15 de novembro, 2024

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Botucatu: Conheça a enfermeira “Tia Lu” do HC e seus cuidados com os pequenos pacientes oncológicos

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A arte do cuidado não se constrói simplesmente em ter zelo ou bom trato por alguém, como o dicionário ensina. Cuidado é um propósito de alma, principalmente quando envolve a saúde de crianças e adolescentes que enfrentam, desde cedo, grandes desafios.

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Luciana Silva Tassini atua há quase 18 anos como Enfermeira no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu (HCFMB) e descobriu sua vocação para a área ainda jovem, quando residia na cidade de Marília. “Sempre gostei do processo de cuidar, de ser um apoio para quem estivesse ao meu redor, de tentar ajudar alguém sempre que possível e, desde muito nova, as pessoas já tinham em mim esta referência. Quando saí do Ensino Médio, decidi prestar Enfermagem na minha cidade natal sem saber muito o que encontraria pela frente, mas, no decorrer dos anos, me apaixonei pela profissão”.

Depois de passar quatro anos nas UTIs do HCFMB, Luciana encontrou na Oncologia o espaço para vivenciar intensamente o chamado de cuidar, mesmo tendo pouco contato na época do Ensino Superior. “Quando já estava no Hospital, fiz uma Pós-Graduação em Oncologia e, apenas três meses depois de concluir o curso, houve um processo interno em que passei e comecei a trabalhar na área em que eu tinha me especializado. Fiquei muito feliz, pois sempre tive muito interesse nas questões de humanização nesta especialidade, principalmente com crianças”.

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Luciana Silva Tassini e a enfermeira responsável pela Oncologia do HEBo, Karina Freitas

Há quase uma década cuidando especificamente dos pequenos pacientes oncológicos, a “Tia Lu”, como é carinhosamente chamada por eles e pelas colegas de trabalho do Hospital Estadual Botucatu (HEBo), coleciona, além de bilhetes escritos com amor e carinho, muitas histórias de superação e de luta pela vida. “Conheci uma menina de 5 anos muito comunicativa e engraçada, que estava passando por um linfoma. Mesmo passando por momentos difíceis e ficando muito tempo internada, ela superou todo o processo e, à medida em que ela foi melhorando, a verdadeira personalidade dela foi aflorando. Hoje, ela já está uma moça e muito feliz com a vitória alcançada”.

Bilhete escrito por pacientes

Muitas destas vitórias estão expostas em um quadro de fotos na brinquedoteca da Oncologia que, mais do que um espaço para imagens reveladas, é um ponto de celebração. Luciana sempre pede às crianças uma foto do “antes” e do “depois” do tratamento, como forma de motivação para quem ainda enfrenta a doença. “Este quadro já existia antes de eu entrar no Serviço e achei uma ideia muito boa pois, anos depois, o paciente já recuperado pode voltar e relembrar o caminho traçado até a sua vitória. Além disso, quem está aqui lutando pode se inspirar e acreditar que a sua cura é possível”.

Para Luciana, ainda existe um estigma sobre o tratamento do câncer infantojuvenil que precisa ser combatido. “O câncer tem cura, sim. Há um trabalho realizado no HCFMB, em parceria com o Instituto Ronald McDonald, incentivando o diagnóstico precoce. Nos últimos anos, trabalhamos com os profissionais da assistência primária e com os estudantes de Enfermagem e Medicina, e vimos que, mesmo na área da Saúde, as pessoas possuem dificuldades para lidar com a doença, e isso passa para o pensamento da família”.

Mesmo com todos os desafios, Luciana acredita que trabalhar na Oncologia é um presente e pretende sair do setor só quando se aposentar. “É gratificante poder tratar destas crianças e vê-las superando as dificuldades. Amo a inocência e a pureza de cada uma delas pois, mesmo conscientes do tratamento, são corajosas e não tiram o sorriso do rosto. A força que os pequenos pacientes têm me motiva, me emociona e me ensina que, por mais que a situação esteja difícil, vale a pena lutar, sorrir e viver todos os dias”, encerra.

Assessoria HC

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