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ouco mais de 15 dias após doar o rim para a mulher, o repórter do G1 Sérgio Pais e a esposa, Nádia Barnes, se recuperam do procedimento em casa em Bauru (SP). O transplante foi realizado no dia 13 de junho e por causa disso, o casal teve um dia dos namorados diferente esse ano.
Já internados no Hospital das Clínicas em Botucatu para realizar o transplante, os dois passaram a noite mais romântica do ano na expectativa da cirurgia. Ocorreu tudo dentro do esperado.
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E para Nádia, que viveu 8 anos na dura rotina da hemodiálise por conta da insuficiência renal crônica, a vida já está muito melhor. “Só o fato de ter que ir para máquina três vezes por semana por quatro horas é um alívio, embora, eu tenha sempre enfrentado o tratamento com muito bom humor.”
E o fato do marido ser compatível e ter conseguido doar um dos rins torna esse alívio muito mais especial.
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“Quero muito me dedicar a esse homem incrível, meu amigo, companheiro, parceiro, que em momento algum hesitou em me dar essa condição de vida. Digo todos os dias a ele: obrigada por me salvar”, declara.
Casal se recupera em casa após o transplante realizado no dia 13 de junho em Botucatu (Foto: Arquivo pessoal)
Recuperação
Por três meses, Nádia ainda terá que usar uma máscara e ter cuidados com alimentação, mas a possibilidade de hábitos simples como beber água não serem mais um risco para saúde faz toda a diferença.
“Assim como processo de diálise tinha muitas restrições, principalmente na alimentação, agora com o transplante também terei, mas o fato de poder beber água à vontade é algo indescritível, porém os cuidados serão maiores, uma vez que estou imunossuprimida e qualquer coisa pode comprometer o transplante”, explica.
E faz planos para o futuro. “Quero poder viajar com a família, amigos, coisa simples, mas que ao longo desses oito anos não pude”. Planos que são compartilhados pelo marido e almejados há um bom tempo, desde o início do tratamento em 2010. Para poder realizar os exames e doar o rim para a esposa, Sérgio precisou vencer a obesidade.
“Foram 8 anos dessa rotina da hemodiálise e com passar do tempo tudo isso foi me incentivando e eu tive a possibilidade de há dois anos fazer a cirurgia bariátrica que permitiu chegar num peso que é aceitável para fazer a cirurgia”, conta. Agora todo esse esforço começa a dar os primeiros resultados.
“A gente já começa ver a vida com outros olhos. Podemos começar a se programar porque antes a Nádia estava sempre presa a rotina da máquina de hemodiálise. Esse lance de poder fazer coisas, como viajar nas férias, que são comuns para maioria das pessoas e não era para gente é umas principais razões para fazer o que fizemos.”
O casal sabe dos cuidados que serão necessários daqui para frente, que o transplante exige, mas estão otimistas com tudo que deu certo até agora, especialmente a questão do incentivo à doação de órgãos.
“Eu me sinto muito feliz de ter conseguido fazer o que a gente planejou e também de perceber o quanto foi tranquilo e simples o procedimento, que muitas vezes gera preocupação e medo. E acho que importante isso para gente divulgar a importância do ato, de ser doador de órgãos ainda mais nesse tipo de doação, entre vivos. É que no nosso caso deu certo eu ser compatível com a Nádia, mas caso contrário, ela ficaria na fila à espera de um órgão”, finaliza.
Fonte: G1