15 de janeiro, 2025

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Botucatu: Aos 71 anos, médico aposentado continua trabalhando na UTI de hospital: ‘É minha segunda casa’

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“Fica mais um pouquinho”. Essa é a frase que o médico Ubirajara Aparecido Teixeira, do Hospital das Clínicas de Botucatu (SP), continua ouvindo dos colegas de trabalho mesmo depois de ter se aposentado há seis anos.

O doutor Bira, como é conhecido no hospital, tem 71 anos e trabalha na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital das Clínicas de Botucatu desde 1987, ano em que ela foi inaugurada. Ele foi o primeiro médico na UTI. Mas em 2013, o médico decidiu que estava na hora de se aposentar.

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“Eu tinha 66 anos, achei que eu já tinha feito a minha parte e, até aposentar, eu atendia os doentes como todo mundo. Depois não ficaria mais na linha de frente”, explica o médico.

Ubirajara conta que os colegas pediram para que ele continuasse no cargo pois não tinham muito experiência nas funções de chefia, como comprar aparelhos e tomar decisões mais administrativas. “Até hoje não sei quem pregou um bilhete na porta da UTI escrito ‘Fica Bira, você faz falta'”.

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Colegas de trabalho do Ubirajara pediram para que ele continuasse no HC de Botucatu, mesmo depois de aposentado — Foto: Arquivo pessoal
Colegas de trabalho do Ubirajara pediram para que ele continuasse no HC de Botucatu, mesmo depois de aposentado (Fotos: Arquivo pessoal)

Por isso, o médico concordou em permanecer por mais dois anos no hospital. No entanto, já faz seis que o doutor Bira continua no cargo. Segundo ele, feliz em trabalhar no que mais gosta.

“É como se fosse a minha segunda casa e é duro largar isso, viu? É bom ajudar os outros. Às vezes, me apresentam pessoas que eu não conheço, mas dizem ‘Doutor Bira, você cuidou da minha vó, tio, irmão. Não é bonito isso? É uma delícia!”, admite o médico que está há 32 anos no hospital.

Doutor Bira trabalha na UTI do HC Botucatu desde 1987, ano em que ela foi inaugurada — Foto: Arquivo pessoal
Doutor Bira trabalha na UTI do HC Botucatu desde 1987, ano em que ela foi inaugurada (Foto: Arquivo pessoal)

Segundo Ubirajara, trabalhar na UTI é lidar com mortes diariamente, pois os pacientes chegam para serem atendidos em estado grave. Mesmo assim, ele conta que procura manter o pensamento positivo para ajudar os pacientes.

“Não foi só felicidade, mas os momentos de felicidade foram maiores do que os de infelicidade”, declara

Entre os casos que o médico já atendeu, Bira destaca o momento em que cuidou do fundador da Faculdade de Medicina de Botucatu, o médico Mário Rubens Guimarães Montenegro.

Ele teve que passar por uma cirurgia difícil em decorrência de um problema intestinal e ficou na UTI do hospital. “Eu, como ex-aluno dele, cuidei dele e ele saiu vivo”, se orgulha o médico, que também já cuidou de pelo menos mais dez professores.

Outro fato curioso que ele destaca foi quando curou da onça pintada Vitória. Segundo ele, um amigo veterinário, que mexe com animais silvestres, mostrou a onça da Amazônia, que tinha uma doença na cabeça e teria que ser operada.

Todos os irmãos dela morreram dessa mesma doença, mas Bira relata que sugeriu dar a ela um remédio que é utilizado na medicina humana. A medicação controlou a doença e, agora, ela leva uma vida normal no zoológico de Sorocaba.

Segredo

Para Ubirajara, o segredo para ser um bom médico e ser querido por tantas pessoas no hospital é ser, primeiramente, uma boa pessoa.

“É um bem não interesseiro. Não há interesse, você faz o que você faz bem. Você não precisa ser excelente médico, mas ser uma excelente pessoa! Essas coisas se casam”, completa dr. Bira.

Fonte: G1

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