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O Restaurante Bom Prato de Botucatu, instalado no campus da Unesp, em Rubião Júnior, foi alvo de críticas nesta terça-feira, 27.
Voltado para atender a população de baixa renda, principalmente pacientes do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu e seus acompanhantes, servindo refeições no restaurante a R$ 1 o almoço e R$ 0,50 o café da manhã, o Bom Prato destinou quase um terço do seu total de 1.500 almoços para os alunos primeiranistas das quatro unidades da Unesp na segunda-feira, 26, e terça-feira, 27.
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A redação do Leia Notícias recebeu diversas reclamações, que apontaram que 400 estudantes da Unesp chegaram ao Bom Prato, por volta do meio-dia, e tiveram o favorecimento de ficar em uma fila “especial”, separados de todas as outras pessoas, para entrar e comer, deixando cidadãos esperando e alguns até sem refeição. Por volta das 13 horas, em ambos os dias, a cota de 1.500 almoços foi atingida e pessoas que estavam na fila não puderem almoçar. “Favoreceram a entrada de 400 universitários para almoçar e deixaram pacientes e acompanhantes de baixa renda sem almoço”, criticou uma das denunciantes.
Outra pessoa, que estava no local, demonstrou sua insatisfação. “O Bom Prato foi feito para pacientes e acompanhantes. Mas tenho visto universitários, funcionários e até idosos e aposentados, que não pagam ônibus, vindo comer aqui. Agora, essa situação do grupo foi o limite”, criticou.
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Segundo informações levantadas pelo Leia Notícias, o acordo para a alimentação foi realizado por uma Comissão ligada as quatro unidades da Unesp: Medicina, Enfermagem, Agronomia e Medicina Veterinária e Zootecnia.
Posicionamento do Bom Prato
O Jornal Leia Notícias conversou com Martha Duarte, representante da empresa terceirizada que administra o Restaurante Bom Prato em Botucatu.
Ela negou que tenha ocorrido venda antecipada de cartões para a alimentação e explicou que foram formadas três filas do lado de fora do restaurante popular. Uma pela população em geral, outra pelas pessoas que têm atendimento preferencial (idosos, gestantes, deficientes, etc.) e uma terceira pelos estudantes.
Martha Duarte revelou que não concorda com o ocorrido, mas essa prática teria sido adotada pela gestão anterior e já estaria combinada.
Ela afirmou ao Leia Notícias que essa situação não será repetida e não permitirá qualquer tipo de favorecimento no local. “Lamento, realmente, pelas pessoas que ficaram na fila e passaram por essa situação. Pode ter certeza que isso não irá se repetir”, disse Martha Duarte.
Posicionamento da antiga gestora do Bom Prato
Regina Augusto, que foi a gestora do Programa Bom Prato entre os dias 3 de dezembro de 2015 e 8 de maio de 2017, entrou em contato com o Jornal Leia Notícias e pediu que fosse publicada a íntegra de uma nota, afirmando que não procede a resposta da atual administração.
“Ao ler a notícia “Botucatu: Favorecimento para alunos da UNESP no Bom Prato”, publicada pelo Jornal Leia Notícias, peço a gentileza que seja realizado uma retificação na informação da Srª. Martha Duarte, quando informa que a preferência de passar os alunos na frente tenha sido um acordo da gestão anterior. Tenho a esclarecer que desde o meu início na implantação do programa Restaurante Bom Prato, que ocorreu em 03 de dezembro de 2015, onde a OSC gestora é o Instituto J. Augusto, a qual fui presidente até o dia 08 de maio de 2017, um período de 17 meses, nunca fiz nenhum acordo ou combinação com qualquer pessoa para que os alunos da UNESP, ou qualquer outra pessoa que não esteja dentro dos critérios da Lei Federal nº10.048 de 08/11/2000 e a lei 13.146 de 06 de julho 2015, obtivessem algum privilégio no atendimento junto ao restaurante.Ressalvo que durante a minha gestão e a frente o programa Restaurante Bom Prato, nunca fui procurada por nenhum funcionário administrativo ou professor do Campus da UNESP para pedir que seus funcionários ou alunos tivessem algum privilégio, muito pelo contrário. A luta dos dirigentes da UNESP e do Poder Público Municipal de Botucatu sempre foi que o Programa Restaurante Bom Prato atendesse com excelência e com prioridade os pacientes e acompanhantes que fazem uso dos excelentes serviços realizados na UNESP, e também a população mais vulnerável, e que a cota de 1.500 refeições (almoços) dia, atenda a população Botucatuense com o carinho e respeito merecido. Lamento pelo ocorrido, mas tenho a certeza que a atual Presidente do Instituto J. Augusto, a Srª Bárbara Bruna Buarque, e responsável pelo programa Restaurante Bom Prato desde o dia 09 de maio de 2017, tomará todas as devidas providências para que a situação volte na sua normalidade.
Agradeço a oportunidade.Regina AugustoGestora do Programa Bom Prato 03/12/2015 a 08/05/2017”
Posicionamento da UNESP
Representantes das quatro unidades da Unesp se reuniram e emitiram uma nota oficial ao Leia Notícias, explicando o ocorrido.
“Em resposta à matéria publicada pelo portal Leia Notícias, em 27/2, intitulada “Botucatu: Favorecimento para alunos da Unesp no Bom Prato gera revolta”, as quatro unidades da Unesp em Botucatu esclarecem que a Comissão de Recepção Unificada local procurou antecipadamente a responsável pela gestão do Bom Prato, que, na oportunidade, sinalizou que o atendimento dos primeiranistas da universidade não traria desconforto aos outros usuários do restaurante. A Unesp considera que o Bom Prato é uma grande conquista para a população de Botucatu e tem a convicção que o serviço deve ser utilizado por toda população que frequenta o Campus. Nesse sentido, ações que busquem o aperfeiçoamento e/ou expansão do serviço são muito bem-vindas.
Unidades da Unesp de Botucatu”
Fonte: Jornal Leia Notícias