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Em meio a um ano de crise econômica, em que os planos de saúde perderam clientes, aumentando a demanda de pacientes nos sistemas públicos de saúde e com diversos municípios diminuindo a prestação de seus serviços por dificuldades orçamentárias, a cidade de Botucatu fez diferente e se destacou positivamente.
Com aproximadamente 140 mil habitantes, o município do centro-oeste paulista registrou o maior investimento em saúde pública de sua história, justamente no mesmo período em que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) registrou no Estado de São Paulo queda no número de beneficiários de planos de saúde. Aproximadamente 257 mil pessoas, considerando o período entre 2016 e 2017, voltaram a utilizar o Sistema Único de Saúde, o SUS.
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Ao todo, no ano passado, a Prefeitura de Botucatu investiu mais de R$ 61 milhões (R$ 61.721.372,40), valor correspondente a 26,77% do orçamento do município e muito acima dos 15% exigidos pela Constituição Federal para todas as cidades do país.
O município recebeu ainda repasse de R$ 14.936.403,02 do Ministério da Saúde, totalizando investimento de R$ 76.657.775,42 no último ano.
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“Botucatu sempre foi referência quando se fala de saúde, mas mesmo assim alguns serviços estavam incomodando a população. Então resolvemos aprimorá-los, investindo e acompanhando de perto os trabalhos realizados para que o povo fosse servido de uma maneira digna, com qualidade. As pesquisas realizadas constantemente para avaliar o serviço têm mostrado que estamos conseguindo”, afirma o prefeito Mário Pardini.
O que mudou?
Entre as mudanças que fizeram a diferença na Saúde Municipal em Botucatu está a abertura do posto de saúde da CECAP até às 22h, servindo para atender casos menos graves que chegam ao pronto-socorro adulto, desafogando o fluxo de pacientes e consequentemente diminuindo o tempo de espera para atendimento.
“Uma das ideias foi esse serviço para receber os pacientes não urgentes. Muitos cidadãos reclamavam de demora na fila de espera dos prontos-socorros de até 8 horas, e com as medidas de mudança realizadas, o tempo de espera diminuiu e muito. Os pacientes do PSA, especialmente, têm gostado dessa reorientação, já que normalmente chegam lá e em 40 minutos têm seus problemas resolvidos”, explica Keyth Regina Vital, coordenadora administrativa dos prontos-socorros de Botucatu.
Hoje as médias de espera de um paciente até receber o atendimento médico no pronto-socorro adulto são as seguintes: situação emergente – vermelho (atendimento imediato); situação muito urgente – laranja (atendimento em até 10 minutos); situação urgente – amarelo (atendimento em até 49 minutos); situação pouco urgente – verde (atendimento em até 77 minutos); e situação não urgente – azul (atendimento em até 82 minutos). Todas essas médias estão de acordo ou abaixo do tempo sugerido pelo Ministério da Saúde.
Outra medida que contribuiu para a diminuição do tempo de espera dos pacientes foi a disponibilização de uma viatura e motoristas 24 horas para o encaminhamento dos exames laboratoriais realizados no Hospital das Clínicas da Unesp de Botucatu, reduzindo drasticamente o retorno dos resultados aos médicos.
O número de médicos atendendo nos prontos-socorros também aumentou, após um maior desembolso nos convênios da prefeitura com o HC. Agora 5 médicos chegam a atender simultaneamente no PS Adulto e 4 no pronto-socorro pediátrico, em horários de pico.
“Essa maior quantidade de profissionais nos ajudou a ter mais agilidade e qualidade nos atendimentos. Tornamos também o processo de espera dos pacientes mais transparente, com a implantação de um Agente de Humanização no pronto-socorro adulto, no horário de pico das 15h às 23h, que auxilia também no controle do fluxo”, argumenta o secretário municipal de Saúde, André Spadaro.
O tratamento odontológico da população também recebeu melhorias. O pronto-socorro odontológico foi transferido do distrito de Rubião Júnior para a Cohab 1, o que tornou o equipamento mais acessível à população e ampliou o atendimento de urgência de odontologia.
O povo aprovou
No dia em que a reportagem visitou o pronto-socorro adulto, a população confirmou as melhorias no atendimento. O aposentado Jair Bueno dos Reis procurou atendimento após perceber inchaço nas pernas e foi muito bem atendido.
“O atendimento no pronto-socorro melhorou bastante nos últimos meses. Percebo que tem bastantes médicos que nos atendem bem, são prestativos. Os funcionários não deixam a gente esperando muito tempo, o que colabora para a nossa recuperação”, elogiou o aposentado.
Juliana Aparecida Lourenço é profissional da área da saúde, mas precisou correr para o PS por conta de uma virose. Segundo a técnica de enfermagem, Botucatu está muito a frente de cidades da região no quesito saúde.
“Passei muito mal essa noite e chegando aqui fui surpreendida com um ótimo e rápido atendimento. No passado cheguei a esperar até 5 horas para ser atendida, mas dessa vez logo que cheguei já fui chamada. Comparada a outros municípios, nossa Saúde Municipal é excelente, já precisei de atendimento em outros locais e não tem comparação. Espero que ela continue melhorando”, disse Juliana.
Mais números
Somando todos os procedimentos realizados em 2017 pelos equipamentos da Secretaria de Saúde de Botucatu, o número é de 705.207. Nestes atendimentos estão incluídos desde consultas em postos de saúde, resgates do SAMU e ações da Unidade de Zoonoses.
Os prontos-socorros adulto e pediátrico, juntos, foram responsáveis por 137.948 atendimentos e realização de 194.481 exames laboratoriais. Além disso, nos doze meses de 2017, os dois equipamentos somaram 1.778 internações.
O custeio de medicamentos, insumos, complementos e suplementos alimentares, que são distribuídos gratuitamente à população através das farmácias municipais, chegou a R$12 milhões, ampliando o serviço. No ano de 2017, as 22 unidades de saúde que dispensam medicamentos realizaram 437.687 atendimentos.
“A Saúde é prioridade em nossa cidade e por isso vamos continuar investindo e nos esforçando para que a população continue a ser beneficiada. Temos o desejo de implantar um Centro de Diagnóstico de Imagem Municipal para diminuir a espera no agendamento de exames que são feitos em Botucatu. É um projeto ousado, mas que estamos trabalhando duro para viabilizá-lo ainda neste ano”, finaliza Mário Pardini.
Fonte: Tv Tem