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Vítimas de Bauru e Botucatu caíram em um golpe envolvendo transações de compra e venda pela Internet de veículos usados. Em um dos casos, registrado no mês passado, um bancário da cidade perdeu uma caminhonete S10, que pretendia vender por R$ 92 mil.
Neste ano, ocorrências semelhantes também foram registradas em Lins e Pederneiras. O modo de ação é sempre o mesmo: o estelionatário pesquisa veículos de segunda mão anunciados em sites de compra e venda de mercadorias e faz um novo anúncio, usando as mesmas fotos, mas com preço e telefone de contato diferentes.
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O valor, em torno de R$ 20 mil abaixo do praticado pelo mercado, é a isca para atrair compradores. Assim que o interessado liga, o golpe tem início. O estelionatário se apresenta como intermediador da venda e faz toda a negociação entre comprador e o dono do veículo por telefone, sem qualquer contato pessoal.
“É importante destacar que tanto o interessado quanto o dono do carro são vítimas, que não sabem da existência do golpe até o criminoso sumir com o dinheiro”, detalha o delegado Giuliano Travain, coordenador do Setor de Investigações Gerais (SIG) da Delegacia Seccional de Bauru.
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Para dar credibilidade à fraude, o estelionatário constrói uma narrativa, apresentando-se para o comprador como parente do vendedor ou como advogado. Em outra versão do golpe, o criminoso justifica atuar como intermediador porque precisaria quitar uma dívida trabalhista com um ex-funcionário.
É o argumento necessário para, então, o interessado na compra ser convencido a transferir o valor, à vista, na conta de um terceiro – que, na verdade, atua como “laranja” no esquema. “Antes, o golpista chega a marcar um encontro entre as duas partes interessadas para que o comprador possa ver o veículo, mas faz a recomendação, para as duas pessoas, sempre por telefone, para que não conversem sobre valores”, pontua Travain.
SUMIÇO
Depois que o depósito é feito, o estelionatário desaparece com o dinheiro. E, somente quando vai buscar o carro no local e data combinados com o golpista, o comprador descobre a fraude. No caso registrado em Bauru, a vítima, que é moradora de Divinópolis e pagou R$ 72 mil pela S10, teria levado o veículo do proprietário, mesmo depois de o homem informar que as transferências não haviam sido feitas para sua conta corrente. Um BO foi registrado por apropriação indébita e a Polícia Civil investiga o caso.
“Já houve outra ocorrência do tipo em Bauru, que o intermediador disse para o vendedor que precisava comprar um carro para a amante e que, por isso, mandaria outra pessoa para ver o veículo. E envolveu o comprador na mentira, para que as histórias batessem”, revela o delegado.
De acordo com ele, o número da conta corrente indicada pelo criminoso e o número de telefone usado para concretizar a fraude são as informações iniciais para iniciar a investigação. Mas, até que seja identificado e condenado pela Justiça, podem se passar anos.
“Ou seja, de imediato, a pessoa que caiu no golpe terá de arcar com o prejuízo, que, normalmente, não é pequeno. Então, para evitar uma situação dessas, a orientação é sempre desconfiar de ofertas muito tentadoras, ter certeza da pessoa com quem você está negociando e só depositar valores diretamente na conta do vendedor, jamais na de um intermediário”, recomenda.
Fonte: Jcnet