nada, mas a radio conseguiu dar esse resultado positivo que eu sempre esperava”, comemora o paciente, que se recupera após o procedimento feito no dia 19 de setembro.

Seu Luiz passou pelo procedimento em setembro deste ano no HC de Botucatu — Foto: Arquivo pessoal
Luiz Carlos passou pelo procedimento em setembro deste ano no HC de Botucatu (Foto: Arquivo pessoal)

A realização do tratamento foi possível por causa do projeto de pesquisa do médico Fernando Gomes Romeiro.

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Segundo o especialista, a radioembolização já é feita em outros hospitais, mas é a primeira vez que foi possível realizá-la em um hospital público, de forma totalmente gratuita. A pesquisa é financiada pela Fapesp e CNPq.

O médico conta que o procedimento em um hospital particular fica em torno de R$ 40 mil. Isso porque, segundo o especialista, os hospitais costumam importar um radiofármaco que não é produzido no Brasil para realizar o tratamento, o que envolve uma tecnologia grande e fica muito caro.

Segundo o médico, o HC de Botucatu decidiu utilizar o iodo no lugar do radiofármaco importado, mas incorporado às moléculas de um óleo de papoula, que fica grudado no tumor e faz com que o componente radioativo fique somente no nódulo maligno. Dessa forma, o tratamento pôde ser feito de forma mais barata.

Técnica para tratar câncer de fígado foi feita pela primeira vez de forma gratuita em Botucatu — Foto: HCFMB/Divulgação
Técnica para tratar câncer de fígado foi feita pela primeira vez de forma gratuita em Botucatu (Foto: HCFMB/Divulgação)

De acordo com o doutor Fernando, o tumor do paciente não era tão grande, pois tinha em torno de 3 centímetros. Entretanto, os nódulos crescem em uma velocidade muito rápida e podem tomar conta de todo o fígado, se não for tratado.

Segundo o hospital, a radioembolização não cura o câncer, mas reduz consideravelmente o tamanho do tumor e evita que ele cause mais danos ao paciente.

“A gente fez uma tomografia antes e depois, e vimos uma destruição enorme do tumor. Todo mundo ficou bem animado”, comenta o médico Fernando.

Luiz está feliz com o resultado da radioembolização. Ele contou que adora passear e se sentir útil para a sociedade. Por isso, a redução do tumor representou uma vitória para o paciente.

“Câncer no fígado é grave. Até hoje eu não vi uma pessoa que continuasse vivendo com isso, mas o tratamento de radio foi extraordinário. A equipe médica cuidou de mim como se estivesse cuidando de uma criança”, diz Luiz.

Tratamento de radioembolização foi feito no HC de Botucatu através do projeto de pesquisa do médico Fernando — Foto: HCFMB/Divulgação
Tratamento de radioembolização foi feito no HC de Botucatu através do projeto de pesquisa do médico Fernando Gomes Romeiro (Foto: HCFMB/Divulgação)

Depois do resultado positivo no primeiro paciente, o doutor Fernando pretende continuar a realizar o tratamento em outras pessoas, através da pesquisa que começou em setembro do ano passado.

No entanto, quando o projeto acabar e a Fapesp parar de financiar os procedimentos, o médico disse que vai tentar outras maneiras para que a radioembolização possa ser oferecida aos pacientes de forma gratuita pelo Hospital das Clínicas.

“Acho que uma vez quebrando essa barreira de que nunca fez, mostrar que é possível com o projeto, a minha intenção é conversar com o superintendente do hospital para ver se a gente consegue manter isso pelo SUS, porque o custo não ficou muito maior do que a quimioembolização, que a gente já faz no hospital”, completa o médico.

Fonte: G1

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