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Botucatu, assim como praticamente todo o País, atravessa o pior momento no enfrentamento da Covid-19. As taxas de ocupação estão muito altas, tanto na rede pública, quanto na particular.
Além do vírus, os médicos estão enfrentando um outro problema, a desinformação – e até mesmo teimosia – por parte de alguns pacientes.
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De acordo com o Dr. Alexandre Naime Barbosa, chefe do Serviço de Infectologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, tem aumentado o número de pacientes em estado grave, internados, que fizeram automedicação durante o início da Covid-19, com drogas, como Hidroxicloroquina, Ivermectina, Nitazoxanida, Colchicina, Azitromicina e Corticoide, que acabam piorando o estado de saúde, agravando a Covid e desenvolvendo outras doenças.
“Temos recebido cada vez mais casos de pacientes que se automedicam através de prescrições que encontram em mídias sociais, como WhatsApp, que não tem evidência científica, não tem recomendação pelas Sociedade Brasileira de Infectologia, pela Associação Médica Brasileira ou qualquer organização cientifica do mundo. Está muito comum pegarmos pacientes que estão tomando cloroquina, Hidroxicloroquina, Ivermectina, Nitazoxanida, Colchicina ou Azitromicina, ou ainda corticoide, na fase de Covid leve. Isso é muito perigoso, porque essas medicações, além de não terem eficácia científica comprovada e elas podem causar eventos adversos graves. A Ivermectina pode causar a hepatite, a hidroxicloroquina pode levar à problemas cardíacos, e o corticoide, usado na fase inadequada, na fase 1 da Covid leve, pode até mesmo prejudicar o quadro. É comum ver pacientes tomando corticoides em doses altas, que até pioram a situação e acabam sendo internados, desenvolvendo Covid grave por causa disso”, relatou o infectologista.
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“Infelizmente, todos nós médicos gostaríamos que existisse alguma medicação que realmente funcionasse e tratasse a Covid já na fase leve, mas infelizmente a ciência mostra que essas medições não funcionam e que a automedicação é muito perigosa, porque além de poder trazer uma falta sensação de segurança, onde o paciente pode achar que está sendo tratado, mas não está, pode estar evoluindo mal, além do risco de toxicidade, de efeito colateral, e ainda piorar a doença, como no caso do corticoide”, completou o médico.
O chefe do Serviço de Infectologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu indica que as pessoas não tomem remédios sem recomendações médicas. “O mais indicado, na fase 1, a inicial, é fazer monitoramento médico, ter uma assistência médica imediata, para que os sinais dos sintomas do paciente sejam monitorados. A Central Covid faz, e também no setor privado, através da telemedicina. Esse é jeito mais eficaz e cientifico para o tratamento ideal. 85% dos casos evoluem de forma autolimitada, depois de 10 a 14 dias os sintomas se resolvem, mas na parcela que é detectada através desse monitoramento, esses 15%, é feita a internação, com o uso das medicações necessárias para pacientes com Covid pulmonar, que é a fase 2. Aí sim se usa antibióticos e corticoide. Fazendo o uso de medicação na fase errada, pode-se ter um grave problema de saúde, como estamos vendo em muitos casos”, finalizou.
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