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O recente anúncio de cortes para investimentos na área de Ciência, Tecnologia e Inovação, além da educação em nível superior, em especial nas pesquisas das universidades públicas, pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), tem motivado ações de repúdio e protestos em diferentes instituições como universidades públicas, institutos de educação e faculdades públicas.
Botucatu integrará a manifestação em âmbito nacional nesta quarta-feira, 15, objetivando alertar a sociedade contra as reduções no financiamento da educação superior.
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O ato está marcado para às 17 horas, em frente ao Largo da Catedral Metropolitana. A expectativa é reunir professores e alunos da Unesp, além de outras instituições públicas de ensino.
Medida confirmada pelo Ministério da Educação deve fazer com que universidades públicas, institutos federais e outras instituições de ensino e pesquisas possam ter cortes de até 30% no financiamento das mesmas.
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A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), agência de financiamento do governo federal, já tem adotado o contingenciamento, suspendendo o financiamento a novas pesquisas nas áreas de humanas, biológicas, saúde, tecnologia e engenharias.
As manifestações tiveram início já na segunda-feira, 13, com uma reunião entre professores e estudantes no anfiteatro principal da Faculdade de Ciências Agronômicas da Unesp, na Fazenda Lageado. Em pauta, o tema abordado centrou em meios e motivações para a defesa da universidade pública.
Nesta quarta-feira, 15, a manifestação terá dois momentos: na parte da manhã estão previstas atividades no campus da Unesp, em Rubião Júnior.
Na oportunidade, estudantes se reunirão no Centro de Vivência do Centro Acadêmico 5 de Junho para a confecção de cartazes e ações locais. Já a partir das 14 horas haverá distribuição de panfletos nas principais ruas do Centro de Botucatu.
O corte anunciado, segundo a organização do ato, atingiria diretamente as pesquisas em desenvolvimento nas áreas das ciências agrárias, da saúde e biológicas, conforme o perfil das unidades da Unesp instaladas no município (Faculdades de Medicina; Medicina Veterinária e Zootecnia; Ciências Agronômicas e Instituto de Biociências). A instituição concentra 3.260 alunos matriculados nos cursos de graduação e 2.570 em seus programas de pós-graduação e pesquisas.
Na última semana, reitores das três universidades estaduais paulistas (USP, Unicamp e Unesp) emitiram carta conjunta em apoio às iniciativas de defesa da manutenção dos investimentos em ciência e tecnologia.
“Há muito que a Ciência deixou de ser uma preocupação exclusiva dos cientistas para tornar-se peça estratégica nos assuntos de Estado. Na chamada sociedade do conhecimento, onde a hegemonia política e econômica quase sempre é proporcional ao grau de independência científica e tecnológica, essa relação mostra-se ainda mais aguda”, salientam os reitores.
Segundo o documento, Unesp, USP e Unicamp representam 35% da produção científica nacional e são responsáveis diretamente por 35% dos programas de pós-graduação do país. “Agências públicas federais de fomento que integram o sistema nacional de CT&I são fundamentais para o funcionamento das universidades, que dependem desses recursos para financiar suas linhas de pesquisa. É importante lembrar que 95% da produção científica brasileira é feita em universidades públicas, federais ou estaduais, e por institutos de pesquisa, como Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Interromper o fluxo de recursos para estas instituições, assim como para as universidades, constitui um equívoco estratégico que impedirá o país de enfrentar muitos de seus desafios sociais”, completa a carta pública.
Flávio Fogueral – Jornal Leia Notícias