Anúncios
Botucatu possui boa gestão no controle do orçamento e gestão das contas públicas, conforme levantamento realizado anualmente pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan). Divulgado no último mês, o Índice Firjan de Gestão Fiscal 2019 traça um panorama em aspectos presentes nos orçamentos municipais e a aplicação de recursos em programas e políticas sociais e de desenvolvimento econômico.
O estudo avaliou as contas públicas de 5.337 municípios brasileiros, onde vive 97% da população.
Anúncios
Para quantificar os resultados, a Firjan adotou como metodologia a análise e cruzamento de dados oficiais, disponibilizadas pela Secretaria do Tesouro Nacional, por meio do Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (Siconfi).
As notas variam de 0 a 1, sendo quantificadas através de itens, como autonomia, gastos com pessoal, investimentos e liquidez. Pelos índices, resultados superiores a 0,8 ponto são classificados como de “excelência”, enquanto os de 0,6 a 0,8 são definidos como “boa gestão”. Já os índices de 0,4 a 0,6 passam a ser considerados como “gestão em dificuldade” e resultados inferiores a 0,4 são “gestão crítica”.
Anúncios
Os resultados apontam que 40,5% dos municípios brasileiros possuem gestões críticas, enquanto que 33,4% são de “gestão em dificuldade”, 22,1% estão nos índices de ‘boa gestão” e apenas 4% são classificadas como “excelentes”.
Pelo estudo, Botucatu alcançou, em 2018, índice 0,7205 (boa gestão), resultado que coloca o município na 533ª e 94ª posições em âmbito nacional e estadual, respectivamente, entre as prefeituras analisadas pela Firjan. Dos quatro pontos sob análise, o grau de investimentos no município está classificado como crítico, apesar do crescimento nos últimos vinte e quatro meses – passando de 0,2258 em 2017 para 0,3563 no ano passado. Neste quesito é medida a parcela da Receita Total dos municípios destinada aos investimentos a fim de gerar bem-estar para a população e melhoria do ambiente de negócios local.
Nos demais critérios o município obteve desempenhos acima da média. No quesito autonomia recebeu nota máxima (excelência), sendo acrescentado nesta edição do estudo.
Consiste na análise da receita advinda da atividade econômica do município e os custos para manter a Câmara de Vereadores e toda a estrutura administrativa. Quanto à receita do município, analisou-se a capacidade de arrecadação de impostos e tributos, além de serviços diversos.
Agrega-se também as transferências de outras fontes de recursos, como os oriundos pelo Imposto Sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), entre outros.
Neste contexto, não estão contabilizadas as despesas obrigatórias com atividades-fim, como Saúde, Educação, Urbanismo, Saneamento, entre outras. Para se ter uma ideia, o orçamento de Botucatu para o ano de 2018 (base para o estudo da Firjan) foi de R$ 380.429.400, sendo que a receita tributária gerou R$ 82.804.900 aos cofres municipais e as transferências de recursos garantiu R$ 257.334.950. Já a Câmara Municipal recebeu R$ 5.039.700 dos cofres municipais, gastando 98% deste valor, fazendo a devolução de R$ 156.725,46 à municipalidade.
Em outro fator analisado, gastos com pessoal, Botucatu também recebeu avaliação como tendo a gestão em excelência, obtendo a nota máxima. Neste aspecto, são avaliados os gastos que o Poder Público tem quanto ao pagamento com pessoal em relação à receita. Em 2018, o orçamento botucatuense teve como despesas R$ 372.983.000.
O Índice Firjan de Gestão Fiscal também avaliou a liquidez dos municípios, que consiste no total de restos a pagar acumulados no ano e os recursos em caixa disponíveis para cobri-los no exercício seguinte. Ou seja, se as prefeituras estão postergando pagamentos de despesas para o exercício seguinte sem a devida cobertura de caixa. Neste quesito Botucatu apresentou dificuldade, recebendo nota 0,5628, inferior ao obtido em 2017, quando a classificação foi de “boa gestão”, com nota 0,7568.
Mesmo estando com classificação satisfatória pelo índice, Botucatu apresenta queda na excelência da gestão dos gastos públicos nos últimos cinco anos. Desde 2014, quando foi obtida a nota 0,9566 (excelente), o desempenho botucatuense se mostra decrescente, com retrações em 2015 (0,8256), 2016 (0,7863) e 2017 (0,7457).
Jornal Leia Notícias por Flávio Fogueral