11 de janeiro, 2025

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Botucatu: Jogo do Rei Falcão foi um sucesso; Leia entrevista exclusiva ao Jornal Leia Notícias

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Quando Alessandro Rosa Vieira realizou sua última partida oficial dentro de uma quadra, em 6 de dezembro de 2018, uma era na História do futsal se encerrava. Isso porque, no caso, o melhor jogador da modalidade se aposentava oficialmente. Vieira é conhecido mundialmente por Falcão, dono de jogadas indescritíveis e habilidade com a bola que, por vezes, a faz parecer parte de si mesmo.

Dono de uma invejável galeria de conquistas como a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos Rio 2007, bicampeão mundial com a seleção brasileira (Brasil 2008 e Tailândia 2012), além da Copa Intercontinental de Futsal. Foi escolhido, ainda, em quatro oportunidades (2004, 2008, 2011 e 2012) como o melhor jogador da modalidade pela Fifa.

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Foram duas décadas com a seleção brasileira, onde viu a modalidade se solidificar no país (o futsal foi criado no Brasil, mas não havia o nível de profissionalismo como nas últimas duas décadas). Além das quadras, Falcão ainda tentou carreira nos gramados, atuando por Palmeiras, Portuguesa e São Paulo.

Ao deixar as quadras como jogador profissional, em dezembro passado, Falcão acumulava ainda 646 partidas (no futsal) e 56 (futebol de 7 e futebol de campo), somando, ao todo, 934 gols em ambas categorias do futebol. O camisa 12 também é o maior artilheiro de todas as seleções ligadas à modalidade (futebol de campo, de areia e futsal), ao atingir a marca de 337 gols, em 2012.

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Dono da eterna camisa 12 do futsal, o jogador esteve em Botucatu no domingo, 31 de março, para o Jogo do Rei, organizado pela JBR Agenciamentos e Eventos, com apoio do Jornal Leia Notícias, no Ginásio da Associação Atlética Ferroviária (AAF), que contou com cerca de 1.400 torcedores, apresentado pela locutora Lidia Moura, com um selecionado de atletas e personalidades da Cidade. Entre os convidados estavam nomes que fizeram história no futebol botucatuense, como Tostão, Gu Arbex, Alessandro Boca, Buzuca e Aline Fernanda, além dos treinadores João Marcos e Dito Manivela. Durante os dois tempos, Falcão exibiu categoria com dribles desconcertantes, gols fantásticos e assistências que deixavam os colegas na cara do gol. O famoso “joga fácil” foi a tônica da festa.

Além da festa, dos dribles marcantes e gols espetaculares, o evento também prestou uma singela homenagem ao narrador Osmar Santos, uma das principais vozes do jornalismo brasileiro de décadas passadas. O jornalista emocionou aos presentes que o tietaram com fotografias e lembraram dos bordões que marcaram época. Uma de suas frases em jogos foi entoada pela torcida durante a exibição: “Parou por quê, por que parou?”.

Entre um lance e outro, Falcão interagiu com o público e, em entrevista salientou que esta tem sido uma experiência única após o anúncio da aposentadoria. Também ressaltou que é necessário estimular ainda mais a modalidade pelo país. Para o melhor jogador de futsal de todos os tempos, sua aposentadoria não deverá representar perda da qualidade da seleção brasileira frente a outros adversários, que se apresentam cada vez mais competitivos. Os gestores, no entanto, devem se atentar quanto à presença da modalidade na mídia.

Falcão também foi um dos defensores da inclusão do futsal como modalidade olímpica, algo que ainda está longe de se tornar realidade, por uma recusa da Fifa (Federação Internacional de Futebol Associado) quem gere o esporte, ao programa olímpico. Mas, disse que aos poucos o futsal tem obtido personalidade própria e que a inclusão do mesmo no Pan do Rio de Janeiro (2007) e nos Jogos Olímpicos da Juventude (2018) foi um sucesso. Confira na entrevista abaixo:

LEIA NOTÍCIAS – Receber este carinho do público, com todos querendo tirar foto e ganhar um autógrafo. Como é esta sensação?

