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A Câmara de Botucatu apreciará na sessão de segunda-feira, 24 de agosto, a concessão de título de Cidadão Botucatuense ao tradicional empresário na Cidade, Sacae Watanabe.
A proposta consta no Projeto de Decreto Legislativo 04/2020 e para ser aprovado precisa ter 2/3 dos votos.
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O engenheiro agrônomo Sacae Watanabe nasceu em Braúna, comarca de Penápolis/SP no dia 9 de julho de 1944. É filho dos imigrantes japoneses, Cristiano Hisanabu Watanabe e Ana Maria Asaka Watanabe, sendo o sexto de 8 irmãos. Casado com Darci Satsuki Aoki Watanabe é pai de Cristiane Aoki Watanabe e André Aoki Watanabe e avô de Gabriel Picka Watanabe e Enrico Picka Watanabe.
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Seus pais vieram para o Brasil para se aventurar e adquiriram terras em Braúna, para explorar agropecuária, mas a educação sempre foi a prioridade na criação dos filhos: estudo, trabalho, disciplina, honestidade, bondade, justiça, perseverança, ética e formar bons cidadãos. Desde pequeno participou das atividades da família e, a partir disso, descobriu a sua vocação em lidar com plantas.
Assim que soube dessa sua vocação, descobriu que existia um curso que formava profissionais para atuar na área: a Agronomia. Sacae tinha a informação, até então, que uma instituição que disciplinava sobre Agronomia, no estado de São Paulo, só existia em Piracicaba, a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ), da Universidade de São Paulo.
Para pagar e manter um cursinho visando entrar em desatacada escola, Sacae precisou arrumar um emprego. Saiu de casa com destino a Piracicaba em 1965, com um montante equivalente a dois salários mínimos da época. Instalou-se em uma pensão que custava quase a metade do dinheiro que dispunha e ainda arcava com o cursinho.
Arrumou vários empregos, mas os horários de serviços não permitiam tempo livre para seus estudos. Sacae acabou aceitando trabalhar na função de garçom, em troca de dois pratos feitos por dia e morar na garagem da casa do patrão para conseguir seu sonho e manter o cursinho. Com todos seus esforços, conseguiu bolsa integral no cursinho CLQ.
Sacae trabalhou e estudou durante o ano todo, dedicando-se ao máximo que podia. Tinha uma rotina dura. Levantava às 6 horas para trabalhar das 7 às 17 horas; frequentava o cursinho das 19 às 22h30 e estudava na sua casa improvisada até 2 ou 3 horas da madrugada.
Após um ano exaustivo, por desconcentração, não conseguiu ingressar na tão sonhada ESALQ/USP, mas acabou sendo aprovado, em 1966, na segunda turma do curso de Agronomia da Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu (FCMBB), hoje Faculdade de Ciências Agronômicas de Botucatu /UNESP.
Por ser início do curso, faltava quase tudo, professores, funcionários, salas de aulas, laboratórios, máquinas e equipamentos e, para conseguir atingir seus objetivos, Sacae participou ativamente de movimentos reivindicatórios, culminando na conhecida “OPERAÇÃO ANDARILHO”. Para se manter em Botucatu, Sacae recebeu ajuda dos colegas e do Centro Acadêmico “Pirajá da Silva”. Morou de graça em um quarto nos fundos da Republica denominada “Longe da Sogra”, com transporte gratuito para Rubião Júnior.
No segundo semestre do primeiro ano Sacae começou a dar aulas particulares de matemática e física e, por conta dos resultados alcançados pelos seus alunos, foi convidado para ministrar aulas na Escola Estadual “Cardoso de Almeida” – EECA e também para ministrar aulas de física no cursinho “Dinâmico”. Logo após a graduação em agronomia em 1969, fez estágio com o Paisagista Roberto Burle Marx, no Rio de Janeiro, e acabou recebendo o convite para ser sócio em seu empreendimento.
Mas nesta época Sacae estava noivo e embora Burle Marx tenha tentado arrumar emprego semelhante para a noiva de Sacae Darci Satsuki Aoki, no Rio de Janeiro, sem sucesso, a situação ficou difícil. Sacae estava inscrito no 1° curso de pós-graduação da ESALQ/USP, onde então ficou até o início das aulas, em março de 1970.
Na ocasião, Sacae Watanabe também descobriu sua segunda vocação, a Educação. Desde então passou a dar aulas em Piracicaba na Escola Normal Rural “José de Mello Morais” (para se manter no curso de Pós-graduação na ESALQ/USP) e, em São Manuel no Instituto de Educação “Manoel José Chaves”, e nos Colégio Agrícola de São Manoel e Colégio Técnico “Dona Sebastiana de Barros”.
Por reconhecimento de seus serviços, ganhou uma viagem para conhecer o Japão, direcionado para o ensino do Colégio Agrícola daquele País. Após, ingressou Licenciatura em Ciências Agronômicas na UNESP em Botucatu.
Deu aulas no Colégio Técnico de São Manuel por 7 anos e em tempo integral (44 aulas semanais), mas achava que o salário era pouco e começou a prestar serviços técnicos para a carteira Agrícola do Banco do Brasil, em São Manuel e atender clientes na área de Paisagismo. Tudo nas horas vagas do emprego.
Serviços extras ao emprego começaram a aumentar assim como clientes particulares, havendo a necessidade de reduzir a carga horaria do Colégio até o mínimo de aulas, como gosta de ensinar, ainda hoje ministra palestras na área de Meio Ambiente, bem como participa de várias organizações desta área. Atua no COMDEMA (Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente de Botucatu); é Diretor Adjunto de Meio Ambiente do CIESP — Centro de Indústria do Estado de São Paulo; integra o Grupo Ambiental Regional de Botucatu (Informal); é Sócio-fundador da SBAU — Sociedade Brasileira de Arborização Urbana; Membro da ISA (International Society of Arboriculture) e ainda atua como Diretor Técnico e Administrativo do Grupo AGROARTE que presta serviços de consultoria, projetos, execução e manutenção de parques, jardins e reflorestamento com espécies nativas. Atualmente é membro do conselho deliberativo da Associação Comercial e Empresarial de Botucatu (ACEB).
Em Botucatu, foi colaborador das entidades sociais: Asilo, APAE, Casa das Meninas e Casa dos Meninos; projetou, executou e manteve a Praça Brasil-Japão; projetou e executou a adoção de áreas verdes públicas de Botucatu sob a denominação de “A Praça é Nossa”; projetou e executou serviços de manutenção de centenas de obras de paisagismo, em sua empresa social criou e mantém uma escola de educação ambiental no Recanto Ecológico; elaborou vários agropecuários e é perito judicial e de seguro agropecuário.
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