05 maio, 2024

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Botucatu: O Centenário do Santuário Nossa Senhora de Lourdes

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Historicamente, Botucatu é uma cidade extrema­mente ligada à religião, responsável por concen­trar e administrar os ru­mos da Igreja Católica em boa parte do interior paulista. Segundo o Cen­so de 2010, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísti­ca, das 127 mil pessoas que habitam o município, mais de 77.700 (ou 61% da população) declara­ram-se católicas. A região está em uma das maiores arquidioceses (a de Botu­catu) do interior paulista, que concentra mais de 540 mil habitantes, em 45 paróquias.

Muitas das igrejas, por exemplo, agregam arte, misticismo, fraternidade e, o principal, uma relação íntima com a comunidade, sendo imprescindível na vida diária de muitos fiéis. Entre o dinamismo do dia a dia e a confusão típica do centro de Botucatu, um lu­gar chama a atenção pela imponência, tranquilida­de e sua religiosidade. O Santuário Nossa Senhora de Lourdes, que em 2018 completa seu primeiro centenário, é a síntese da devoção de fé e de uma relação com gerações de católicos e cristãos.

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A trajetória do Santuá­rio de Nossa Senhora de Lourdes está ligada à che­gada dos frades capuchi­nhos a Botucatu, trazidos em 1909 pelo então bispo Dom Lúcio Antunes de Souza, quando ocorreu a reestruturação da dioce­se. À Ordem Franciscana foi atribuída a adminis­tração da primeira Igreja de São Benedito, que an­teriormente fora a matriz católica. Ficaram na admi­nistração da basílica até 1918, quando da concep­ção de um novo espaço.

Consta no livro Achegas para a História de Botu­catu, de Hernâni Donato, que uma área foi adqui­rida para abrigar a nova sede sacra. Por intermé­dio de muitos botuca­tuenses, incluindo empre­sários e políticos, como o caso de José Cardoso de Almeida (que doou a área que abriga a igreja), o Santuário de Lourdes foi erguido. Almeida atribuiu a dedicação à construção do templo devido a “cura milagrosa” do filho à Nos­sa Senhora de Lourdes. A pedra fundamental da igreja-santuário foi lan­çada em 15 de agosto de 1913, pelo frei Modesto de Resende. Foram cinco anos de intenso trabalho para a concepção o sacro local de adoração. A inau­guração oficial do mais novo templo de Botucatu ocorreu em 8 de setembro de 1918, sendo um marco para a emergente cidade, até então.

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Diferente de outras igrejas em Botucatu, o Santuário de Lourdes não possui classificação de paróquia por parte da Ar­quidiocese, o que limita o espaço a algumas cele­brações de missas, não realizando casamentos, por exemplo, por determi­nação interna. É vinculado à Catedral Metropolita­na. Sem tais compromis­sos paroquiais, os quatro frades capuchinhos, que ali habitam, dedicam-se, além do rito sacerdotal, a missões junto à comuni­dade, como, diariamente, ao atendimento em con­fissão e orientação.

Esse tempo diretamen­te dedicado à população, faz do Santuário um dos locais mais próximos para muitos botucatuenses. O frei Ismael Martignagno, 80 anos, é o reitor-guar­dião do santuário há cinco anos e também o respon­sável pelo espaço nas ce­lebrações do centenário. Segundo o religioso, a mis­são diária dos frades, além de aprofundar os ensina­mentos de São Francisco de Assis e, consequente­mente do Cristianismo, é trazer a comunidade ain­da mais próxima da Igre­ja. “O Santuário não está ligado somente à religião, mas também a História de Botucatu. Foi um marco a vinda dos capuchinhos, já que eles foram fundamen­tais para a organização da diocese. É importante celebrar esta data (o cen­tenário), já que aqui é um lugar de devoção e orien­tação de vida e espiritual para cada fiel”, salienta.

 Programação religiosa e exposição

O centenário do Santuá­rio de Lourdes será cele­brado com intensa pro­gramação entre os dias 5 e 8 de setembro.

O tríduo religioso, que contará com missas sem­pre às 19h30, terá início no dia 5, com a presença da Academia Botucatuen­se de Letras e apresenta­ção do Coral Municipal. No dia 6 os ministros da comunhão eucarística e membros da Ordem Fran­ciscana Secular (OFS), além de convidados, tam­bém integrarão as cele­brações sacras. Haverá, ao final da missa, apresentação da Banda Muni­cipal. No feriado de 7 de setembro, o Colégio San­ta Marcelina será o desta­que. Encerrando o tríduo, no dia 8, o arcebispo Dom Maurício Grotto de Ca­margo fará a celebração do centenário. Logo após, uma procissão reunirá a comunidade em torno do Santuário. Também está programada, nos dias de festividades, exposição de fotografias e vídeos históricos.

Jornal Leia Notícias por Flávio Fogueral

 

 

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