20 de setembro, 2024

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Botucatu: Morador de Botucatu doa sangue raro para paciente no Piauí: ‘Muito feliz’

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Uma bolsa com um tipo de sangue raro, escasso e considerado “precioso” pelos hemocentros do país “viajou” de Botucatu, no interior de SP, para uma transfusão em Teresina (PI).

A paciente que recebeu a doação e sofre de uma anemia grave é portadora de uma manifestação rara no sangue, conhecida como Kell-Null. Segundo o Laboratório de Imuno-Hematologia do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Piauí (Hemopi), especializado em identificar sangue raro, esse tipo é encontrado em maior proporção na população de países como Finlândia, Japão e Reino Unido.

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De acordo com o supervisor do laboratório, Pedro Afonso Sousa, no Brasil apenas três doadores são compatíveis com essa paciente, sendo um deles colaborador do hemocentro do interior de SP. Ainda conforme o Hemopi, a chance de encontrar um doador compatível é de 0,01% na população geral.

Morador de Botucatu doa sangue raro, presente em apenas 3 brasileiros, para paciente no Piauí — Foto: HCFMB /Divulgação
Morador de Botucatu doa sangue raro, presente em apenas 3 brasileiros, para paciente no Piauí (Foto: HCFMB /Divulgação)

A doação ocorreu no dia 9 de março, quando o hemocentro do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) foi acionado para ajudar na procura de uma bolsa desse tipo sanguíneo para uma mulher em estado grave, internada em uma unidade pública, que precisava da transfusão.

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O hemocentro acionou o doador, de 40 anos, que atendeu ao pedido. A bolsa de sangue chegou no mesmo dia em Teresina para transfusão, realizada no dia 10 de março.

Rafael Pereira Nogueira doa sangue raro para paciente no Piauí — Foto: HCFMB /Divulgação
Rafael Pereira Nogueira doa sangue raro para paciente no Piauí (Foto: HCFMB /Divulgação)

Esse tipo de sangue raro é mais compatível com outros tipos sanguíneos por não apresentar os antígenos (substância que quando introduzida no organismo, ocasiona a produção de anticorpos) mais comuns.

“Quando uma pessoa faz a doação de sangue, passa por um procedimento chamado fenotipagem eritrocitária, mecanismo que permite identificar mais características além dos conhecidos grupos sanguíneos ABO e RhD — que, juntos, formam o popularmente chamados tipos sanguíneos, como AB positivo ou O negativo, por exemplo. Ao fazer isso, o Hemocentro confere mais segurança às transfusões para pacientes que precisam da terapia transfusional”, explica a médica Patrícia Carvalho Garcia, coordenadora do Núcleo de Hemoterapia do Hemocentro do HCFMB.

De acordo com a gerente do hemocentro do HCFMB, Andrezza Castro, a doação é de suma importância. “Todo esse processo só foi possível devido a um gesto voluntário e de amor do doador, em sua generosidade em ajudar prontamente o próximo”, diz.

Equipe do Hemocentro do HCFMB com o doador Rafael — Foto: HCFMB /Divulgação
Equipe do Hemocentro do HCFMB com o doador Rafael (Foto: HCFMB /Divulgação)

Segundo o doador Rafael Pereira Nogueira, portador do “sangue raro”, doar é um ato de solidariedade.

“Saber que pude ajudar a salvar uma vida, que fiz o bem para alguém que estava precisando e que posso fazer isso até para alguém em outro estado me deixa muito feliz. Esse sentimento é o que me faz doar, e mais do que isso, incentivar sempre a doação de sangue, seja qual for o seu tipo”, comenta.

Sangue raro

No Brasil, o Ministério da Saúde instituiu o Cadastro Nacional de Sangue Raro (CNSR), para o registro do quantitativo de doadores de sangue raro nos hemocentros públicos do país, no intuito de rastrear a busca de sangue compatível nessas situações especiais.

Conforme o Hemopi, “engana-se quem pensa que só existem os oito tipos de sangue e dois fatores Rh. Segundo a Sociedade Internacional de Transfusão Sanguínea (ISBT) existem, atualmente, 43 sistemas que descrevem mais de 373 antígenos diferentes e esse número não é definitivo. Entre os antígenos já conhecidos, alguns são extremamente raros, como esse que foi identificado na paciente piauiense”.

O laboratório do Piauí reforça que a pesquisa de doadores raros ainda é uma prática pouca realizada no país.

“O Hemopi é um dos hemocentros que possui esse serviço de fenotipagem. O nosso objetivo é encontrar essas raridades e garantir a segurança transfusional. É um trabalho minucioso que ajuda a salvar pacientes dentro e fora do Estado”, explica o supervisor do laboratório Pedro Afonso Sousa.

“Com ajuda da Coordenação Nacional de Sangue, conseguimos localizar um doador no interior do Estado de São Paulo.”

Equipe do Hemopi recebe bolsa de sangue raro do hemocentro do HCFMB — Foto: HCFMB /Divulgação
Equipe do Hemopi recebe bolsa de sangue raro do hemocentro do HCFMB (Foto: HCFMB /Divulgação)

O hemocentro do HCFMB é credenciado no CNSR e, além de referência estadual, o serviço é reconhecido nacionalmente na identificação de doadores com fenótipos raros.

“O atendimento à demanda transfusional desses pacientes é um grande desafio para os serviços de hemoterapia. Um dos principais objetivos do nosso Hemocentro é encontrar essas raridades e garantir a segurança do procedimento. É um trabalho minucioso que ajuda a salvar pacientes em todo país”, finaliza o diretor do hemocentro de Botucatu, Cláudio Lucas Miranda.

Doe sangue

Mutirão de doação de sangue é realizado em Botucatu — Foto: Lucas Machado/ Núcleo de Comunicação do HCFMB
Mutirão de doação de sangue é realizado em Botucatu (Foto: Lucas Machado/ Núcleo de Comunicação do HCFMB)

Com o objetivo de incentivar doações de sangue que podem possibilitar salvar vidas assim como ocorreu com o Rafael, o Rotary Club, a Associação Paulista de Medicina (APM) e o hemocentro de Botucatu, com apoio da Polícia Civil, realiza no dia 23 de março um mutirão para doação de sangue, na sede da APM, localizada na rua João Passos, nº 326, das 8h às 12h.

Para doar, basta apresentar RG ou CNH, pesar mais de 50kg, ter idade entre 18 e 69 anos, não estar em jejum, dormir pelo menos seis horas na noite anterior e não ingerir bebida alcóolica 12 horas antes da doação.

Fonte: G1

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