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Morreu na noite da terça-feira (11), aos 69 anos o conhecido repórter Carrapato, Wagner Pires de Camargo, em Botucatu
Nos últimos anos, o ex-profissional da comunicação vivia no Asilo Padre Euclides. Ele ficou conhecido ao trabalhar no programa O Palanque, da rádio AM F-8.
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Com o bordão “Repórter Carrapato, sempre em cima do fato!”, Carrapato tinha a frase como uma das mais conhecidas da história do Rádio de Botucatu, instantaneamente ligada a notícias policiais.
O velório segue durante todo o dia no Complexo Funerário Orlando Panhozzi e o sepultamento marcado para às 16h30, no Cemitério Portal das Cruzes.
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Homenagem
Em 2016, o Jornal Leia Notícias foi ao encontro de Wagner Carrapato para entrevistá-lo. Quando a reportagem chegou ele estava sentado em sua cama, com a televisão ligada, ouvindo rádio e lendo jornal. “Faz mais de 10 anos que parei de trabalhar na imprensa, mas ainda acompanho tudo que posso para saber o que está ocorrendo em Botucatu”, justificou Carrapato.
Com mais de 30 anos trabalhando na impressa falada de Botucatu, com passagens marcantes pelas rádios PRF-8, Municipalista e Clube FM, Carrapato lembra com saudade do tempo que trabalhava na comunicação, mas diz não sentir mais falta. “No começo eu sentia (falta), mas agora não mais. A idade vai chegando e fico vivendo de lembranças. Sempre tive ótimas lembranças da minha época de Rádio. Era um ambiente muito bom. Fiz muitos amigos. Posso dizer que foi uma época de criatividade e bastante feliz da minha vida ” , disse emocionado.
Carrapato foi levado ao Asilo pelo seu filho, de 36 anos, e garante que hoje tem apenas uma vício: o cigarro. “Tive uma incompatibilidade com meu filho e a minha única saída era aqui, o Asilo. Eu não bebo mais. Na verdade, bebia socialmente, só que a minha vida social era muito intensa. Agora não sinto mais falta da bebida. Meu único vício é o cigarro. Eu fumo há 48 anos”, explicou.
O antigo repórter policial afirma que está bem de saúde, mas sente falta de poder sair, as vezes. “Estou bem, estou tranquilo. A cabeça está boa. Eu me cuido. O que tenho vontade é de ter a minha vida social de volta, mas por dificuldade financeira preciso permanecer aqui”, disse Carrapato, que também gostaria de rever alguns amigos que fez no tempo da imprensa. “Talvez, muitos nem saibam que estou aqui. O Clayton (Diniz, locutor da Rádio F8) vem me visitar, mas seria muito bom receber mais visitas dos a m i g o s que fiz na época que trabalhava na imprensa. Será muito bom relembrar o passado, como estamos fazendo agora”.
Para finalizar, o Repórter Carrapato, sempre em cima do fato, deixou um recado para todos que trabalharam com ele ou que acompanhavam seu trabalho. “Mande um abraço meu para todos os amigos, aqueles que nos ouviam e aqueles que trabalhamos juntos. Quero que saibam que carrego eles no meu coração”, afirmou Wagner Carrapato.
Ao final da entrevista estava ocorrendo uma festinha no Asilo, mas, assim que terminou de responder as perguntas, Carrapato preferiu voltar para o seu quarto, retomar sua leitura e acompanhar as notícias, sem dúvida uma das maiores paixões da sua vida.
Jornal Leia Notícias