FALCÃO – Quando parei de jogar, tinha a expectativa de rodar pelo país, lugares que nunca mais fui e que ainda não conhecia. O Brasil é tão grande e isso tem sido um sucesso. Aqui em Botucatu o público surpreendeu, lotando o ginásio. Para mim, continuar jogando e ao mesmo tempo divertindo e tendo esta interação com o público. Uma coisa é parar de jogar e ficar em casa pensando no que fazer. Não foi o que quis fazer. Todas as cidades do Brasil têm um ginásio e é uma forma de incentivar a modalidade. Nas próximas semanas estarei em outros Estados do Brasil e também no exterior, como Dubai, Itália e Estados Unidos. A tendência é que nos próximos dois anos continue com essa turnê e, principalmente, me divertir.

LN – Depois de tudo o que fez em quadra, contribuindo para o esporte, qual é a sensação de receber o carinho do público?

FALCÃO – É diferente. O público me olha de um jeito diferente. Por vinte anos estive na seleção brasileira, sempre em alto nível, então são várias faixas etárias que acompanharam minha carreira. Isso me deixa feliz, em atender a todas as gerações e me motiva ainda mais a continuar pelo Brasil com essas exibições.

LN – O futsal teve um desenvolvimento nas últimas décadas, e sua passagem pela seleção brasileira é uma prova disso. Campeonatos de alto nível e polarização entre Brasil e Espanha, por exemplo. Com sua aposentadoria das quadras, como vislumbra o novo perfil da equipe brasileira?

FALCÃO – Na seleção, há o antes e depois do Falcão. E isso não vai mudar, mas a seleção sempre será forte, com alto nível técnico. Talvez haja menos mídia, com a diferença que conseguimos trazer a mídia para as quadras, com a diversão durante as partidas. Mas, em termos de competitividade, a seleção brasileira não terá mudanças significativas. O Brasil continua sendo forte no futsal.

LN – Um anseio antigo dos praticantes da modalidade é ver o futsal como esporte olímpico, algo que tem sido batalhado mas que não tem efeito prático. Nem mesmo foi incluído como demonstração nos Jogos Rio 2016. No entanto, foi colocado nos Jogos Olímpicos da Juventude no ano passado. O que falta efetivamente para a modalidade estar presente nas Olimpíadas?

FALCÃO – O futsal é um esporte da Fifa (Federação Internacional de Futebol Associado), então ela não abre mão da modalidade para o COI (Comitê Olímpico Internacional), bem como o beach soccer (futebol de praia). Não é o fato do futsal não ser esporte olímpico, é que a Fifa não permite ser incluído no programa olímpico. Mas tivemos o futsal nos Jogos Olímpicos da Juventude e também nos Jogos Pan Americanos (Rio 2007), sendo uma experiência boa. Mas, a Fifa não abre a mão do futsal.

LN – Para a molecada, qual seria o recado a ser deixado?

FALCÃO – Pratiquem esporte, independente da modalidade. Que levem o esporte como filosofia de vida. Hoje é possível ver pessoas acima dos 60 anos praticando esporte, e isso dá uma longevidade e saúde.

Evento
O Jogo do Rei em Botucatu foi realizado pela JBR Agenciamentos e Eventos, com apoio do Jornal Leia Notícias, com patrocínio da Faculdade de Botucatu – Unibr, Colégio Prosper Objetivo e Sindicato dos Metalúrgicos de Botucatu e Região. O evento contou com os parceiros: Dj Company, Rádio Clube FM, M & M Imagens, JH Publicidade, Innove Outdoor Eletrônico, Chaillot Plaza Hotel, Gráfica Igral e Rielli´s Center Hotel  .

Flávio Fogueral – Jornal Leia Notícias

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